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Honda CBR1000RR-R SP Fireblade: Lâmina bem afiada | Contacto

By on 22 Abril, 2024

Apesar da sua génese ocorrer em 1992, a “Fireblade” como hoje a conhecemos, surgiu apenas em 2004, com a 7ª geração, sucedendo assim à 954, uma das motos desportivas mais icónicas e marcantes da história recente da Honda. O incremento de cilindrada viu a CBR passar de uma 900 cc, para uma desportiva de 1000 cc. Em 2024, passou a ser a super-desportiva mais potente de série com 217 cv. E foi no autódromo internacional do Algarve que a fomos conhecer e colocar à prova.

Míssil japonês

No dia anterior ao teste em pista desta nova CBR1000RR-R SP, fomos brindados (como é habitual) com a apresentação técnica do modelo, e algo que chamou imediatamente à atenção foi a sua potência. Falamos de uma moto que vem agora de série com 217 cv às 14.000 rpm, o que nos faz imediatamente pensar que a eletrónica tem efetivamente de ser bastante eficaz de forma a que possamos controlar toda essa potência. Mas mais do que os números, o que conseguimos verificar quando pilotámos a “Blade” no circuito do Algarve, foi a sua disponibilidade e capacidade de andar para a frente sem assustar mesmo os menos experientes. Aqui entra também em ação um mecanismo de abertura variável de válvulas construído pela Honda, para que a entrega de potência seja mais linear e suave ao longo de toda a faixa de rotação, especialmente em baixos e médios regimes – médios regimes esses que foram um dos focos de maior atenção da marca nipónica. Ora, este sistema consiste em dois motores diferentes, sendo que um está responsável pelo primeiro e segundo cilindro e o outro pelo terceiro e quarto. Assim, ao rodar o punho direito, e em sintonia com a centralina da moto, estes motores vão abrir primeiro os dois primeiros cilindros (numa fase inicial do curso do acelerador) e o terceiro e quarto quando a rotação começa a subir um pouco mais. Às 4.000 rpm já estão os quatro cilindros “abertos” e a funcionar em harmonia. (Podem consultar aqui o vídeo no canal de Youtube onde disponibilizamos também o vídeo explicativo deste sistema.)

Isto traduzido para a utilização real da moto, oferece maior suavidade em curvas onde vamos algum tempo com acelerador constante, como também uma utilização mais fácil de toda a potência disponível, de forma mais linear. Sentimos também que o som do sistema Akrapovic fica muito mais interessante em baixas rotações, uma vez que é quase como se esta Fireblade estivesse a trabalhar apenas a dois cilindros, dando um “rugir” muito interessante à moto. Contudo, e apesar de termos sentido que estes 217 cv se tornam muito doseáveis devido a este sistema e a toda a eletrónica, nunca nos podemos esquecer dos números que estamos a falar. E a verdade é que esta nova CBR1000 anda, e anda muito. Depois de termos circulado na CBR600RR da parte da manhã, passar para a super-desportiva da Honda foi uma mudança grande que exigiu calma e tempo de adaptação porque tudo acontece muito mais depressa. Seja na saída de uma curva para outra ou na entrada da reta da meta, é importante perceber que temos de ter já a moto bem apontada para onde queremos ir porque assim que rodamos o punho direito na sua totalidade, a CBR1000RR-R SP é um autêntico míssil e tudo acontece a uma velocidade muito elevada. Isto também se deve ao facto da Honda ter tido em atenção os comentários dos seus utilizadores no que diz respeito a reduzir a transmissão final da moto, oferecendo assim mais aceleração à mesma. Aqui entra também o departamento da aerodinâmica, departamento esse muito importante e que também trabalhou a fundo de forma a oferecer mais estabilidade e segurança a esta moto.

Rigidez necessária

Termos estado aos comandos da CBR600RR da parte da manhã e depois termos passado para a Fireblade acabou por ser bastante positivo também para conseguirmos um termos de comparação entre as duas motos e também entre cilindradas bem distintas. Para além de estarmos a falar de uma diferença de sensivelmente 100 cv entre ambas, a rigidez que sentimos numa e noutra é totalmente diferente. Esta CBR1000RR-R SP passou imediatamente a sensação de que seria altamente rígida em todo o seu conjunto e que, provavelmente não nos passaria as sensações corretas. Ainda assim, essas sensações foram rapidamente desmentidas quando começámos a circular um pouco mais rápido com a moto. É verdade que todo o conjunto de suspensões e quadro não estão propriamente pensados para serem confortáveis, mas são extremamente eficazes.

As suspensões eletrónicas da Ohlins realizam um trabalho fantástico na leitura do asfalto e nos ajustes que realizam ao milissegundo. Todo o ajuste é realizado de forma automática, tanto na dianteira, como na traseira, à exceção da definição de pré-carga que tem de ser realizada manualmente. Ainda assim contamos com a ajuda da eletrónica para nos indicar qual o ajuste mais acertado para nós. Basta dizer à Fireblade qual o nosso peso, e com base nisso, a eletrónica vai apresentar no painel qual o ajuste de pré-carga que devemos colocar na dianteira e traseira. Acima de tudo sentimos que quanto mais rápido pilotamos, melhor as suspensões e quadro se comportam em qualquer situação. A rigidez transforma-se em precisão e esta nova CBR está efetivamente uma lâmina bem afiada e com uma precisão imensa na entrada em curva, permitindo depois desenhar trajetórias perfeitas – se o piloto tiver essa capacidade. Ainda no departamento da ciclística, a travagem foi entregue à Brembo e muito bem.

