Em memória: Joaquim Oliveira
Embora peque por tardia, impunha-se esta homenagem a um dos mais antigos mecânicos do país, desaparecido há algumas semanas. Joaquim Oliveira, mais conhecido como “Joaquim da Galiza”, foi um dos pioneiros da rede Yamaha original no nosso país, fazendo a transição do fato de macaco azul e instalações precárias e mal iluminadas da oficina das traseiras, para o que hoje associamos a uma loja de motos: Um showroom bem iluminado, serviço e atendimento de primeira e uma vasta gama de motos e acessórios à vista.
Reformado após fechar a empresa em 2015, o bem conhecido concessionário Yamaha da Galiza, perto do Estoril, desde cedo combinou talento mecânico com apurado faro comercial, estabelecendo-se a pouco mais dum quilometro do seu local de trabalho original, que ainda hoje é um outro concessionário Yamaha na marginal da linha de Cascais. Os seus dotes são evidenciados pelo prestígio de que goza no meio, (tendo até sido distinguido pela FNM com um Diploma de Mérito) e pelo facto de que três dos empregados da casa estiveram com ele mais de 30 anos… Nada como recordar o homem nas suas próprias palavras:
“Comecei a trabalhar aí com 10 anos… A oficina era ali na Poça, na Marginal, só depois é que se tornou no Paiva. Era a casa Aguiar Simplício Martins, uma serralharia, (mas) tinha bicicletas e motorizadas… depois, nos anos sessenta, (…) começámos a vender uma ou outra Honda e passado algum tempo a Yamaha e a partir daí, vim-me embora e tornei-me concessionário Yamaha também… Só em 1973 é que me estabeleci (…) Havia muitas marcas, as Le Poulain, que era um motor ligado ao pneu, muitas, as Mobylette, já mais conhecidas, as Ardito que eram italianas… isto era no final dos anos cinquenta, mais no princípio dos anos sessenta.”
Quanto às motos grandes, “eram as Norton, BSA, as alemãs, NSU, scooters que havia, que eram a Heinkel, a Bela Zundapp…”
Depois, vieram as japonesas, com destaque para a Yamaha: “A partir daí, foi um nunca mais acabar, comecei nas corridas, a trabalhar com o Tomás Mello Breyner, a preparar uma Sachs para o Crosse, havia outra que era Honda salvo erro, uma moto adaptada… mas isso não vingou. Depois, começou a velocidade. A valer, foi quando entrou o (filho) Nuno, com o Troféu TZR.”
Decerto, nunca será esquecido pelas várias gerações de (muitos) clientes satisfeitos. Descanse em paz.
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