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UE quer alargar a obrigatoriedade do ABS às pequenas cilindradas

By on 15 Junho, 2023

O sistema de travagem com ABS já é obrigatório no espaço da União Europeia desde 2016 para novos modelos acima de 125cc, mas em breve poderá se tornar também para motores menores.

Obrigatório em todas as motos novas , incluindo scooters, com cilindrada superior a 125cc, o sistema ABS poderá em breve tornar-se obrigatório para todos os veículos de duas rodas com cilindrada igual ou inferior a 125cc. A proposta vem do European Transport Safety Council (ETSC), segundo o qual o ABS também estaria nos modelos 125 e “cinquenta”, um sistema válido para aumentar a segurança rodoviária para todos os utilizadores. Por enquanto, ressalte-se, não há obrigatoriedade, mas não se pode descartar (aliás) de forma alguma que a proposta do Conselho da União Europeia se transforme muito em breve numa receita inegável.

O uso do ABS em motos já tem mais de 30 anos, tendo sido a BMW uma das percusoras no seu desenvolvimento

Para que serve o ABS e como funciona?

O ABS ou sistema de travagem anti-bloqueio, evita o deslizamento na hora de travar, sobretudo nos casos em que o piso está molhado. Por isso, a sua utilização tornou-se obrigatória para zelar para segurança de todos os condutores de moto.

Inicialmente, a sua utilização era exclusivamente obrigatória para os automóveis, desde que a norma se tornou obrigatória em 2003, mas, desde janeiro de 2016 as motos estão sujeitas à obrigatoriedade de contarem com o sistema ABS em todos os modelos homologados pelos fabricantes e com mais de 125cc. Com o sistema ABS de ajuda à travagem poderiam evitar-se entre 1 e 4 acidentes graves ou mortais e quase 38% dos acidentes com lesões físicas. Dizia-se na altura.

Funcionando em conjunto com o sistema de travagem tradicional da moto, o ABS é constituído por uma unidade de controlo que se coloca junto ao circuito do liquido dos travões e é este que recebe a informação dos sensores que controlam o rolar das rodas da moto para atuar. O dispositivo perante o risco do sistema de travagem bloquear, impede esse bloqueio de acontecer.  Sem um sistema ABS poderia produzir-se a queda do condutor da moto ou o capotamento da mesma de forma fácil mesmo por pouca água que exista na calçada. Mas ao actuar, o ABS o bloqueio das rodas, compensa e garante uma travagem em menor espaço, homogénea e estável. Os sensores localizados no travão monitorizam continuadamente a velocidade e a probabilidade de bloqueio e, em caso de ser preciso, a unidade hidráulica do ABS reduz a pressão do travão para manter a moto estável.

Faz sentido usar o ABS nas ‘cinquenta’?

O ABS, pelo seu tamanho, peso e preço, era inviável e impossível nas motos, sobretudo nas de menor cilindrada. Mas a sua evolução deixou de lado os complexos sistemas de 4 kg e deu lugar a outros que pesam pouco mais de 400 gramas, com preços mais acessíveis. O seu desenvolvimento ao longo dos anos, permite que atue corretamente mesmo quando se aciona o pedal num curva inclinada ou então com a ajuda de sistemas de controlo de estabilidade mais avançados, como o MSC. Por fim, o desenvolvimento eletrónico começa a permitir incorporar nas motos topo de gama e também em modelos mais generalistas, outros elementos de segurança ativa como o controlo de estabilidade ou ESP para motos.

A ADAC elaborou estudos que indicam que graças à contribuição do ABS, a distância necessária de travagem reduz-se em 25% a uma velocidade de 100 km/h. Entre outras vantagens, também se destaca o dispositivo que contribui para reforçar a estabilidade da moto ao acionar os travões, evitando assim a queda dos condutores, sobretudo em superfícies molhadas.

As ‘cinquenta’ em queda livre

Em declínio acentuado em comparação com os “bons velhos tempos”, quando centenas de milhares de modelos foram vendidos, as 50cc tornaram-se bastante “impopulares” nos últimos anos. Os jovens de quatorze anos de hoje preferem smartphones ou, em todo caso, esperam pelo menos até aos dezesseis para ter uma 125. E isto não acontece apenas no nosso pais.

Em Itália tem-se verificado uma queda na procura que também se refletiu numa queda na oferta em apenas alguns anos. Os números falam por si: durante o primeiro semestre de 2022, o mercado de ciclomotores voltou a crescer após anos de quebra (ainda que intercalados com flashes positivos) com +10% face ao primeiro semestre de 2021 correspondendo a 11.756 novas ‘cinquenta’ matriculadas.

Um número certamente significativo se considerarmos que dois anos antes, ou seja, em 2019, o número de ciclomotores vendidos em Itália ultrapassou a barreira das 20.000 unidades com 20.357 novos registos.  Em Itália, no distante ano de 1980, foram vendidos 815.000 ciclomotores em apenas um ano! Será que algum dia voltaremos a esses níveis? É difícil de acreditar nisso, mesmo com os novos modelos elétricos do mesmo segmento.

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