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Teste Ducati Diavel V4 – Ao estilo Fast & Furious

By on 18 Fevereiro, 2023

Ensaio realizado por Jordi Aymami – Solomoto

Desta vez tivemos que nos deslocar mais longe do que o habitual para a apresentação internacional da nova Ducati Diavel V4, fomos até aos Emirados Árabes. Sete horas de avião e três horas de autocarro para chegarmos finalmente a Al Ain, localidade situada bem no interior e fronteira com a vizinha Omán.

O porquê de ser tão longe tem uma explicação: Este local é onde se encontra a montanha de Jebel Hafeet e recortada nas suas encostas, uma estrada construída como se fosse um autêntico circuito. Mas falemos primeiro da protagonista desta aventura, a Ducati Diavel V4.

Cumpridos doze anos já desde 2011 quando a Ducati criou a primeira Diavel e desde então foram vendidas mais de 45.000 unidades desta espécie de Monster com esteróides. Já em 2019 a Diavel evoluiu no seu chassi e no seu motor ( com o 1260 com distribuição variável ) mantendo porém a sua configuração inicial bicilíndrica. A versão V4 é a terceira geração das Diavel ( considerando a XDiavel um caso à parte )e a primeira a montar o novo motor GranTurismo V4 proveniente da Multistrada.

Uma moto totalmente nova

O V4 vem introduzir mais suavidade e potência na Diavel para além de outras realidades. Por exemplo, um manutenção menos exigente, já que a a primeira mudança de óleo passa a ser apenas aos 15.000 Kms e o ajuste de válvulas aos 60.000 Kms. Um V4 que passa a entregar 168 CV com um impressionante binário de 12,8 Kgm ( 125,5 Nm ). Por sorte também conta com ajudas electrónicas que são para todos os efeitos imprescindíveis, onde se incluem Modos de Condução, Controle de Tração, Anti-Wheelie, ABS em curva e mais… Outra característica deste motor é o facto de que ao ralenti ou a baixa velocidade desliga de forma automática os dois cilindros traseiro. Desta forma permite reduzir o consumo e a emissão de calor debaixo do assento do condutor.

O motor V4 é,  surpreendentemente, mais compacto do que a versão V2 ( mais curto e mais baixo ) e também 5 Kg mais leve. Se a essa realidade juntarmos um chassi minimalista em alumínio ( o motor é parte estruturante do mesmo )um sub-quadro e umas jantes com travões mais leves, obtemos um peso total do conjunto que é mais leve 13 Kg do que a sua irmã V2.

Para além de ser mais leve é também mais compacta nas suas medidas exteriores, com um assento a 790mm do solo e um guiador 20mm mais estreito a permitir uma posição mais confortável e um maior controle da moto.

Uma suspensão invertida de 50mm e um amortecedor traseiro com mais 15mm de curso do que na versão V2, sendo as duas suspensões totalmente ajustáveis, são garantia de maior estabilidade do conjunto. E para garantir que paramos esta veloz Diavel V4 a Ducati montou uns enormes discos dianteiros com 330mm e pinças Brembo Stylema.

Fast & Furious em duas rodas

A estrada que sobe a montanha a partir de Al Ain até ao cimo do Jebel Hafeet está considerada como uma das melhores estradas do mundo. O percurso tem cerca de 10,7 Kms até ao cume, onde se localiza o Hotel onde nos alojámos e também o Palácio do Cheikh Zayed Bin Sultan Al Nahyan. O Cheikh é o responsável pela construção de todo o percurso, obra realizada durante cerca de 12 anos e que custou 100 milhões de dólares.

O percurso totalmente  iluminado é constituído por 3 faixas de rodagem e um total de 60 curvas de todo o tipo. O asfalto é digno do melhor Circuito de competição, realidade que o converte num lugar de eleição para todos os amantes de motos e automóveis desportivos de todo o país.

O principal motivo pelo qual a Ducati decidiu realizar a apresentação da sua Diavel V4 num lugar tão remoto foi o de demonstrar claramente que a sua nova Diavel não é apenas uma espécie de Dragster, com a acelerações brutais, mas também uma moto do tipo cruiser  com um comportamento desportivo notável.

Entre várias saídas nocturnas e diurnas, pudemos realizar cerca de 120 kms no total, a sibir e a descer esta impressionante estrada, onde pudemos desfrutar cada momento, especialmente aqueles realizados á luz do dia. Por questões de segurança, há que destacar que a polícia local cortou o acesso ao percurso a terceiros durante os testes que realizámos, permitindo-nos utilizar toda a faixa de rodagem sem qualquer limitação e em total segurança. À noite agradecemos o facto de os botões serem retro-iluminados o que facilita a sua identificação.

Montados na Diavel V4 sentimo-nos bastante cómodos, com uma posição bastante descontraída e com ambos os pés bem assentes no chão. O assento é largo e confortável sendo mais estreito na zona junto ao depósito de combustível, realidade que facilita as manobras e o movimento do corpo sobre o mesmo quando curvamos. Também o pendura dispõe de um assento bastante generoso que se encontra oculto debaixo de uma tampa facilmente extraível. Os poisa-pés do pendura são obviamente retráteis ficando numa posição quase invisível assim como o apoio extensível que fica junto ao assento.

Mais ágil do que podíamos imaginar

Assim que saímos por primeira vez do hotel e iniciámos a descida, enfrentamos duas longas rectas encadeadas. A acelerar e a passar caixa de 2ª até 4ª a Diavel parece um verdadeiro míssil. Temos que agarrar-nos fortemente ao guiador pois a Ducati parece querer “descalçarnos” de cima do seu assento. Aqui a função anti-cavalinho torna-se muito útil e impede que a roda dianteira queira apontar para o céu, não cortando porém na sensação de aceleração.

