Luzes de aviso e sistemas de assistência à condução… serão suficientemente perceptíveis?

By on 20 Abril, 2023

Os sistemas de auxílio à condução são úteis para nos avisar de um perigo potencial, mas devem ser facilmente perceptíveis. Em muitos casos, este não é o caso e os tempos de reação são decididamente muito longos, de acordo com um estudo feito pelo Consórcio Connected Motorcycles.

Com a chegada dos sistemas de assistência à condução, o painel de instumentos da moto vai ficando cada vez mais parecido com o tablier de um avião, com muitos botões e, sobretudo, uma panóplia desmesurada de luzes de alerta prontas a acender e avisar o condutor para um perigo iminente. É uma pena que, em muitos casos, este último, até se esforce para entender toda essa panóplia de informações. Por exemplo, no nosso caso, antes de partimos com uma moto para um teste de estrada, verificamos tudo isso.

Quem fez soar o alarme para este tema foi o Consórcio Connected Motorcycles (CCM), uma organização sem fins lucrativos nascida da colaboração entre associações, pesquisadores, fornecedores e fabricantes de motos com o objetivo de promover e desenvolver sistemas de transporte inteligentes em escala global – que realizou um estudo sobre como os motociclistas reagem, de fato, aos avisos de perigo que acendem nas motos. E os resultados não são nada bons.

O estudo do CCM e os tempos de reação

O estudo envolveu 21 participantes do sexo masculino e 3 senhoras ao longo de uma rota de teste de 37 km no simulador, dentro e fora da cidade, pontilhada por inúmeros “pontos de perigo” (inicialmente invisíveis para os motociclistas) perto dos quais – ou seja, 3 segundos antes do perigo realmente tornou-se visível para o condutor – uma luz vermelha de alerta de perigo acendeu no painel.

Em 16,7% dos casos, o alerta nem foi percebido, enquanto nos demais casos demorou em média 1 segundo desde o acender da luz de aviso até ao seu avistamento por parte do condutor, levando 2 segundos (sempre em média) para fechar o acelerador e até 2,5 segundos para aplicar os travões. Tempos estes, que tornam os avisos (quase) inúteis.

Nove dos 24 participantes, condutores com idades entre 22 e 60 anos, afirmaram que a luz de advertência deveria ser posicionada mais alto no painel, mais ao nível dos olhos. Destes, 5  teriam desejado que piscasse a luz de aviso, e 7 combinada com um sinal acústico. Daí as conclusões do CMC que, denunciando a ineficácia – ainda que parcial – dos sistemas de luzes de aviso serem notados, destacando a necessidade de tornar os sinais muito mais “incisivos” na atenção do condutor.

Por outro lado, deve-se lembrar que os auxílios à condução são bons e podem ser extremamente úteis, mas os olhos de um condutor atento ainda não podem ser substituídos por uma câmara ou radar.

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments