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Comparativo Naked – Yamaha MT-09 SP vs Ducati Monster vs BMW F 900 R

By on 2 Setembro, 2021

Despojadas de artifícios plásticos, estas são as motos que exibem o seu motor de forma orgulhosa, despidas de preconceito, com performances utilizáveis sem receios de grandes excessos. Diversão pura. Estética arrojada. Escolhemos a nova Ducati Monster por respeito ao seu fantástico legado, a BMW F 900 R pela sua capacidade de nos surpreender e a Yamaha MT-09 SP pela sua história de sucesso. Vejam como correu…

Por Bruno Baptista, Pedro Alpiarça e Rui Domingues (fotos por Rogério Sarzedo)

Começamos por vos dizer que estas nakeds pertencem a uma classe que gostamos muito. São motos que apresentam performances deveras interessantes, dimensões que favorecem a agilidade, e um estilo que lhes molda o propósito: a Diversão.

Para acompanhar a BMW F900R, lançada o ano passado, trouxemos duas máquinas com um historial bem conhecido no mundo das street-fighters. A mais recente versão da Ducati Monster e da Yamaha MT-09, aqui nas versões Plus e SP respectivamente.

A BMW F900R apresenta um bicilíndrico paralelo que monta vários modelos da marca bávara, debitando 105 cv. Na Ducati Monster encontramos o muito familiar bicilíndrico em L com sistema desmodrômico com 111 cv, e a Yamaha MT-09 tem no seu CP3 um tricilíndrico com uns muito saudáveis 119cv.

É interessante referirmos que os valores de binário são semelhantes para os três modelos, cerca de 93 Nm.

E é assim que começamos este comparativo, num patamar de sensações semelhantes patrocinadas por abordagens distintas. Vamos tentar esconder o sorriso enquanto lhes descobrimos as diferenças…

Ducati Monster – O ícone renovado

A Monster é a moto que carrega o maior legado, neste trio. O seu design está diferente,mas o seu conceito permanece igual. Não temos um depósito proeminente nem um quadro em treliça, e o farol frontal (iluminação full LED) é mais oval que redondo mas…há uns largos anos que as superdesportivas da Ducati usam o quadro em alumínio, e hoje em dia as retro bikes é que usam esse tipo de iluminação de formato mais clássico. Se falarmos de valores a nova Monster pesa (166 Kg a seco) menos 18Kg que o modelo anterior. A ideia da marca de trazer a desportividade das suas superbikes para um quotidiano utilizável permanece bem viva, e a Monster está mais ágil que nunca.

A posição de condução está mais amigável, continuamos de braços bem abertos mas já não temos a sensação de que o queixo vai roçar na roda da frente, as pernas não se quedam tão dobradas, mas o encaixe permanece desportivo e privilegia o controlo sobre a máquina. As suspensões (Forquilha invertida Kayaba ⌀43mm (fr), Monoamortecedor Kayaba com ajuste de pré carga e braço oscilante em alumínio (tr) ) apresentam um bom compromisso entre a capacidade de absorver as irregularidades e um acerto capaz de enaltecer o comportamento incisivo da pequena italiana.

O bicilíndrico em V a 90º (Bicilíndrico em V com 937 cc , distribuição desmodrômica, 111 cv @ 9,250 rpm ; 93 Nm @ 650 rpm) casa com outros modelos bem conhecidos, na Supersport, na Multistrada 950, na Hypermotard, mas aqui prevalece o seu protagonismo, a imediata resposta ao input do acelerador torna o ágil conjunto numa máquina precisa e acutilante. 

Não foram poucas as situações em que este binómio de leveza do eixo dianteiro e urgência motriz levaram a algumas sacudidelas no guiador, sobretudo quando o asfalto apresentava irregularidades. 

A Monster só tem afinação de pré-carga na suspensão traseira, e muito embora acreditemos que em pista (nas condições ideais) seja mais fácil de prever este comportamento, no mundo real um amortecedor de direcção faria milagres para amenizar estes sustos. 

Porque no modo Touring, com uma resposta mais dócil, o chassis permanece mais composto, sobretudo nas saídas de curva em carga. Não podemos deixar de enaltecer o brilhante feeling mecânico do quick-shift, imperturbável na sua actuação.

Esta última versão da Ducati Monster é algo bi-polar, não só gera paixões e ódios nos seus seguidores, como é capaz de ser fácil ou exigente na sua condução. Até a sua fantástica brecagem rivaliza com o facto de o Testastretta não gostar de trabalhar abaixo das 3k…

Os puristas sentiram falta do quadro em treliça mas o motor Testastretta de 11º continua a fazer jus ao conceito original. Uma naked leve e pragmática, derivada das suas irmãs mais desportivas. A Monster está mais ágil que nunca, e a sua pilotagem continua a ser uma experiência única. O som rouco do bicilíndrico na subida de rotação, a resposta imediata do acelerador e a sensação mecânica da distribuição desmodrômica põem-nos os sentidos em alerta. Exigente e desafiante.

