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“Yard Built Program” – A Estratégia de Marketing da Yamaha para o sector “Heritage” – Parte 1

By on 12 Junho, 2017

Nos últimos dois anos nenhuma outra marca patrocinou mais a customização de motos do que a Yamaha. O seu programa “Yard Built” tem dado enorme resultado e brindado o mercado com fantásticas preparações realizadas em todo o mundo pelos melhores ateliers e preparadores do sector.

As neo-clássicas ou designadas pela Yamaha “Heritage” XSR 700 e 900 são modelos especialmente dirigidos ao segmento das Café Racers, no entanto estão construídas sobre plataformas actuais e com tecnologia moderna.

O estilo das XSR não é totalmente clássico e tem sido controverso sobretudo junto daqueles mais conservadores que procuram bases com ciclística mais retro para desenvolver as suas preparações.

Numa entrevista recentemente realizada por Wesley Reyneke da Bike Exif a Cristian Barelli , um italiano que é o Coordinador Europeu de Marketing da Yamaha, discutiu-se sobre a influência do crescimento do setor da customização no desenvolvimento da plataforma XSR.

Wes: Parece ser que o crescimento do segmento da customização veio criar novo interesse de pessoas que anteriormente não ligavam às motos ?

Cris: É certo. Começámos a verificar há uns anos atrás que muitas pessoas começaram a utilizar motos antigas e a prepará-las a seu gosto. Imediatamente percebemos que existia ali potencial. No entanto as preparações estavam cheias de limitações. Pouca potência, ciclística antiquada, não travavam… enfim motos que mantinham as suas qualidades de há anos atrás. Para além de procurarmos uma plataforma mais moderna percebemos que a customização se estava a transformar numa moda o que iria atrair logicamente um novo segmento de mercado sobretudo os mais novos que são mais sensíveis aos fenómenos de moda.

Há 20 anos atrás conduzir uma moto com 150cv era o mais cool na época mas hoje em dia é diferente. Já não é necessária tanta potência, torna-se perigoso, e pode originar problemas com a polícia. Por isso é melhor abrandar um pouco e a tendência das novas clássicas é excelente para o efeito.

Wes: Com os dois modelos XSR700 e 900 desenvolvidos sobre uma base moderna com apenas um look neo-clássico em vez de uma moto totalmente produzida como se de uma clássica se tratasse, como é que o mercado está a reagir?

 O mercado está a reagir positivamente dado o sucesso de vendas na Europa. Não é de facto uma moto de aparência totalmente clássica pois tem refrigeração líquida e não tem um motor de cariz clássico. Mas a performance está no DNA da Yamaha, temos a possibilidade de colocar imensa tecnologia nas motos e não iremos abdicar de o fazer. Não se pode colar demasiado ao passado mas talvez sim mantendo a forma de como fabricamos motos. Por exemplo nas XSR os painéis do depósito em alumínio mantém a sensação de que é uma moto feita como antigamente e não com um depósito em plástico. Além disso os motores são magníficos e a ciclística tecnológicamente avançada por isso não vejo razão para não a utilizarmos.

A decisão de utilizarem a plataforma MT para desenvolverem as XSR foi por razões drelacionadas com economia de escala e de custos de desenvolvimento ? Por exemplo a Triumph desenvolveu plataformas totalmente novas, tanto ao nível de motores como da ciclística para as suas Clássicas Modernas ( T120 em diante ) ?

O mercado neste momento não é como há 10 anos atrás. Estamos todos a vender menos motos cada ano. Por isso é necessário ter essa abordagem de negócio. É impossível começar sempre do zero para criar uma nova moto. No entanto quando se desenvolveu a plataforma para as MT foi já a pensar que a mesma iria servir para outras motos também. Ou seja por um lado foi uma solução de compromisso mas também de enorme desafio em termos de engenharia.

Desenvolver uma moto de raíz pode levar cerca de 4 anos e o mercado hoje em dia evolui de forma tão rápida que podemos chegar ao mercado e ele já não existir.

Quando desenvolveram a base MT sabiam que iria servir também para os modelos Heritage ?

Sim claro. E já sabíamos como a iríamos desenvolver de forma diferenciada da gama MT que tem linhas mais angulosas típicas das Hyper Naked.

Será que em breve iremos ter novos modelos “Heritage” baseados nas actuais plataformas MT ? Por exemplo uma XSR1000 ou uma XSR Scrambler700?

 Claro que estamos a pensar nisso. Sobretudo porque no programa Yard Built, que nos serve também para percebermos as tendências do mercado e da customização, vemos muitos preparadores a seguirem a tendência “Scrambler” com motos clássicas de atributos mistos, estrada e off-road. O programa Yard Built não é apenas marketing é também um detector de tendências.

Yard Built é possívelmente o programa OEM mais prolífero no segmento custom, como é que foi pensado e delineado?

No passado recente, em 2011, chamava-se ainda “Hyper Modified”, começou com a Vmax preparadas por Roland Sands, Lazareth e Marcus Watz. Estivemos na EICMA nesse ano com um stand especialmente dedicado a esse segmento. Devemos ter sido o primeiro fabricante a fazê-lo desta forma.

Um ano depois desenvolvemos exactamente o mesmo projecto mas desta vez com a T-Max e começámos então a desenvolver todo o tema “Yard Built” que cresceu de forma imparável. Foi muito importante não só em termos de marketing mas também para estarmos em contacto com as pessoas, os principais preparadores que se movem neste segmento e com quem podemos aprender. São os preparadores que estão em contacto com os seus clientes e que sabem o que estes querem. E é deles que vamos absorvendo informação pois eles vivem exactamente deste mercado o que para nós estando num escritório não temos a proximidade necessária do sector.

A Yamaha Motor Europe Portugal participou no desenvolvimento de um projecto no âmbito do Programa Yard Built com um preparador português que irá ser oficialmente apresentado no evento  Wheels and Waves  em Biarritz no próximo dia 14 de Junho. Contamos dar-vos notícias brevemente.

 

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