Agora que as MotoE estão destinadas a regressar no segundo encontro em Spielrberg, no Grande Prémio da Áustria, aproveitamos para falar com Alessandro Zaccone que tem dominado o Campeonato
A série das motos elétricas é uma daquelas em que os vencedores alternam de corrida para corrida, e é muito difícil ter essa consistência dominante, devido às características das motos e também à relativa experiência de alguns pilotos em termos dos traçados visitados.
Alex Zaccone tem sido uma das exceções. Embora tenha vencido apenas uma corrida logo no início do campeonato em Jerez, a sua regularidade com mais dois pódios e um 4º lugar colocam-no neste momento à cabeça do campeonato, embora por apenas sete pontos sobre Jordi Torres e mais 10 à frente do mais vencedor Eric Granado, que ganhou duas das provas, mas estragou-se o registo de regularidade ao não terminar uma.
Incidentalmente este registo de regularidade também pode ser estendido ao único participante português, André Pires, que até agora pontuou em três das quatro provas disputadas.
Zaccone diz-nos:
“Comecei a andar de moto muito, muito cedo, andava numa mini-moto no meu quintal às voltas, às voltas, às voltas todo o dia, era uma brincadeira, e depois tornou-se mais sério…”
“Comecei a tornar cada vez mais rápido em Kartódromos e a vencer e agora estou aqui…”
“Primeiro andei nas Super Sport com o Team Itália, eu era muito jovem, tinha 17 anos, mas tivemos uma grande época aí… depois comecei a fazer o Campeonato Europeu, e chegou esta oportunidade de fazer as MotoE…”
“O primeiro ano foi um bocadinho difícil, porque comecei com uma lesão… tinha sonhado muito com esse momento, mas começámos logo mal, e todo ano foi mal, a ponto de no inverno pensar que não iria continuar nas MotoE.”
“Quando surgiu esta oportunidade com a Pramac, que é uma grande equipa, eu disse ao Francesco Guidotti, experimentem-me porque eu sou rápido e trabalho muito, e daria o meu melhor, e de certeza que vou ser mais rápido… e aqui estamos a liderar o Campeonato, o que é bom!”
Primeiro, tinha que ver se tinha ganho apenas por um acaso, ou se era mesmo rápido, e depois, Le Mans foi muito importante para mim porque vi que era rápido e que podia lutar com os melhores pilotos da classe!”
“Para mim, a minha mentalidade é andar na frente, é para isso que eu estou aqui!”
“O meu pai era muito exigente nesse aspeto e dizia sempre que o segundo é apenas o primeiro perdedor, por isso…”
“Para mim o objetivo da época é chegar ao fim com a possibilidade de lutar pelo campeonato, o meu sonho para já é passar às Moto2, veremos, acho que também posso ser rápido aí, mas não é fácil, porque há muitos pilotos a tentar entrar nas Moto2!”
“Claro que, em última análise, o sonho é a MotoGP, mas de momento, para ficar com os pés bem assentes na terra, temos que pensar nas Moto2!”
