Ensaio Triumph Street Triple RS 2017 – TopGun
Enorme Expectativa
Foram algumas semanas a aguardar ansiosamente a oportunidade de rodar na nova Triumph Street Triple 765 RS, aquela que monta o motor que futuramente será utilizado nas motos de Grande Prémio Moto2. Por isso e por tudo o que temos lido sobre as qualidades e prestações da mesma a expectativa era grande.
A Triumph com o lançamento da sua nova Street Triple desdobrou a sua gama em 3 modelos com diferentes características técnicas. A versão S, mais simples, com menos electrónica e com 113cv, a R com 118cv e a RS, a topo de gama, com 123cv. É esta última que tivemos a oportunidade de ensaiar.
A RS destaca-se das suas irmãs por ter 5 modos de condução, Rain, Road, Sport, Track e Rider, este último permite ao condutor personalizar toda a electrónica da moto ao seu gosto. A RS inclui ainda ABS da Continental que pode ser desligado, Controle de tração que também pode ser desligado, caixa de velocidades com “quick-shift” só num sentido, nas reduções ainda somos obrigados a utilizar a embraiagem e esta última incorpora um sistema anti-deslizante.
Na versão RS o amortecedor traseiro é um fantástico Ohlins SXT40 e a suspensão invertida na dianteira é uma Showa de 41mm e monta uns eficientes travões radiais da Brembo modelo M50. Surpreendente é também o seu peso de apenas 166 Kg.
Primeiro Contacto
Nas instalações da Triumph em Lisboa esperava-nos a tão ansiada RS na sua versão negra. Grande impacto visual e um equilíbrio das suas linhas apesar da agressividade do seu design. A RS cedida vinha com baquet monolugar que acentua ainda mais o visual desportivo. Belíssima a RS, sem dúvida e um upgrade sobre a anterior 675.
Após uma breve introdução sobre a seleção dos vários modos electrónicos e funções disponíveis, algo que se aprende mais rapidamente à medida que vamos utilizando a moto, arrancamos o fantástico motor de 3 cilindros e 123cv. O ruído do escape pareceu-nos algo silenciado até percebermos que ao subir de regime o tricilíndrico da RS mostra um rugir de verdadeiro “leão”., entusiasmante mesmo e a partir das 6.000rpm a deixar bem claro qual o verdadeiro temperamento desta Triumph.
Algo que de imediato notamos é o perfeito encaixe que sentimos na RS e a facilidade com que se conduz em cidade e a leveza de todo o conjunto. Apesar de ter os espelhos retrovisores na ponta do guiador os mesmos estão bem integrados de forma a não impedir e a facilitar o circular no meio do trânsito citadino.
Outra característica que também apreciámos foi a facilidade de leitura da informação no super nítido painel TFT de 5”, que tem vários modos possíveis de visualização e contraste e um automático que combinados dão 6 hipóteses distintas, fantástico. Ao princípio custou-nos um pouco alterar os parâmetros em andamento sendo algo complexo pois há que usar dois botões, um à esquerda e outro à direita. Aconselhamos a fazer a seleção com a moto parada e só depois arrancar, pelo menos enquanto não nos habituarmos ao processo.
Entusiasmante e Perfeita
Rodámos essencialmente em modo Road e algumas vezes em modo Sport sendo que o modo Rain apesar de não o termos utilizado pode ser utilizado em condução em cidade suavizando a mesma e diminuindo inclusivamente o consumo.
O modo Sport é o mais divertido e mostra toda a garra e potencial desta RS. Pode ser que um dia ainda tenhamos a possibilidade de a levar a um circuito e podermos testá-la em “full race mode”. Até lá só podemos imaginar o seu desempenho em circuito pelo potencial que demonstra ter quer a nível da sua motorização quer da sua ciclística.
O novo motor de 765cc é uma evolução clara do anterior, mais cilindrada e mais potência e agora de acordo com a normativa Euro 4. No seu desenvolvimento foram realizadas uma série de alterações e introduzidas novas peças que melhoraram por completo o desempenho desta nova unidade.
Às 6.000/7.000 rotações, já em auto-estrada, a RS parece transformar-se e a avaliar pelo som que sai do escape diríamos que de repente estamos numa moto diferente. A subida de regime até então suave mas enérgica é, em modo Sport e a partir das 6.000rpm , brutal e entusiasmante.
A ciclística da RS é perfeita e a moto coloca-se em curva quase de forma automática e sem esforço mantendo um comportamento absolutamente neutro mesmo a alta velocidade. Os travões Brembo são excelentes e de uma efectividade total, do melhor que existe. A combinação de suspensão Kayaba à frente e Ohlins atrás parece resultar em pleno e o seu desempenho é perfeito, inclusivamente em piso algo irregular e a dotar a RS de um conforto invulgar numa moto de cariz essencialmente desportivo.