Gostámos:

  • Agilidade
  • Resposta e sonoridade do Motor
  • Carácter desportivo

A Melhorar:

  • Ausência de amortecedor de direcção
  • Utilização do motor abaixo das 3k rpm

 

BMW F 900 R – A Surpresa

 A BMW F 900 R faz jus ao conceito de moto nova, já que da antecessora nada trás. Novo motor (bicilíndrico paralelo com 895 cc; Potência: 105 cv @ 8500 rpm ; Binário: 92 Nm @ 6500 rpm), nova suspensão (Forquilha invertida Ø43mm não ajustável (fr) , mono amortecedor central com ajuste de pré-carga e expansão (tr)) regulável eletronicamente ou não consoante o pack escolhido, novo quadro, aquela “rodinha maravilhosa” e o novo painel de instrumentos com um interface muito intuitivo e  agora sim, quer queiramos quer não, o depósito de combustível no sítio certo (peso: 211 kg em ordem de marcha; Depósito de 13 L).

O design purista esconde uma moto que nunca pára de nos desafiar, faz quase tudo bem e sempre com a sensação de segurança máxima não fosse a travagem deixada a cargo pela prestigiada Brembo (Dois discos frente Ø320mm / um disco na traseira Ø265mm)

Nota menos positiva para o Quick-Shift que por vezes nos deixa na dúvida….Hummmm!! Será que a mudança não entrou contra a sua vontade? Mas sinceramente, com o hábito tudo se consegue ultrapassar.

  A iluminação full LED satisfaz bastante para o segmento, brilhante e preciso, este farol é a identidade deste modelo.

Bom, e agora o tema que mais amedronta as marcas nos dias de hoje, o euro 5, que além de nos fazer respirar melhor não prejudica a sonoridade deste escape, que bonito e bem encastrado na moto a partir das 6000 rpm até nos faz eriçar os pelos dos braços, e relembrar que estamos aos comandos de uma Naked Street-Fighter.

  A distância entre eixos ligeiramente superior à concorrência faz toda a diferença quando toca ao capítulo touring que com a opção de carga disponibilizada pela marca, passa de uma adolescente irreverente para uma senhora segura do que quer. 

 Uma transmissão por corrente assegura que a potência se transmita à roda com o menor número possível de perdas e com o impressionante grip dos pneus Dunlop Sportmax Roadsport 2 dificilmente nos faz sair do carril.

A BMW F 900 R é a rainha da praticabilidade deste comparativo e com a panóplia de acessórios e extras disponíveis no catálogo nos faz criar a moto que nós queremos que ela seja. 

Gostámos:

  • Praticabilidade
  • Qualidade do interface (comutadores, TFT, etc)
  • Estabilidade da ciclística

A Melhorar:

  • Quick-Shift de actuação brusca
  • Motor algo pontudo (resposta lenta nos baixos e médios regimes)

 

Yamaha MT-09 – A “Faz-tudo”

Iniciámos este comparativo com óptimas referências acerca da Yamaha MT09 SP, até porque já havia sido testada aqui na MotoMais. 

Mas estávamos expectantes como iria ser a sua performance num comparativo, onde iria ser colocada à prova em situações iguais às suas competidoras. Os comparativos ajudam-nos a perceber pequenas diferenças e estabelecer padrões de uma forma rápida e mais objetiva.

Das 3 motos a MT 09 é a menos consensual esteticamente, muito por culpa do farol frontal (iluminação full LED), mas a verdade, é que ao fim de uns dias se tornou menos chocante ao olhar, até porque esta versão SP emana um brilho dourado das suas suspensões (forquilha telescópica invertida Kayaba Ø41mm totalmente ajustável (versão SP) na frente / Mono amortecedor Ohlins totalmente ajustável (versão SP)na secção traseira) que consegue ofuscar o farol dianteiro. 

Temos na MT09 um conjunto compacto (peso: 189 KG em ordem de marcha, depósito de 14L), onde tudo funciona como expectável, ou quase tudo… os comutadores utilizados pela Yamaha não são de todos fáceis de manusear e aliados a um interface pouco intuitivo tornam qualquer interacção e parametrização da moto uma tarefa complicada e que requer habituação.

Mas depois de tudo ajustado, rapidamente esquecemos as dificuldades que passámos e damos por nós com um sorriso dentro o capacete, a MT 09 é sem dúvida a moto mais fácil de conduzir, muito por culpa do seu motor CP3 (Potência 119 Cv @ 10,000 rpm e binário 93 Nm @ 7000 rpm; Euro 5) que entrega potência em todos os regimes de uma forma muito rápida e linear, um motor cheio e com uma sonoridade interessante. 

Com uma boa posição de condução, conseguimos ainda ajustar as peseiras em duas posições, o que melhora a ergonomia de sobre maneira.

Descendente da linhagem Monster of Torque, a MT09 nesta versão SP destaca-se pela forma assertiva e eficiente da sua suspensão que nos permite impor ritmos elevados sentindo sempre controlo total sobre a moto e ótimo feedback do piso, sem dúvida uma referência. 

