Ensaio Triumph Street Triple RS 2017 – TopGun

By on 6 Julho, 2017

Enorme Expectativa

Foram algumas semanas a aguardar ansiosamente a oportunidade de rodar na nova Triumph Street Triple 765 RS, aquela que monta o motor que futuramente será utilizado nas motos de Grande Prémio Moto2. Por isso e por tudo o que temos lido sobre as qualidades e prestações da mesma a expectativa era grande.

A Triumph com o lançamento da sua nova Street Triple desdobrou a sua gama em 3 modelos com diferentes características técnicas. A versão S, mais simples, com menos electrónica e com 113cv, a R com 118cv e a RS, a topo de gama, com 123cv. É esta última que tivemos a oportunidade de ensaiar.

A RS destaca-se das suas irmãs por ter 5 modos de condução, Rain, Road, Sport, Track e Rider, este último permite ao condutor personalizar toda a electrónica da moto ao seu gosto. A RS inclui ainda ABS da Continental que pode ser desligado, Controle de tração que também pode ser desligado, caixa de velocidades com “quick-shift” só num sentido, nas reduções ainda somos obrigados a utilizar a embraiagem e esta última incorpora um sistema anti-deslizante.

Na versão RS o amortecedor traseiro é um fantástico Ohlins SXT40 e a suspensão invertida na dianteira é uma Showa de 41mm e monta uns eficientes travões radiais da Brembo modelo M50. Surpreendente é também o seu peso de apenas 166 Kg.

 

Primeiro Contacto

Nas instalações da Triumph em Lisboa esperava-nos a tão ansiada RS na sua versão negra. Grande impacto visual e um equilíbrio das suas linhas apesar da agressividade do seu design. A RS cedida vinha com baquet monolugar que acentua ainda mais o visual desportivo. Belíssima a RS, sem dúvida e um upgrade sobre a anterior 675.

Após uma breve introdução sobre a seleção dos vários modos electrónicos e funções disponíveis, algo que se aprende mais rapidamente à medida que vamos utilizando a moto, arrancamos o fantástico motor de 3 cilindros e 123cv. O ruído do escape pareceu-nos algo silenciado até percebermos que ao subir de regime o tricilíndrico da RS mostra um rugir de verdadeiro “leão”., entusiasmante mesmo e a partir das 6.000rpm a deixar bem claro qual o verdadeiro temperamento desta Triumph.

Algo que de imediato notamos é o perfeito encaixe que sentimos na RS e a facilidade com que se conduz em cidade e a leveza de todo o conjunto. Apesar de ter os espelhos retrovisores na ponta do guiador os mesmos estão bem integrados de forma a não impedir e a facilitar o circular no meio do trânsito citadino.

Outra característica que também apreciámos foi a facilidade de leitura da informação no super nítido painel TFT de 5”, que tem vários modos possíveis de visualização e contraste e um automático que combinados dão 6 hipóteses distintas, fantástico. Ao princípio custou-nos um pouco alterar os parâmetros em andamento sendo algo complexo pois há que usar dois botões, um à esquerda e outro à direita. Aconselhamos a fazer a seleção com a moto parada e só depois arrancar, pelo menos enquanto não nos habituarmos ao processo.

Entusiasmante  e Perfeita

Rodámos essencialmente em modo Road e algumas vezes em modo Sport sendo que o modo Rain apesar de não o termos utilizado pode ser utilizado em condução em cidade suavizando a mesma e diminuindo inclusivamente o consumo.

O modo Sport é o mais divertido e mostra toda a garra e potencial desta RS. Pode ser que um dia ainda tenhamos a possibilidade de a levar a um circuito e podermos testá-la em “full race mode”. Até lá só podemos imaginar o seu desempenho em circuito pelo potencial que demonstra ter quer a nível da sua motorização quer da sua ciclística.

O novo motor de 765cc é uma evolução clara do anterior, mais cilindrada e mais potência e agora de acordo com a normativa Euro 4. No seu desenvolvimento foram realizadas uma série de alterações e introduzidas novas peças que melhoraram por completo o desempenho desta nova unidade.

Às 6.000/7.000 rotações, já em auto-estrada, a RS parece transformar-se e a avaliar pelo som que sai do escape diríamos que de repente estamos numa moto diferente. A subida de regime até então suave mas enérgica é, em modo Sport e a partir das 6.000rpm , brutal e entusiasmante.

A ciclística da RS é perfeita e a moto coloca-se em curva quase de forma automática e sem esforço mantendo um comportamento absolutamente neutro mesmo a alta velocidade. Os travões Brembo são excelentes e de uma efectividade total, do melhor que existe. A combinação de suspensão Kayaba à frente e Ohlins atrás parece resultar em pleno e o seu desempenho é perfeito, inclusivamente em piso algo irregular e a dotar a RS de um conforto invulgar numa moto de cariz essencialmente desportivo.

