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Ensaio BMW R1200 Nine T Racer – Ao melhor estilo “Seventies”

By on 19 Abril, 2017

Primeiro Impacto

A BMW tem vindo com sucesso a rejuvenescer a sua gama de motos com especial atenção  para a linha das neo-clássicas com  novos modelos da R Nine T que prometem um enorme sucesso. É o caso da nova BMW R1200 Nine T Racer.

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Desde o início da presente década que a BMW tem vindo a apostar no seu modelo R Nine T que, com base no ligeiro e manobrável quadro da HP2 de enduro com suspensão telescópica tradicional, esquecendo a Telelever, tem feito frente à concorrência Triumph que tem vindo a conquistar mercado com as suas motos revivalistas e neo-clássicas.

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Depois do êxito inicial da R Nine T, a BMW entendeu que existia espaço para explorar o conceito e diversificar. No ano passado a BMW lançou a sua Scrambler e mais tarde apresentou no Salão de Milão três outras versões sobre base R Nine T. A Urban GS, que sairá dentro de pouco, a Pure e a Racer que já estão disponíveis nos concessionários da marca. É esta última que decidimos ensaiar pois a sua silhueta anos 70 combinada com as cores BMW Motorsport e o conceito monolugar, transportam-nos de imediato para as pistas da competição quando, entre 1973 e 1975, as BM’s de endurance preparadas sobre a base R90, brilhavam nas competições do Bol d’Or.

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A R 1200 Racer é uma moto belíssima que não deixa ninguém indiferente. A sua posição de condução condiciona de imediato a nossa atitude e faz-nos reviver tempos de um passado histórico não longínquo, quando pilotos como Mike Hailwood ou Giacomo Agostini, pilotavam máquinas já muito competitivas mas de mecânica relativamente simples, comparativamente com aquelas que hoje em dia vemos nas competições de velocidade .

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Ficamos na dúvida e a pensar se, quando chegarmos a casa com uma R Nine T Racer, a colocamos na garagem ou se eventualmente fará mais sentido convidá-la a entrar e expô-la na nossa sala.

É um prazer imenso só ficar a olhar para esta bela Racer.

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Já tínhamos entretanto ensaiado, há uns meses atrás, a versão Scrambler, uma moto que nos deu imenso prazer testar e que se afirmou como uma excelente moto para o dia a dia, confortável, ágil e com um comportamento em curva excepcional. Mas não podíamos tirar ilações e projectar sobre a Racer da experiência anterior, como viemos a verificar. Esta versão da BMW R Nine T é uma “Café Racer” e a sua posição de condução imediatamente obriga-nos a ter que mudar o “chip”.

 

Test Ride

O conceito “ Racer” é por demais evidente quer pelas linhas e estética da moto, quer pela sua posição de condução. Os avanços obrigam-nos a inclinar-nos sobre o depósito, carregando o peso do tronco sobre os nossos punhos, não demasiado, e as peseiras estão recuadas e em posição elevada como é normal. A belíssima baquet monolugar é bastante cómoda e estreita e de imediato quando nos encaixamos na Racer vem-nos o pensamento de que seria interessante talvez poder rodar com ela em circuito. Não o fizemos, mas como nesse fim de semana de Páscoa havia trackday no Estoril decidimos levá-la a “viver” o espírito da verdadeira competição e aproveitar para fazer umas fotografias em ambiente mais apropriado.

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Rodar com a R Nine T Racer obriga a empenhares-te e a manter uma pilotagem de acordo com o conceito da moto. Irregularidades na estrada convém evitar, pois dada a postura que te obriga a moto, o corpo é que paga.

As suspensões estão no entanto à altura do desempenho e conceito da moto, apesar de serem telescópicas tradicionais e não as invertidas que montava a R Nine T inicialmente. Os travões também não são os Brembo radiais da versão inicial, mas mostraram-se mais do que eficientes e eficazes sempre que foram necessários nas mais diferentes circunstâncias.

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Tal como todas as BMW com motor boxer a Racer curva excepcionalmente, como se estivesse num carril, sem nenhum comportamento estranho e de forma totalmente neutra, mesmo quando travamos ou aceleramos com a moto inclinada em curva.