Ficámos convencidos que esgrime argumentos de peso para lutar pelo lugar mais alto do pódio neste segmento onde as diferenças por vezes estão nos pequenos detalhes.

Gostámos:

  • Motor sempre disponível
  • Comportamento das suspensões 
  • Quick-Shift sublime (suave mas preciso)

A melhorar:

  • Interface pouco intuitivo
  • Estética controversa

Então e…qual a melhor?

Como sempre, a resposta não é linear. Estas motos respiram diversão, desportividade, atitude e descompromisso.

Numa análise baseada puramente na emoção entregue, a Ducati Monster apresenta a sua genética de forma brilhante, é envolvente na condução e exigente na sua agilidade extrema. O seu motor é tão brilhante na reacção ao punho direito, como difícil de dosear a baixas velocidades. Uma paixão bipolar

A BMW F 900 R surpreendeu-nos pela sua capacidade de entrega, se a sua praticabilidade é inquestionável (não nos cansamos de enaltecer a qualidade do seu interface), o motor pontudo obriga-nos a manter as rotações no ultimo terço para acompanhar as rivais. Impecável estabilidade e capacidade de manter as linhas escolhidas…

A Yamaha MT-09 SP foi a máquina com a qual nos sentimos à vontade mais rapidamente. Seja nos ritmos mais lentos (não fosse a ridícula brecagem causar alguns momentos de comédia…), seja a acompanhar as outras nos ritmos mais endiabrados. Motor cheio, redondo, sempre disponível, uma ciclística abrilhantada pelas melhores suspensões e uma ergonomia menos “cansativa” mas assertiva o suficiente para estarmos sempre em cima do acontecimento. Este é o maior elogio que podemos fazer à MT, uma moto pronta para tudo.

 

Ficha Técnica:

Motor

Ducati MonsterBMW F 900 RYamaha MT-09 SP
Tipo de MotorBicilíndrico em V a 90º, Testastretta 11º, distribuição desmodrómica, 4 válvulas por cilindro, refrigeração líquidaMotor bicilíndrico a quatro tempos, refrigeração líquida, quatro válvulas por cilindro acionadas por balanceiros, duas árvores de cames e lubrificação por cárter secoRefrigeração líquida, 4 tempos, 4 válvulas, 3 cilindros, DOHC
Cilindrada937 cc895 cc890 cc
Potência111 cv (82 kw) @ 9.250 rpm77 kW (105 CV) @ 8500 rpm
87,5 kW (119 PS) @ 10.000 rpm
Binário93 Nm @ 6.500 rpm
92 Nm @ 6500 rpm93 Nm @ 7000 rpm
Transmissão FinalPor corrente; pinhão de ataque 15 dentes; cremalheira 43 dentesCorrente com O-rings e com amortecimento no cubo da roda traseiraCorrente

Ciclística

Ducati MonsterBMW F 900 RYamaha MT-09 SP
QuadroEm alumínio, tipo Front FrameQuadro em aço, com motor autoportanteDiamante
Suspensão Dianteira / TraseiraForquilha invertida com bainhas de 43 mm / Amortecedor progressivo regulável em pré-carga da mola; braço oscilante em alumínioForquilha invertida, Ø 43 mm / Braço oscilante em alumínio fundido, amortecedor central, afinação hidráulica contínua da pré-carga da mola, afinação da expansãoForquilha telescópica
invertida Kayaba totalmente ajustável / Monoamortecedor Ohlins totalmente ajustável
Travagem Dianteira / Traseira2 discos semiflutuantes de 320 mm, pinças Brembo M4.32 monobloco de 4 pistões e fixação radial, bomba radial e Cornering ABS / Disco de 245 mm, pinça Brembo de 2 pistões, Cornering ABSDois discos flutuantes, Ø 320 mm, pinça radial de quatro êmbolos / Disco simples, Ø 265 mm, pinça fixa de êmbolo simplesHidráulico, dois discos, Ø298 mm / Hidráulico, um disco, Ø245 mm
Pneus120/70-ZR 17 Pirelli Diablo Rosso III / 180/60 ZR17, Pirelli Diablo Rosso III 120/70 ZR 17 ;
180/55 ZR 17 ; Dunlop Sportmax Roadsport 2
120/70 ZR17M/C (58W) ; 180/55 ZR17M/C (73W) ; Bridgestone S22

Dimensões e Preço

Ducati MonsterBMW F 900 RYamaha MT-09 SP
Altura do assento820 mm (até 775 mm c/opcional)815 mm825 mm
Distância entre Eixos1474 mm1518 mm1430 mm
Capacidade do Depósito14 L13 L14 L
Peso188 Kg 211 Kg190 kg
PreçoDesde 11,695 € (12,095 € versão Plus ensaiada)Desde 8,920 € (10,276 € versão ensaiada com Pack Comfort e Active) Desde 11,250 € (Versão SP)

 

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