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Honda XVR Africa Twin 650: Filha do deserto

By on 23 Agosto, 2022

A Honda Africa Twin 650 foi uma máquina nascida para a aventura nas grandes distâncias, derivada das célebres NXR 750 de Edi Orioli e Gilles Lalay. Saiba como nasceu esta filha do deserto.

A história das trail da Honda está intimamente ligada aos sucessos da Transalp, das XR, mas principalmente da Africa Twin que impressionou quando foi lançada em 1988. Essa história começou a escrever-se em 1986, com as NXR inscritos no rali Dakar, máquinasque provaram ser indestrutíveis e competitivas, como provou o malogrado Gilles Lalay quando partiu um cárter a meio da corrida mas conseguiu terminar a etapa, com gasóleo em vez de óleo!

Gilles Lalay com a Honda NXR750 no Paris-Dakar de 1989

Quatro vezes vitoriosa em quatro competições, a XVR Africa Twin 650 lançada em ‘88 teve como objetivo perpetuar esta lenda escrita nas pistas. Inspirada nos protótipos de fábrica  NXR, a Africa Twin chegou ao mercado em 1988, como uma versão ‘para todos’ os amantes da aventura, munida do motor V-twin de 647 cc derivado do motor Transalp. Decorada com cores a replicar as motos de rally e um nome de batismo evocativo, a Africa Twin destacou-se como uma verdadeira filha do deserto, perpetuando o sucesso da NXR quando já quase ninguém acreditava que isso fosse possível. A pioneira Africa Twin 650 incorporou todos os códigos estéticos e técnicos da disciplina: suspensões de longo curso, um depósito de grande capacidade e uma grade do farol a proteger a sua ótica, simples ou dupla, dependendo do país.

A fera do deserto NXR e a ‘civilizada’ Africa Twin

“Uma máquina robusta, distinta e confiável, tudo o que se precisa para nos seduzir”, escreveu na altura a publicação francesa Moto Journal.

Apenas dois anos após o seu lançamento, surgiu a versão 750 da Africa Twin e, desde então o sucesso do V-Twin Honda, fez também crescer a concorrência, que começou a apresentar  motos cada vez maiores, mais potentes, mais também com uma cada vez menor orientação trail. Foi esse o caso da Cagiva Elefant 750 e da Yamaha Super Ténéré 750.

Atingiu-se o limite do razoabilidade, com motos de 750cc a pesar cerca de 200 kg e com velocidades terminais próximas dos 190/200 km/h.  Entrou-se na era dos ‘monstros’ do deserto em 1990, com um dos melhores exemplos dados pela portentosa Cagiva 906. A Africa Twin 750, para além de oferecer maior cilindrada, contava também com um disco dianteiros duplo e um radiador de óleo adicional. E mesmo que a Honda se fosse retirando gradativamente da competição, a aura dessa linha, tão confiável quanto eficiente, permaneceu intacta até 2003, quando a produção cessou… antes de renascer em 2016 com a Africa Twin CRF 1000L, posteriormente 1100.

Hoje em dia, as máquinas do Dakar mudaram substancialmente, são significativamente mais leves, esguias e com potências que voltaram a entrar no limite do razoável, casos da Honda CRF 450 Rally e KTM 450 Rally – na prática com um quadro e motor o mais próximos possíveis de uma ágil máquina de motocross.

Uma coisa é certa, mais de 30 anos depois depois de nascer, o sucesso da Africa Twin propagou-se e imortalizou-a como um dos ícones da indústria de duas rodas.

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