Protestos contra o uso obrigatório do airbag por motociclistas profissionais
O ministro dos transportes cipriota, quer que todos os motociclistas profissionais usem vestuário de protecção obrigatório e um blusão com airbag. A medida em projeto, despoletou de imediato uma onda de contestação.
Fonte: FEMA
À cabeça dos protestos está o Cyprus Motorcycle Rights Club (CMRC) – membro da FEMA -, que numa carta recente ao Ministro dos Transportes, Comunicações e Obras Públicas do Chipre e a todos os outros organismos competentes, apresentou as suas objecções a esta nova proposta de lei que implementa o uso obrigatório de airbag para os motociclistas profissionais… Uber eats, carteiros, etc.
O CMRC está muito preocupado com ao uso obrigatório de airbags, uma vez que são activados por sensor, ou devem ser ligados através de um acessório especial a qualquer moto. O problema é que isto cria grandes dificuldades para o condutor entrar e sair da moto, e se este se esquecer de desligar o airbag este pode ser activado. Além disso, os airbags de cordão de tracção são activados independentemente da velocidade e da trajectória da moto. Isto significa que mesmo em caso de paragem ou movimento brusco do tronco (por exemplo, nas curvas) existe o risco de activação.
Além disso, os airbags de cordão são activados apenas em caso de queda do condutor. No caso do condutor encontrar qualquer obstáculo (por exemplo, um buraco) que o faça levantar-se momentâneamente do assento, o airbag poderia activar-se lançando o condutor ao solo. Quanto aos airbags algoritmos, que funcionam com baterias ou com uma subscrição mensal, se o proprietário se esquecer de carregar o airbag ou pagar a subscrição, o airbag não será activado em caso de emergência!
Em geral, embora os airbags de colete padrão sejam utilizados pelos motociclistas da polícia há quase uma década, a sua integração nos blusões é uma tecnologia relativamente recente e só é utilizada nas corridas de moto mais exigentes, como o Moto GP ou no Rally Dakar. Além disso, não existe actualmente nenhuma norma europeia de testes de segurança, o que resulta em questões razoáveis sobre o nível de segurança que podem proporcionar.
Outro detalhe importante é que não existe legislação que determine o que constitui um motociclista “profissional”, criando problemas óbvios na aplicação da lei. Actualmente, um motociclista profissional é considerado como um Uber eats, um carteiro, um empregado que mede a utilização de electricidade ou água, um empregado que transporta documentos ou peças sobressalentes, criando assim uma grande lacuna para todos os que se enquadram em categorias intermédias de utilização de motociclos.
Além disso, a CMRC discorda fortemente do facto de a inspecção do airbag dever ser realizada pela polícia, uma vez que isso seria considerado uma busca corporal e a legalidade de tal inspecção é razoavelmente elevada. A nossa opinião é que o empregador deve fornecer equipamento básico de segurança (capacete) aos empregados e, através da formação de escolas de condução aprovadas, assegurar um excelente conhecimento das regras e regulamentos do trânsito rodoviário.
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