Com dois discos de 330 mm na dianteira com pinças Brembo Stylema R, o que não falta definitivamente à nova Fireblade é potência de travagem. Mais do que a potência, temos de referir o excelente tato da manete direita, algo muito importante quando falamos de uma moto tão potente. Apesar dos engenheiros japoneses não permitirem que se desligue o ABS na roda dianteira – à semelhança da CBR600RR – sentimos que o Cornering ABS está bem calibrado e só o sentimos em situações extremas, sabendo que se alguém adquirir esta moto para correr vai desligar imediatamente o mesmo. Contudo, para alguém que pensa fazer Track Days esporádicos ou tem um nível de pilotagem mais baixo, o sistema não será intrusivo e poderá mesmo ser uma ajuda em situações limite.

Eletrónica para todos os gostos

Quando falamos de uma super-desportiva, seja de que marca for, estamos, regra geral, a falar de uma moto que vai equipar a tecnologia mais avançada que a marca tem para oferecer. Com a CBR1000RR-R SP é isso mesmo que verificamos. Contamos com uma centralina Bosch de 6 eixos que realiza leituras ao milissegundo, estando diretamente ligada a sistemas como o ABS, controlo de tração, anti-cavalinho, travão de motor e também às suspensões. Temos ainda um painel TF de 5” onde podemos alternar entre 4 modos de condução, sendo três deles modos pré-definidos e um modo User. O controlo de tração tem 9 modos diferentes e mesmo em modos mais intrusivos, nunca sentimos que a sua atuação fosse prejudicial à nossa progressão. Progressão essa que foi ajudada e muito pelo QuickShifter absolutamente fenomenal da Fireblade. Fosse em aceleração ou em travagem, a velocidade a que o sistema atua é tão elevada que é absolutamente impossível de reproduzir por via humana deitando mão à embraiagem. E mais do que a rapidez, surpreendeu pela sua suavidade e estabilidade mesmo em reduções mais bruscas. Em suma, sentimos que tudo na CBR1000RR-R está extremamente bem calibrado e a funcionar em harmonia, de forma que nos mantenha em segurança, sem impedir que consigamos ser rápidos na nossa pilotagem.

Cada vez mais afiada

A Honda revolucionou a CBR1000RR-R em 2020, com alterações profundas relativamente à geração anterior, e o feedback foi bastante positivo. Ainda assim, havia certos detalhes que incomodavam a maioria dos utilizadores e também as equipas de competição. Nesse sentido a marca nipónica foi evoluindo uma base que era já bastante sólida, conseguindo agora chegar à Fireblade de 2024, uma moto extremamente competente em todas as frentes e pronta a atacar qualquer autódromo do mundo. A última evolução era já extremamente sólida em todos os departamentos e muito forte em todos os campeonatos domésticos, principalmente nos que exigem menos preparação das motos, ficando sempre aquém no campeonato do mundo de SBK. Com este evolução a Honda pretende continuar a oferecer uma das melhores motos super-desportivas do mercado, atacando claramente todos os campeonatos nacionais e WSBK de forma ainda mais forte. Para o utilizador comum, as capacidades desta moto excedem largamente tudo o que possamos imaginar fazer com ela, já na competição, resta aguardar para ver o que faz a marca da asa dourada.

24YMCBRFAMILY
CARACTERÍSTICAS TÉCNICASHonda CBR1000RR-R SP Fireblade
MOTOR 
Cilindrada999.9 cc
Potência217 cv (160 kW)  @ 14.000rpm
Binário113 Nm @ 12.500 rpm
Nº de Cilindros4 cilindros em linha
TRANSMISSÃO 
Caixa de Velocidades6 Velocidades
Tipo de CaixaManual
QuickShiftSim
EmbraiagemMultidisco em banho de óleo, hidráulica assistida, embraiagem deslizante
Transmissão FinalCorrente
QUADRO 
Tipo de QuadroAlumínio
Sub-QuadroAlumínio
SUSPENSÕES 
Suspensão DianteiraSuspensões eletrónicas Ohlins NPX S-EC3.0, 43mm
Curso da Susp. Dianteira125 mm
Suspensão TraseiraAmortecedor eletrónico Ohlins TTX36 S-EC3.0
Curso da Susp. Traseira143 mm
TRAVÕES 
Travões dianteirosDuplo disco flutuante 330 mm
Pinças de Travão Diant.Radiais de 4 pistões, Brembo Stylema R
Travão TraseiroDisco de 220 mm
Pinça Travão Tras.2 pistões Brembo
 
JANTES E PNEUS 
Medida do Pneu Diant.120/70 ZR17
Medida do Pneu Tras.200/55 ZR17
AJUDAS ELECTRÓNICAS 
Modos de Motor4
OutrosABS em curva, TC, Quickshifter, Throttle By Wire, Anti cavalinho, travão motor, abertura de válvulas variável
Controle de Binário e TraçãoSim
DIMENSÕES 
Distância entre Eixos1455 mm
Altura do Assento830 mm
Distância ao Solo130 mm
Capacidade do Depósito16.5 Litros
Peso a cheio201 Kg
CONSUMOS / EMISSÔES 
Consumo Médio – anunciadon.d
Consumo Médio – testadon.d
Emissões CO2Euro 5+
CORES 2020 / PVP 
Variantes / CoresTricolor; Preto
PVP Base s/ despesas de mat.27.000€
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