Indústria: Escassez de magnésio preocupa os fabricantes

By on 8 Novembro, 2021

Se a crise sanitária não foi fácil de administrar, a pós-pandemia também representa sua quota de problemas, em particular para o sector dos transportes.

No ano passado, o sector foi fortemente impactado por restrições a viagens, a produção diminui, mas apesar disso, os fabricantes de veículos de duas rodas resistiram melhor e estão até a mostrar excelentes resultados em 2021.

Até agora, os fabricantes foram surpreendidos com a escassez de semicondutores, precisamente numa altura em que a procura explodiu. Os stock esvazaram e os atrasos nas entregas de veículos acumlaram-se, a tal ponto que os cenários mais otimistas não preveem um regresso à normalidade antes de meados de 2022. Face a esta situação, os fabricantes europeus estão a fazer uma campanha com os organismos europeus, por forma a repatriar a produção de semicondutores para o velho continente. Contudo, a falta de chips talvez seja a menor das preocupações, porque outra ruptura ameaça: a escassez de magnésio.

Este metal é muito utilizado na indústria por estar presente em diversas ligas que são utilizadas para componentes do quadro das motos e chassis de automóveis. O problema é que 95% do magnésio usado na Europa também vem da China e aquele país também luta para acompanhar o ritmo pelas mesmas razões da falta de semicondutores.

Com nenhum ou quase nenhum stock desse material, os fabricantes chineses praticamente não exportam magnésio para a Europa desde setembro e esse material é, portanto, quase impossível de encontrar em toda a União Europeia. Além disso, devido à escassez o preço do magnésio está 7 vezes mais caro em comparação com o início do ano.

Para a ACEA, a principal associação de construtores da Europa, as consequências económicas devem ser dramáticas, pois a ruptura pode ser total em poucas semanas. Se tal cenário ocorresse, muitas as produções teriam que paralizar. A ACEA também teme o fecho de negócios e cortes de empregos, e acaba de enviar uma carta aberta às autoridades europeias para encontrar uma soluções de “curto prazo”.

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