A estrada no Jebel Hefeet obriga-te a uma concentração máxima, já que num ápice nos encontramos num gancho à direita e a seguir à esquerda, num verdadeiro carrosel interminável. Em ritmo alto valem-nos os travões Stylema seguidos da caixa Quickshift para baixar e subir velocidades constantemente. Na entrada das curvas a intervenção do ABS em curva permite-te garantir a segurança necessária naquelas situações em que entras mais descompensado, garantindo eficiência e tacto.

Surpreendente a forma fácil como entra em curva, pois apesar de ser 13 Kg mais leve do que a sua irmão V2 não deixa de ser uma moto pesada com os seus 230 Kg, realidade ainda penalizada por uma grande distância entre eixos e  um,pneu traseiro de 240mm. No entanto inclina com enorme facilidade e mantém as trajectórias em curva de forma estável. Nas longas curvas ao longo do percurso roçávamos facilmente com os poisa-pés pelo asfalto. Apesar disso a Diavel permite ângulos de inclinação consideráveis, pois os elemento avisadores nos poisa-pés são bastante curtos e com os Diablo Rosso III que monta de série o limite é mesmo definido pelos próprios poisa-pés.

Quando iniciamos cada curva notamos de imediato que o 120/70 dianteiro convida-te a meter-te rápido em curva, enquanto que o enorme 240 traseiro resiste mais ao ímpeto da inclinação, mantendo porém uma enorme sensação de segurança em curva, mesmo inclinados ao limite. Os pneus Pirelli Diablo Rosso são pneus desportivos de perfil bastante agressivo pelo que as inclinações são rápidas mas progressivas e as mudanças de direção extremamente fáceis conferindo uma agilidade surpreendente a todo o conjunto.

A caixa de velocidades é suave e progressiva, e o quickshifter realiza bem a sua função tanto a subir caixa como a reduzir. Na primeira situação a garantir o aproveitamento máximo da forte aceleração da Diavel e nas reduções a garantir precisão na entrada das mudanças abaixo quando travamos na entrada das curvas bastante fechadas e encadeadas do todo o percurso.

Ajudas à condução

Nas ajudas eletrónicas encontramos diferenças sensíveis entre os vários Modos de Condução, que são quatro, Sport, Tourism, Urban e Wet. Os modos afectam a potência disponibilizada, a forma como a mesma é entregue e alteram o controle de tração e o ABS. Na entrega inicial, mesmo no Modo Sport, constatamos que a mesma é mais suave do que na versão V2, no entanto cuidado com o rodar do punho pois se deixamos o V4 subir de rotação mais vale que te agarres bem aos punhos.

Nos regimes mais baixos, por exemplo quando entramos numa curva muito fechada, sobretudo se entras com uma mudança acima da indicada, sentimos um batimento ligeiro do motor e a pedir uma mudança abaixo.

O novo Modo de condução Wet serve tanto para asfalto molhado como para piso em mau estado graças a uma entrega a potência suave. No Modo Wet é quase impossível fazer derrapar a roda traseira.

É preciso não esquecermos que apesar do aspecto corpolento da Diavel, da posição descontraída de condução e da considerável distância entre eixos, a moto consegue manter uma condução desportiva ao mais puro estilo Monster. Em todo o caso seria eventualmente uma Monster hipersónica… com um comportamento muito mais desportivo do que à primeira vista poderíamos pensar.

É para todos os efeitos uma moto muito especial e por isso dirigida a um target de público também especial. Também não é barata, nem o pode ser, se tivermos em conta todo o equipamento que oferece. Mas uma coisa está perfeitamente clara, nunca defraudará quem a a coloque à prova e mais do que certo irá surpreender tudo e todos.

Aquilo que mais gostámos e onde poderá melhorar

SOLO +

  • Estilo com enorme personalidade
  • Desempenho fenomenal
  • Comportamento desportivo
  • Travagem potente

SOLO –

  • Não é uma Naked nem uma Custom
  • Desportividade limitada pela distância dos poisa-pés ao chão

FICHA TÉCNICA

  • Motor tipo: Tetracilíndrico em V a 90º, LC, 16V, cambota de rotação inversa
  • Diâmetro x curso: 83 x 53,5 mm
  • Cilindrada: 1.158 c.c.
  • Potência máxima: 168 CV às 10.500 rpm
  • Binário máximo: 12,8 kgm a 7.500 rpm
  • Alimentação: Injeção electrónica
  • Emissões de CO2: N.d.
  • Caixa: 6 velocidades, Quickshifter up&down
  • Embraiagem: Multidisco a seco
  • Transmissão secundária: Por corrente de O’rings
  • Tipo chassi: Chassis monocasco de alumínio
  • Geometría de direcção: 26º e 112 mm
  • Braço oscilante: Monobraço de alumínio
  • Suspensão dianteira: Invertida de 50mm curso 120 mm ajustável
  • Suspensión posterior: Mono-amortecedor com 145 mm de curso, ajustável
  • Travão dianteiro: 2 discos de 330 mm, pinças radiais Brembo Stylema, ABS em curva
  • Travão: Disco de 265 mm, pinça de 2 pistons, ABS em curva
  • Pneus: 120/70 x 17” e 240/45 x 17”
  • Comprimento total:  N.d.
  • Altura máxima: N.d.
  • Largura máxima: N.d.
  • Distância entre eixos: 1.593 mm
  • Altura do assento: 790 mm
  • Depósito: 20 l
  • Consumo médio: N.d.
  • Autonomía teórica: N.d.
  • Garantía oficial: 3 años
  • Importador: Ducati Ibérica Desmotron SL
  • Contacto: +34 961 539 330
  • Web: www.ducati.pt

Galeria

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