Gostei da suavidade de caixa e do funcionamento do sistema semi-automático da mesma, preciso e efectivo, na subida de velocidades. Não senti falta de o “quick-shift” não funcionar nas reduções pois sempre usei a embraiagem para o efeito, doseando a mesma em função do regime, embora neste caso, com embraiagem deslizante, essa realidade esteja superada. Um hábito “old school” que com esta RS até é bem vindo. No entanto sentimos falta do acionamento hidráulico da embraiagem e inclusivamente o cabo da mesma está colocado numa posição estranha com uma peça que o tenta fazer derivar mas que o mantém sobre a fechadura de ignição. Um único ponto a rever.
E agora ? tenho que a devolver…
A experiência foi curta e a deixar-nos de “água na boca”. A Street Triple RS é uma daquelas motos que gostaríamos de ter sempre na nossa garagem e que nos convida constantemente a sair. E todas as ocasiões são boas para o fazer já que a RS tem atributos de sobra para transformar cada saída numa experiência única.
Pensar que tive o privilégio de rodar numa moto com característica de GP do futuro deixa-nos com aquele sentimento de enorme satisfação, sobretudo para quem ultimamente tem vivido de perto as excelentes prestações em Moto2 do nosso fantástico piloto Miguel Oliveira. Rodar na RS , que monta o futuro motor daquela classe, realidade que acaba por se transformar também numa homenagem ao Miguel.
Custou-nos por isso devolver esta máquina, verdadeira “Top Gun” e à altura de qualquer missão que, pelo seu comportamento dinâmico, facilidade de pilotagem, carácter desportivo e ciclística de topo, nos transportou para um imaginário onde tudo é possível realizar com grande emoção e espírito de aventura.
Gostámos
Motor / Agilidade / Ciclística
A melhorar
Embraiagem hidraulica
Cores Disponíveis Street Triple RS
Preto
Cinza mate
PVP’s Gama Street Triple
Street Triple RS 123cv 12.500 euros
Street Triple R 118cv 11.200 euros
Street Triple S 113cv 9.900 euros
Street Triple S A2 8.900 euros
Ficha Técnica
MOTOR
Tipo | Arrefecimento a líquido, 12 válvulas, DOHC, 3 cilindros em linha |
Cilindrada | 765 cc |
Bore Stroke | 77,99 mm / 53,38 mm |
Compression | 12,65:1 |
Potência máxima CE | 123 PS (90,4 kW) a 11.700 rpm 77 Nm a 10.800 rpm |
Binário máximo CE | 77 Nm @ 10.800 rpm |
Sistema | Injecção electrónica sequencial multiponto de combustível
com SAI. Controlo do acelerador electrónico |
Escape | Sistema de escape 3 em 1 em aço inoxidável com silenciador
unilateral baixo em aço inoxidável |
Transmissão Final | Corrente com anel O-ring |
Embraiagem | Húmida, multidisco, deslizante |
Caixa de velocidades | 6 velocidades |
CICLÍSTICA
Quadro | Dianteiro – duas longarinas em alumínio. Traseiro –
fundido em molde de alta pressão de 2 peças |
Braço oscilante | Duplo, liga de alumínio fundido |
Roda dianteira | Liga de alumínio fundido, 5 raios, 17 x 3,5 pol |
Roda traseira | Liga de alumínio fundido, 5 raios, 17 x 5,5 pol |
Pneu dianteiro | 120/70ZR17 |
Pneu traseiro | 180/55ZR17 |
Suspensão dianteira | Forquetas invertidas de pistão grande (BPF) Showa de 41 mm,
curso da roda dianteira de 115 mm. Compressão e extensão de hidráulico ajustáveis e pré-carga ajustável. |
Suspensão traseira | Amortecedor único Öhlins STX40 com reservatório complementar,
curso da roda traseira de 131 mm. Pré-carga da mola (anéis retentores), compressão e extensão de hidráulico ajustáveis. |
Travão dianteiro | Discos duplos flutuantes de 310 mm, pinças radiais monobloco de
4 pistões Brembo, com ABS comutável. |
Travão traseiro | Disco individual de 220 mm fixo, pinça deslizante de pistão único
Brembo, com ABS comutável. |
Painel de instrumentos e funções | Painel de instrumentos TFT de 5″ a cores com 2 temas, 3 estilos e
opções de alto/baixo contraste |
DIMENSÕES
Largura do guiador | 735 mm |
Altura (sem espelhos) | 1085 mm |
Seat Height | 825 mm |
Distância entre eixos | 1410 mm |
Inclinação | 23.9º |
Avanço | 100 mm |
Peso en seco | 166 kg |
Capacidade do depósito | 17,4 l |
CONCORRÊNCIA
Kawasaki Z900 / 948cc / 125cv / 210 Kg / 9.995 euros
MV Agusta Brutale 800 / 798cc / 116cv / 175 Kg / 13.800 euros
Yamaha MT09 / 847cc / 115cv / 193 Kg / 9.295 euros
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