Técnicas de condução – Defesas para conduzir no piso molhado
QUANDO AS CONDIÇÕES CLIMATÉRICAS PIORAM, DEVE ADOPTAR UMA CONDUÇÃO DEFENSIVA, ADAPTADA AO AMBIENTE MENOS PROPÍCIO À ADERÊNCIA. COM UNS PNEUS EM MAU ESTADO AUMENTA A POSSIBILIDADE DA MOTO ESCORREGAR OU, PIOR AINDA, TERMINAR A SUA VIAGEM MAIS CEDO… NO ASFALTO. AQUI FICAM ALGUMAS RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES PARA SE SENTIR MAIS SEGURO(A) NO PISO MOLHADO.
De acordo com um estudo de uma conhecida seguradora, os acidentes rodoviários aumentam mais de 7% em dias chuvosos, e o risco de um acidente de trânsito com condições climáticas adversas, é 70% maior do que em condições normais.
Por essa razão, uma primeira coisa a reter é que num período alargado de chuva intensa, será bom dar um pouco de descanso à moto, no entanto, caso não o faça – muitas vezes nem é possível parar a moto por motivos profissionais! – tenha em mente que a moto se comporta de forma diferente quando o chão está molhado. É por isso que deve adaptar a sua condução a essas condições, tornando-a mais suave e mais prudente.
Travar sempre em linha reta
Evite movimentos e ações repentinas, conduza à chuva com suavidade e de forma progressiva. Uma vez que os pneus reduzem a sua aderência, deve sempre travar em linha reta, antes de inclinar a moto para realizar uma curva, e acelerar ligeiramente à saída da viragem quando recupera a verticalidade. O sistema de travagem ABS e o controle de tração são complementos ideais, impedindo que as rodas travem.
Deve ainda estar ciente das poças de água e reduzir drasticamente a velocidade em amplos lençóis de água, uma vez que é aí que se origina o ‘aquaplaning’ – um fenómeno físico que ocorre quando o pneu não é capaz de evacuar a água e literalmente perde o contato com o asfalto.
Linhas brancas
Evite também pisar (e muito menos travar!) nas linhas brancas das travessias de peões e outras tintas no asfalto, como linhas delimitadoras da faixa de rodagem. Atenção ainda às tampas de esgotos, carris dos elétricos… a evitar em dias de chuva! Ou seja: em chuva, certas situações normais assumem um risco aumentado na nossa condução. Superfícies pintadas e metálicas molhadas deslizam muito. No entanto, caso seja mesmo obrigado a pisar essas superfícies, faça-o com a moto o mais reta possível e seja muito sensível com as alavancas de travão e acelerador da moto.
No piso molhado deve também aumentar a distância de segurança para o veículo que o precede. Com o solo molhado, a distância de travagem aumenta em cerca de 40%. Neste aspeto e em condições normais, uma moto precisa de mais distância de travagem do que um carro, aumentando ainda mais a essa distância de segurança com a chuva, e além disso, deixa de levar com o incómodo spray atirado pelo veículo que segue à sua frente.
Pressão dos pneus
Mantenha a pressão correta dos pneus. Estes devem ser regularmente verificados, não só na pressão com também no desgaste dos mesmos. A profundidade dos sulcos na banda de rodagem é vital em superfícies húmidas, pois esses canais são responsáveis pela evacuação da água. Quanto menor a profundidade, menos energia de evacuação, e maior a probabilidade de aparecer o efeito ‘aquaplaning’. E além disso, lembre-se que o uso de uns pneus em fim de vida pode resultar em multa. Regular a pressão é fácil, pode ser feito em casa com uma bomba manual ou bomba de enchimento elétrica ou pneumática, assim como no seu posto de abastecimento mais próximo.
Escassa visibilidade
Ver bem e ser bem visto é muito importante em termos de segurança. No entanto, dada a pior visibilidade em alturas como o Inverno, deve sempre certificar-se de que a iluminação da sua moto está em perfeitas condições e a luz de stop acende. Hoje em dia, há muitos equipamentos (fatos de chuva, blusões, calças, etc) já com elementos refletores para sermos bem vistos em dias de chuva intensa e nevoeiro.
Por outro lado, a diferença de temperatura entre o ar quente que expelimos ao respirar e o ar frio que vem lado de fora, faz com que a viseira do capacete embacie e perca a sua visão rapidamente. Para o evitar, deixe sempre a viseira ligeiramente aberta para que o ar entre ou recorra a um pin-lock, que é uma pequena tela com borda de silicone que adere à face interna do capacete criando uma câmara de ar selada, impedindo assim que o vapor se forme.
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