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Honda CB750 Café Racer do Oriente

By on 6 Fevereiro, 2019

O Paquistão, esse país bem conhecido pela produção de motos personalizadas… espera aí, o quê? Bem, se não é, podia ser, porque há cerca de 2,5 milhões de motocicletas em circulação. O que parece impressionante, até levarmos em conta que o Paquistão é o sexto país mais populoso do mundo, com uma população de mais de 210 milhões – e a maioria dessas motos são pequenas chinesas ou japonesas práticas e baratas para ir para o trabalho.

A cena de personalizações é praticamente inexistente, porque o imposto de importação em motos ascende aos 50%, e ainda há impostos sobre as vendas… O que também explica porque há apenas cerca de uma dúzia de Honda CB750 Four em todo o país.

Esta é uma dessas CB750s: um F2 Super Sport de 1977, propriedade do entusiasta Haris Aziz, de Islamabad, que explica:

“Eu não tinha planos para fazer uma café racer: eu simplesmente adorava o modelo tal como ele é”, diz Haris. “Esta Super Sport foi uma moto de corrida, mas estava em mau estado. A maioria dos acessórios estava partida ou coberta de ferrugem.” Assim, Haris limitou-se a andar na CB750 por um ano e resistiu à tentação de mexer muito nela. “Eu absolutamente adoro a aparência de café racer, mas com as importações proibidas, as CB750s restantes são as últimas da espécie, por isso não queria estraga-la muito!”

Porém, quando as reparações necessárias já não podiam ser adiadas, Haris descobriu que uma restauração para pôr a moto de origem custaria uma fortuna – devido à desfavorável taxa de câmbio rúpia-dólar. Foi aí que ele decidiu personalizar a moto. “Escolhi a Zeeshan Motorsports em Karachi para fazer o trabalho”, diz ele. “Eles prestam uma atenção especial aos detalhes e têm muita experiência de grandes motos japonesas.” Karachi, que por sinal, está a 20 horas de carro da cidade de Haris!

Haris projetou a parte da carroceria no Photoshop e a ZMS superou as expetativas a fazer a moto exatamente como ele a tinha desenhado… “inclusivamente certificaram-se de que tudo ficasse equilibrado e proporcionado, e de que os ângulos fossem perfeitos, como o ângulo dos escapes ao quadro, o silenciador ao assento e assim por diante.” O sub-quadro não foi modificado e mantém o aro original do apoio do banco, embora este tenha sido limpo de arestas para proporcionar uma aparência mais suave e elegante.

Enquanto a nova carroceria estava no bate-chapas a acabar, a ZMS também aproveitou para realizar uma revisão completa ao motor de quatro cilindros em linha e montou uma embraiagem de corrida da Barnett, muito mais resistente que a original. O escape “sidewinder” foi feito sob medida no Paquistão com um silenciador em aço inoxidável.

“Afinar os carburadores foi o desafio seguinte”, revela Haris. “Acabámos por construir uma caixa-de-ar personalizada, montámos um filtro de elemento único e mudámos para uma ignição CDI de Suzuki GS1000 em vez da de origem, para tornar o arranque e a condução mais fiáveis.”  Há um novo farol – que com 4400 lumens é uma grande melhoria em relação ao original – e um novo conjunto de farolim traseiro e piscas do abundante mercado local de acessórios pós-venda. Foi também aí que Haris encontrou o emblema Honda que é para aí uns 15 anos mais velho que a moto.

A pintura de dois tons de azul ficou soberba acabada com filetagem a dourado e a moto nunca deixa de atrair atenções. Há também uma nova instalação elétrica completa e um interessante mecanismo de arranque: um interruptor estilo aeronáutico para desligar e um botão de partida mesmo no centro do tê superior… “por a moto a trabalhar é um prazer todas as vezes!” remata Haris com um sorriso.

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