Kawasaki Ninja 300 de 2017 – Espírito de Competição

By Pedro Rocha on 18 Setembro, 2017

A Kawasaki Ninja 300 foi lançada por primeira vez em 2013 para substituir a Ninja 250. Desde esse tempo que a cilindrada 300cc se tem vindo a afirmar no mercado internacional das desportivas “light” com muitas das marcas a apostar fortemente neste segmento.

As motos desportivas de 300cc são obviamente ágeis e fáceis de pilotar, no caso da Ninja 300 tem uma posição cómoda para poder ser mais versátil na sua utilização e inclui já alguma sofisticação mecânica apenas vista em motos de maior cilindrada como por exemplo a embraiagem deslizante.

A Kawasaki Ninja 300 sendo uma desportiva digamos de “peso-leve” respira no entanto o espírito “Ninja” das suas irmãs de maior cilindrada, aparentando inclusivamente ser idêntica às mesmas tal é a semelhança na sua proporção, que apenas é traída pelo pouco ruído do escape .

A posição de condução é bastante cómoda e direita e sempre que queiramos uma postura mais desportiva é só recuarmos no banco e encaixar-nos mais sobre o depósito para atacar um qualquer percurso mais sinuoso.

O painel de informação é uma combinação de analógico e digital de leitura fácil. Já em 2016 tinha sido lançada a versão KRT com as cores de competição da Kawasaki que na minha opinião é a que mais combina com o carácter desportivo do modelo e as cores institucionais da marca. Em 2017 a Kawasaki lançou uma versão especial chamada “Winter Edition” qiue incluía protectores de motor, um vidro de competição “double bubble”, pneus especiais Bridgestone Batlax e pintura e decoração idêntica às Kawasaki de testes que participaram na fase pré Campeonato do Mundo de Superbikes da FIM.

A Ninja 300 monta suspensões de 37mm infelizmente não ajustáveis o que é normal nesta cilindrada e com um amortecedor monoshock no braço oscilante traseiro, tipo Uni-Trak, ajustavel em pré-carga. Na frente monta pneu na dimensão 110/70-17” e na traseira 140/70-17”, com jantes de 10 braços em liga e pneus Dunlop TT900 GP. Na frente o travão é de disco simples de 290mm e de 220mm na traseira . Os discos são do estilo pétala para dissipar melhor a temperatura dos mesmos, realidade normalmente vista nas motos de OffRoad.

O motor bicilíndrico paralelo de 296cc está inserido no quadro de forma a centralizar o mais possível as massas. Para além do arrefecimento líquido que minimiza ruídos do motor a Kawasaki desenvolveu um sistema que apelidou de KAMS – Kawasaki Air Management System que canaliza o ar quente que sai detrás do radiador para a parte de baixo da moto evitando assim que o calor possa incomodar o piloto.

O motor é de tecnologia DOHC com cilindros em alumínio com tratamento de baixa fricção, quatro válvulas por cilindro e corpos de injecção de 32mm cuja gestão está a cargo do sistema da Kawasaki DFI – Digital Fuel Injection. Uma taxa de compressão alta de 10.6:1 contribui para manter a temperatura do motor mais baixa. Com quase 35Cv de potência às 11.000rpm e caixa de 6 velocidades a Ninja 300 disputa a liderança neste popular segmento onde a concorrência é feroz. As KTM 390 Duke, e sobretudo as Yamaha YZF R3 que montam um motor de maior cilindrada e mais potência, 321cc/42Cv , do que os 296cc/35CV da Ninja. Mas nem por isso fica atrás em desempenho, que o diga a Ana Carrasco que em Portimão, este último fim de semana, deixou com maestria três R3 atrás de si.