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A Macal elétrica, percursora portuguesa

By on 27 Fevereiro, 2019

Agora que muito se fala de scooters elétricas, com praticamente todas as marcas a lançarem versões movidas a baterias, e nomeadamente a Vespa Elettrica a anunciar a sua chegada ao mercado há dias, vale a pena recordar que uma das primeiras, se não mesmo a primeira scooter elétrica do Mundo foi desenvolvida em Portugal.

De facto, a Macal de Águeda lançou uma pequena motorizada elétrica em 1997, a Macal Electron, que usava um variador eletrónico com potenciómetro acoplado a três baterias de 12 volts para grupo propulsor. Montada em redor de uma scooter da gama, com rodas de 10”, travão de disco dianteiro e de resto, aspeto muito semelhante a outra scooters da altura, o motor debitava 55 Ah, com uma previsão de 600 reciclagens, em principio suficiente para alguns 40.000 Km de rodagem.

Os maiores problemas que os engenheiros da Macal tiveram de enfrentar no lançamento da motorizada foram, entre outros, a total ausência no mercado de baterias adequadas, o elevado peso daí resultante e a total falta de investimento, quer da fábrica, já por essa altura quase afogada pela concorrência estrangeira, quer de alguma entidade de apoio à indústria, cuja inércia é bem conhecida em projetos como a AJP e outros ao longo dos anos…

Logo para começar, as baterias disponíveis então não se prestavam a uma tal montagem, já que a motorizada usava simplesmente três baterias de automóvel, com pouca capacidade de recuperação ou rapidez de recarga. O peso total de 130 Kg era cerca do dobro da versão convencionalmente motorizada a 2 tempos em que o chassis se baseava, montagens que, tipicamente, pesam cerca de 70 Kg.

A combinação de peso excessivo e volume das baterias limitava a velocidade a cerca de 40 Km/h, o que também não a tornaria atrativa para os jovens que seriam, à partida, o seu mercado alvo de eleição. Para mais, relatórios da altura indicam que a partir do meio da carga, pela já referida pouca capacidade de recuperação, o desempenho se tornava ainda mais modesto, sendo, por exemplo, a negociação de qualquer subida um problema.

As modernas técnicas de acoplar carregadores aos travões para reconverter em carga a energia dissipada nas travagens não eram conhecidas nem haveria maneira prática de o realizar. Assim, tendo de enfrentar todos esses contratempos, e também é seguro assumir que a gestão da fábrica sabia muito de trabalhar metal, mas pouco de marketing, o projeto estava condenado desde o início…

A combinação do pouco investimento em tecnologia, design e imagem acabou por ditar o seu desaparecimento quase logo a seguir, sendo de crer que apenas umas poucas unidades foram produzidas…

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