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É uma moto para rodar em estrada e pouco recomendável para percursos intensamente urbanos já que a posição deitada sobre a frente se torna algo cansativa. A proteção ao vento da pequena carenagem, em forma de bala, perfeitamente integrada na linha da moto, é bastante eficiente apesar da sua dimensão e pouca altura, a revelar um estudo aerodinâmico muito bem realizado pela BMW.

 

O Motor

O motor é o clássico Boxer de 1200cc com 110 cv que montam as restantes motos da gama R Nine T, com refrigeração a ar e óleo, com um bom binário a baixa rotação, algo vibrante a meio regime e a deixar as imagens nos retrovisores um pouco tremidas, mas é apenas momentâneo. O boxer tem potência a qualquer regime, muito bem distribuída e sempre presente, e sobe com enorme facilidade. Com a moto parada e acelerando sente-se um pouco a torsão lateral do motor no conjunto, tal como nas antigas R90 o que reforça ainda mais a sua natureza neo-clássica.

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Apesar das restrições impostas pelo Euro 4 a BMW soube manter inalteradas as prestações do seu motor Boxer. A moto que nos foi cedida montava uma ponteira Akrapovic que nos deliciou com o som que transmitia dos dois cilindros do boxer BMW, reforçando o carácter desportivo da Racer… definitivamente um “must have”.

 

Adaptação e condução

A Racer, quer pela sua imagem quer pela sua morfologia, obriga-nos a colocarmo-nos com a atitude correcta para a pilotarmos. Ou seja assim que nos nos montamos na Racer percebemos de imediato como a temos que pilotar. Nada de radical porém, muito menos exigente que a sua irmã de maior potência e sofisticação 1000RR. No entanto o peso sobre a frente é evidente e a postura sugere uma condução com mais empenho e menos descontração.

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Em estrada aberta com curvas ou em recta, conduzir a Racer torna-se um enorme prazer. Não convém abusar nas distâncias pois a posição ao fim de algum tempo trona-se algo cansativa. Pescoço, punhos e costas, sobretudo para aqueles que já acumulam muitos anos de motos, começam a dar sinal de desconforto. Convém fazer por etapas e uma coisa é certa, onde quer que paremos somos o alvo das atenções e de inúmeras perguntas: “Eh pá bela mota… de que ano é ?” , “ Espectáculo… foi você que a preparou ? “, “ O meu pai também tem uma BMW mas a sua está muito mais gira…posso tirar uma fotografia para lhe mandar ? “… enfim, preparem-se.

 

Qualidade

Que dizer de um produto pensado e fabricado na Alemanha sobre a sigla BMW ? A Racer é de uma beleza estética inquestionável. Todos os pormenores contribuem para a definição do conceito neo-clássico e revivalista desta versão da gama R Nine T. Apesar de alguns elementos não serem aqueles que a R Nine T original montava, a suspensão invertida, os travões Brembo radiais e o depósito em alumínio, penso que sai reforçada a sua maior ligação ao passado e em nada fica prejudicado o seu desempenho.

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E o que dizer da pintura branca glaciar “light” com acabamento nas cores BMW Motorsport ? Simplesmente soberba.

 

 Equipamento e Opções

A BMW oferece um amplo catálogo de peças e opções para as suas motos da gama Neo-Clássica Heritage, que vos permitirá personalizar a vossa Racer. Poderão montar por exemplo um banco duplo e peseiras para o pendura, uma ponteira de escape diferente, como a belíssima Akrapovic que montava a unidade que nos foi cedida, proteções de motor, peseiras maquinadas, guiadores… e as peças de umas e outras R Nine T são intercambiáveis, por exemplo, penso que se poderá montar um escape de 2 ponteiras, como o da Scrambler, na Racer, tornando-a ainda mais “racer”.

Custo de alguns acessórios opcionais:

Jantes de raios 410,00€  / Ponteira de Escape Akrapovic 684,15€ /  Tubo Longo  341,46 € / Apoio da ponteira 111,38 €

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Concorrência

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Triumph Thruxton 1200 R

Cilindrada     1.200 cc / Potência  120 CV / Peso   203 Kg  /  Preço   15.800.-

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Moto Guzzi V7 II Racer

Cilindrada     744 cc / Potência   48 CV / Peso    190 Kg / Preço   10.996.-

Galeria de Fotografias

Equipamento utilizado: Capacete NEXX, Blusão e Luvas MACNA, Botas GIANNI FALCO

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