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Acenar ou não acenar ? Eis a questão…

By on 1 Junho, 2023

A última semana ficou marcada pela polémica gerada em torno das afirmações do comentador e motociclista Luís Pedro Nunes, no programa da SIC “ Irritações “, sobre a habitual e, segundo o mesmo, controversa saudação “Motard” habitualmente trocada entre os motociclistas que se cruzam na estrada. Dizia LPN que se recusava a saudar aos que circulam em “sanitas sobre rodas”, referindo-se às scooters e que também os “tipos da GS’s” eram uns snobs que não saudavam mais ninguém que não fosse do clube ( GS )…

Ora tais afirmações, feitas num contexto de programa de entretenimento e que fala sobre as “Irritações” de cada um dos protagonistas no mesmo, geraram uma imensa polémica nas redes sociais , com uma quantidade de insultos e críticas ao comentador, pela forma como o fez, discriminando determinados grupos de motociclistas, que acabaram por se sentir insultados por tais afirmações. 

Ora, por mais mal interpretados que tenham sido os comentários de LPN, o certo é que retratam em parte uma realidade do que se passa lá fora em termos de hábitos adoptados nas “saudações motociclísticas”.

Mas vamos a factos…

Para já temos que perceber qual é a origem da saudação… a mesma tem origem no piloto britânico dos anos 70/80, Barry Sheene, que sempre comemorava as suas vitórias nos Grandes Prémios de 500 na volta de agradecimento, acenando ao público com os dedos em V, simbolizando a vitória alcançada. Dada a sua popularidade e carisma, a comunidade de fãs do piloto passou a identificar-se na estrada com a mesma saudação e desde aí tem vindo a generalizar-se até aos dias de hoje.

Mas o Luis Pedro Nunes tem alguma razão ao dizer que nem todos se saúdam e que existem algumas regras instituídas de forma natural e espontânea e que são seguidas pela maioria dos motociclistas quase que instintivamente.

Para já há que distinguir entre uma realidade que existe nas grandes cidades e diferente da que é adoptada na estrada. Na cidade ninguém perde tempo a acenar a ninguém, é um facto, a cumplicidade apenas se troca em estrada. Eventualmente existe uma ou outra comunidade de motociclistas que poderá cumprimentar-se na cidade pois são muito dinâmicos nas actividades que desenvolvem em conjunto através dos clubes a que pertencem, e o sentimento de proximidade e cumplicidade é maior, como é no caso das Vespas (  não confundir com as outras scooters e aceleras ) e também das Harley Davidson. Não é hábito vermos os restantes motociclistas a saudarem-se quando circulam em ambiente urbano.

Já em estrada é diferente, embora tudo aconteça mais rápido devido à maior velocidade quando nos cruzamos e seja mais complicado identificar marcas e modelos, razão pela qual o cumprimento tem tendência a ser mais generalizado e adoptado sem discriminação.  No entanto é também um facto que existe preconceito na saudação entre quem circula em motos e quem circula em scooters. É uma realidade quem vai em moto não saúda que vai em scooter e vice-versa. Não é código e tão somente um hábito adoptado por todos e constatado por qualquer um que ande indiscriminadamente em motos e em scooters, que é o meu caso como jornalista do sector.

Já a afirmação do LPN de que o pessoal das GS apenas se cumprimenta entre si parece-me exagerada, embora exista de facto um sentimento de comunidade mais forte entre os mesmos, pelas razões apontadas anteriormente. 

Não receber resposta a um cumprimento não deve ser entendido como uma ofensa pois pode ter sido distração ou simplesmente não feito em sincronia pelo que ficou desapercebido. Uma realidade é certa a cumplicidade que existe entre quem anda de moto é inegável e o sentimento que nos une é mais importante do que qualquer polémica que nos permita afastar.

Aproveitamos para também vos elucidar de que para além do “V” de saudação existem muitos outros gestos adoptados pelo motociclistas que têm significado, a saber:

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