A Indústria do Sector “a braços” com o Euro 5
De acordo com a legislação actual, as novas limitações em termos de emissões estabelecidas no Euro 5 irão entrar em vigor no dia 1 de Janeiro de 2021 o que, face à paralização geral de toda a cadeia industrial e respectiva distribuição provocada pela pandemia do COVID-19, representa um enorme desafio.
As limitações previstas no Euro 5 não são de agora, foram estabelecidas há praticamente uma década atrás e todos os industriais do sector estão conscientes das mesmas e planificaram a sua produção de acordo com as datas de implementação estabelecidas para a mesma. No entanto neste momento a maioria das motos de 2020 apenas estão compatíveis com o Euro 4 e têm pela frente um período curto de evolução tendo em conta a paralização generalizada provocada pela necessidade de contenção da pandemia.
A indústria e os seu representantes estão por isso muito preocupados como referimos num artigo anterior ( ver aqui ) e têm vindo a considerar e a propor à União Europeia o adiamento da entrada em vigor da nova legislação prevista no Euro 5.
Mas o que é implica realmente o Euro 5 ?
Comparado com a actual legislação Euro 4 o Euro 5 estabelece acima de tudo limitações mais rígidas quanto à emissão de gases de monóxido de carbono abaixo dos actuais 1140mg/km para os 1000 mg/km mas também dos hidrocarbonetos, estes numa redução ainda mais significativa dos actuais 170 mg/km para apenas 100 mg/km e dos Nox, óxido de nitrogénio, de 90mg/km para apenas 60mg/km. para além do referido anteriormente existe uma nova imposição adicional no Euro5 que estabelece que hidrocarbonentos não metanosos terão uma limitação de 68mg/km.
Os modelos de motos novas introduzidas em 2020 já estão obrigadas a cumprir o Euro 5, no entanto todas as motos a partir de Janeiro de 2021 para serem vendidas / matriculadas na Europa terão que estar de acordo com as limitações estabelecidas no Euro 5.
Que motos de 2020 serão afectadas pelas limitações impostas pelo Euro 5 ?
As regras estabelecidas no Euro 5 aplicam-se exclusivamente a novas motos e os actuais proprietários de motos Euro 4 e Euro 3 não terão de se preocupar em “legalizar” os seus modelos ao abrigo do Euro 5.
No entanto alguns dos actuais modelos existentes nas gamas das várias marcas poderão pura e simplesmente vir a desaparecer nas gamas de 2021 pois as marcas podem decidir que poderá não ser rentável investir na sua actualização de acordo com as novas limitações estabelecidas no Euro 5. Já aconteceu por exemplo o mesmo na transição do Euro 3 para o Euro 4 com alguns modelos ( ex. Suzuki Hayabusa e Yamaha XJR 1300 )
No pouco tempo que as marcas terão até à entrada em vigor do Euro 5 em Janeiro de 2021 e considerando que neste momento o sector está paralisado, a não haver um decisão de adiamento por parte da União Europeia é possível que muitas das marcas se concentrem de início na homologação para 2021 e de acordo com o Euro 5 apenas dos seus modelos comercialmente mais interessantes e mais populares deixando os restantes mais para a frente, correndo estes o risco de pura e simplesmente virem a ser descontinuados.
Que motos de 2020 actualmente não são compatíveis com o Euro 5 ?
Em todas as gamas das diferentes marcas existe uma enorme quantidade de modelos que são apenas compatíveis com o Euro 4 e que necessitarão de evoluir até Janeiro de 2021 para poderem ser certificados de acordo com o Euro 5 e comercializados.
Para alguns modelos com motores mais modernos o processo de evolução poderá ser simples mas outros será bem mais complicado e poderão correr o risco de virem a ser descontinuados.
De seguida publicamos uma listagem por marca daqueles modelos que ainda necessitam evoluir do Euro 4 para o Euro 5:
HONDA:
- CBR650R
- CBR500R
- VFR800F
- GL1800 Gold Wing
- Super Cub 125
- CB125R
- Monkey
- MSX125
- CB125F
- CB1100RS
- CB1100EX
- CB1000R
- NC750S
- CB500R
- CB500F
- CB300R
- CB125R
- VFR1200X
- VFR800X
- NC750X
- X-ADV
- CB500X
- CRF450L
- CRF250 Rally
- CRF250L
YAMAHA:
- R6
- R3
- R125
- MT-10SP
- MT-10 Tourer
- MT-10
- MT-09 SP
- MT-09
- MT-07
- MT-03
- MT-125
- XSR900
- XSR700
- SCR950
- XV950
- YS125
- Super Tenere 1200
- Tenere 700
- FJR1300 (all versions)
- Niken
- Niken GT
- Tracer 900/GT
SUZUKI:
- V-Strom 650
- V-Strom 250
- GSX-R1000
- GSX-R1000R
- GSX-R125
- GSX-S1000F
- GSX250R
- Katana
- GSX-S1000
- GSX-S750
- GSX-S125
- SV650
BMW:
- R1250GS Adventure
- R1250GS
- F850GS Adventure
- F850GS
- F750GS
- G310GS
- R1250RS
- S1000RR
- K1600B
- K1600 Grand America
- K1600GT
- K1600GTL
- R1250RT
- R1250R
- S1000R
- G310R
- R nineT/Scrambler/Pure/UrbanG/S
- C evolution
- C650 Sport
- C650GT
- C400X
- CX400GT
DUCATI:
- Diavel 1260/1260S
- XDiavel/XDiavel S
- Hypermotard 950/950SP
- Monster 797
- Monster 821/Stealth
- Monster 1200/1200S/1200 25th Anniversario
- Panigale V4/V4S
- Superleggera V4
- Streetfighter V4
- Multristrada 950/S
- Supersport/S
- Scrambler Full Throttle/Cafe Racer/Desert Sled/Icon/Icon Dark/Sixty2
TRIUMPH:
- Speed Triple
- Bonneville Bobber
- Tiger Sport
- Speed Twin
- Scrambler 1200
- Street Twin
- Bonneville T100
- Street Scrambler
- Bonneville T120
- Thruxton
- Speedmaster
- Tiger 1200
A exemplo das marcas referidas muitas outras encontram-se exactamente nas mesmas circunstâncias pelo que veremos como é que o sector irá reagir no que restará de ano e após reactivação da actividade produtiva e comercial e em face das exigências do Euro 5 e da revisão dos prazos ou não que a União Europeia venha a estar disposta a realizar.
Fonte : BikeSocial
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