De França, com bom gosto: Uma Kawasaki ER-6N muito especial

By on 28 Março, 2019

Sempre que se fala numa moto sensata para utilização diária, a Kawasaki ER-6N aparece como uma candidata lógica. É barata, com boa potência e comportamento dinâmico e um ar moderno e descomplicado.

Porém, em termos de personalizações, a ER-6N passa um bocado despercebida, já que não encaixa propriamente na definição habitual de “muscle bike” de altas cavalagens, nem é, à partida, uma clássica moderna. Mas o Lionel, da Duke Motorcycles, em Nice, França, viu a coisa de forma diferente. Até recentemente, a sua moto de estrada era um ER-6N branca de 2011. Então ele comprou uma Ducati Monster 600 – e ficou sem saber o que fazer com a sua Ninja naked…

Lionel colocou a ER-6N na bancada para lhe dar alguma atenção e uma limpeza, e quando deu por ela, estava a personalizá-la com peças soltas que tinha pela oficina. Primeiro, foi um guiador, pneus de TT e um velocímetro… já era um começo em termos de personalização.

Uma hora e muito desmontar depois, tudo o que restava na bancada de trabalho da ER6 era o quadro e o motor. E Lionel começou a transformar a sua moto na Street Fighter de aspeto agressivo que se vê nas fotos. As primeiras mudanças foram todas coisas que mal se notam à vista desarmada. Ele removeu a caixa de ar e instalou um conjunto de filtros de ar independentes. Também instalou uma bateria de iões de lítio e relocou um monte de componentes elétricos para os colocar fora de vista.

A carroceria radical da ER-6N é uma mistura de peça de origem com outras personalizadas. Lionel gostava do depósito, dos painéis laterais e da quilha – por isso, esses ele manteve. Mas descartou o assento volumoso, fabricando uma peça de alumínio mais minimalista para caber no seu lugar. O banco assenta num sub-quadro personalizado e é acabado em Alcantara, estofada na NMB Design.

O padrão de costura é imitado na parte de baixo do remate, onde Lionel também embutiu um LED vermelho, com pequenos orifícios para a luz penetrar. Não é a luz traseira oficial, porém, pois essa está mais abaixo, no suporte da chapa de matrícula personalizada. Há mais chapa na frente – nomeadamente uma nova cobertura de farol com proteções de garfo integradas. E um LED coberto por uma rede de alumínio impressionante. Tanto a frente personalizada como as extremidades traseiras foram moldadas para complementar as peças de origem, resultando num design fluído em toda a moto. Essa grelha do farol também é um piscar de olhos ao Bugatti Veyron.

É uma conexão estranha, mas Lionel sempre gostou do supercarro francês de mil cavalos, e falava do estilo futurista que ele queria dar à moto. É também de onde ele tirou o novo esquema de cores da Kawasaki: o branco e azul é baseado no esquema de “ouro branco” da Bugatti. Lionel executou a pintura e depois refez as cabeças dos cilindros, a tampa das válvulas e a mola do amortecedor traseiro – e até as rodas.

A suspensão e os travões da Kawasaki funcionam bem o suficiente de origem, por isso Lionel deixou-os sem alterações. Mas ainda atualizou os travões e melhorou o sistema com novos tubos de malha de aço. Os pneus são Continental TKC80s. Na parte de cima há um conjunto de guiadores CNC Racing, novos punhos, um mostrador Koso e um único espelho na extremidade do guiador da Highsider. Lionel encurtou as manetes de origem e depois gravou o seu logótipo nelas.

A moto também tem novas peseiras da Valter Moto. Um novo silenciador da empresa italiana Giannelli completa o pacote. Está montado nos tubos de origem, e sim, eles estão embrulhados com fita de titânio. (É um look um bocado gasto, mas neste caso é um trabalho tão bom, que perdoamos ao Lionel). Como Street Fighter, esta personalização prática, estilosa e económica toca em todos os pontos certos…

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