Cada vez mais entusiastas italianos preferem gastar 6.000 euros numa moto chinesa nova em vez de comprar um modelo japonês usado por 8.000 euros. Os preços agressivos dos modelos chineses já estão a impactar diretamente o mercado de motos usadas. Modelos e marcas de médio porte são os mais afetados.
Se é uma pessoa atenta, sabe certamente que o mercado está a passar por uma profunda transformação com a chegada das marcas chinesas . Já se foi, para muito longe, algumas palavras depreciativa, que se referiam a produtos baratos (e maus) feitos na China.
De acordo com os dados de vendas fornecidos pela Anesdor ( Associação das Empresas do Setor de Duas Rodas do país vizinho), em maio de 2025, a marca mais vendida era a Honda , seguida pela Yamaha , Zontes e Voge. Em poucos anos, a Zontes e Voge não só conseguiram apagar a má imagem das motos chinesas, como também conquistaram boa parte do mercado , ou seja, os entusiastas . Modelos como a Zontes 368G e a Voge 900 DSX tornaram-se grandes sucessos de vendas , mesmo com listas de espera (o sonho de qualquer fabricante).

Em Itália, os nossos colegas do dueruote.it publicaram um artigo interessante analisando o impacto que a chegada de marcas chinesas teve no mercado de motos usadas . A conclusão é a seguinte: os preços extremamente agressivos das motos chinesas novas tornaram a compra de motos usadas muitas vezes uma opção pouco atraente . Quem mais sofre são as marcas e modelos de gama média .
A tendência é ainda mais evidente no setor onde o preço é , se possível, ainda mais importante: motos e scooters de 125cc, mas também acontece com motociclos de média e grande cilindrada (Voge 900 DSX).
Christian Stano, um empreendedor com três lojas de motos em Milão, resume assim a situação: “ Com os preços agressivos de algumas marcas chinesas, cada vez mais pessoas preferem pagar 6.000 euros por uma moto chinesa nova do que 8.000 por uma japonesa de segunda mão .”