Gostei da suavidade de caixa e do funcionamento do sistema semi-automático da mesma, preciso e efectivo, na subida de velocidades. Não senti falta de o “quick-shift” não funcionar nas reduções pois sempre usei a embraiagem para o efeito, doseando a mesma em função do regime, embora neste caso, com embraiagem deslizante, essa realidade esteja superada. Um hábito “old school” que com esta RS até é bem vindo. No entanto sentimos falta do acionamento hidráulico da embraiagem e inclusivamente o cabo da mesma está colocado numa posição estranha com uma peça que o tenta fazer derivar mas que o mantém sobre a fechadura de ignição. Um único ponto a rever.

E agora ? tenho que a devolver…

A experiência foi curta e a deixar-nos de “água na boca”. A Street Triple RS é uma daquelas motos que gostaríamos de ter sempre na nossa garagem e que nos convida constantemente a sair. E todas as ocasiões são boas para o fazer já que a RS tem atributos de sobra para transformar cada saída numa experiência única.

Pensar que tive o privilégio de rodar numa moto com característica de GP do futuro deixa-nos com aquele sentimento de enorme satisfação, sobretudo para quem ultimamente tem vivido de perto as excelentes prestações em Moto2 do nosso fantástico piloto Miguel Oliveira. Rodar na RS , que monta o futuro motor daquela classe, realidade que acaba por se transformar também numa homenagem ao Miguel.

Custou-nos por isso devolver esta máquina, verdadeira “Top Gun” e à altura de qualquer missão que, pelo seu comportamento dinâmico, facilidade de pilotagem, carácter desportivo e ciclística de topo, nos transportou para um imaginário onde tudo é possível realizar com grande emoção e espírito de aventura.

Gostámos

Motor / Agilidade / Ciclística

A melhorar

Embraiagem hidraulica

 

Cores Disponíveis Street Triple RS

Preto

Cinza mate

 

PVP’s Gama Street Triple

Street Triple RS 123cv          12.500 euros

Street Triple R   118cv           11.200 euros

Street Triple S   113cv              9.900 euros

Street Triple S A2                      8.900 euros

 

 

Ficha Técnica

 

MOTOR

Tipo Arrefecimento a líquido, 12 válvulas, DOHC, 3 cilindros em linha
Cilindrada 765 cc
Bore Stroke 77,99 mm / 53,38 mm
Compression 12,65:1
Potência máxima CE 123 PS (90,4 kW) a 11.700 rpm 77 Nm a 10.800 rpm
Binário máximo CE 77 Nm @ 10.800 rpm
Sistema Injecção electrónica sequencial multiponto de combustível

com SAI. Controlo do acelerador electrónico

Escape Sistema de escape 3 em 1 em aço inoxidável com silenciador

unilateral baixo em aço inoxidável

Transmissão Final Corrente com anel O-ring
Embraiagem Húmida, multidisco, deslizante
Caixa de velocidades 6 velocidades

CICLÍSTICA

Quadro Dianteiro – duas longarinas em alumínio. Traseiro –

fundido em molde de alta pressão de 2 peças

Braço oscilante Duplo, liga de alumínio fundido
Roda dianteira Liga de alumínio fundido, 5 raios, 17 x 3,5 pol
Roda traseira Liga de alumínio fundido, 5 raios, 17 x 5,5 pol
Pneu dianteiro 120/70ZR17
Pneu traseiro 180/55ZR17
Suspensão dianteira Forquetas invertidas de pistão grande (BPF) Showa de 41 mm,

curso da roda dianteira de 115 mm. Compressão e extensão de

hidráulico ajustáveis e pré-carga ajustável.

Suspensão traseira Amortecedor único Öhlins STX40 com reservatório complementar,

curso da roda traseira de 131 mm. Pré-carga da mola (anéis retentores),

compressão e extensão de hidráulico ajustáveis.

Travão dianteiro Discos duplos flutuantes de 310 mm, pinças radiais monobloco de

4 pistões Brembo, com ABS comutável.

Travão traseiro Disco individual de 220 mm fixo, pinça deslizante de pistão único

Brembo, com ABS comutável.

Painel de instrumentos e funções Painel de instrumentos TFT de 5″ a cores com 2 temas, 3 estilos e

opções de alto/baixo contraste

DIMENSÕES

Largura do guiador 735 mm
Altura (sem espelhos) 1085 mm
Seat Height 825 mm
Distância entre eixos 1410 mm
Inclinação 23.9º
Avanço 100 mm
Peso en seco 166 kg
Capacidade do depósito 17,4 l

 

 CONCORRÊNCIA

  

Kawasaki Z900 / 948cc / 125cv / 210 Kg / 9.995 euros

 

MV Agusta Brutale 800 / 798cc / 116cv / 175 Kg / 13.800 euros

 

 Yamaha MT09 / 847cc / 115cv / 193 Kg / 9.295 euros

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