Afinal, os chineses também inventam. A QJ Motor patenteou uma embraiagem controlada eletronicamente, que permitirá que qualquer moto com transmissão manual seja convertida em automática.

A indústria chinesa de motos está a tornar-se cada vez mais visível no Ocidente, embora em alguns aspectos ainda esteja atrás dos europeus e japoneses. Um dos grandes trunfos das marcas chinesas é o preço , mas à medida que os seus produtos melhoram, as motos do gigantesco país asiático vão oferecendo mais atrativos. Possivelmente, no futuro, tecnologias mais atuais, vão também refletir-se no preço final…

Embraiagem eletrónica “pilotada”

Os nossos colegas da cycleworld.com obtiveram esta patente da Quianjiang, a gigante chinesa que controla marcas como QJMotor e Benelli . Os desenhos que aqui vemos sugerem que os engenheiros asiáticos estão a trabalhar em algo novo nas motos: uma embreagem pilotada e controlada eletronicamente. É algo que alguns carros já tiveram: uma transmissão manual (embraiagem e caixa) à qual é colocado um sistema de acionamento eletrónico para que o condutor, se quiser, só possa se preocupar em acelerar e travar em modo automático. E, em algumas motos também: é o sistema da tão conhecida Yamaha FJR 1300 “automática”.

A digitalização (uso da computação) é uma das grandes tendências da indústria automóvel e a indústria de motos não é estranha a esse processo. Os desenhos da patente são baseados no motor duplo em linha de 700 cc usado pelo QJMotor SRK700. O gerenciamento eletrónico da embraiagem oferece diversas vantagens em relação aos sistemas operados por cabo ou hidráulicos.

A Quianjiang não está sozinha neste aspecto porque além da já citada Yamaha FJR,  a Honda também patenteou algo semelhante há alguns anos, e o seu sistema DCT (mais complexo porque utiliza duas embraiagens) opera de forma semelhante.

O sistema permitiria dispensar o cabo (ou circuito hidráulico) entre a manete e a embraiagem: a manete não desapareceria, mas passaria a ser gerenciada eletronicamente, como é o caso da maioria dos modernos punhos de acelerador com Ride by Wire, isto é, sem fio. Este sistema poderá ser complementado com uma transmissão automática ou semiautomática, até ao gosto do condutor de acordo com modos pré-programados. Algo semelhante à transmissão de dupla embraiagem ( DCT – Dual Clutch Transmission ) que a Honda utiliza em alguns de seus modelos, mas com uma base mecânica bem mais simples, e possivelmente adaptável aos motores existentes.

A embraiagem eletrónica proposta pela Quianjiang permitiria tanto a troca de marchas pela manete da mesma forma que numa moto convencional, quanto a utilização do sistema de forma totalmente automática. O que resta saber é se essa tecnologia chegará à série, ou quando isso vai acontecer.