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Ensaio Harley-Davidson Sporster “Forty Eight” 2019

By on 29 Maio, 2019

A Harley Davidson Sportster “Forty Eight” 48, é talvez a Harley para quem queira iniciar-se na “viagem” que a marca proporciona, quer em termos de modelos quer em termos de filosofia de marca, aquela pela qual talvez faça mais sentido começar.

É que sempre que pensamos numa Harley-Davidson pensamos numa moto pesada, difícil de levar, exigente a curvar e a manobrar, pouco ágil no trânsito, especialmente pensada para andar a direito e pouco segura a travar… Pois a “Forty Eight” é o melhor modelo da marca norte-americana para contrariar o “estereotipo” atrás descrito.

Como na semana anterior rodámos na novíssima FXDR 114, de roda traseira 240 e um binário de motor que mete respeito, vínhamos ainda com o chip da moto Harley que tem que ser conduzida com “tatuagens” e “barba rija”. A sensação de contraste da passagem da FXDR 114 para a “Forty Eight” foi como se de repente tivéssemos deixado a nossa moto na garagem e tivéssemos ido rodar na Harley do nosso filho mais novo.

A “Forty Eight” é uma Harley-Davidson divertida de conduzir, ágil no transito e com um motor com binário excelente para garantir uma condução dinâmica e fluida. Os 1202cc de cilindrada do seu motor Evolution de refrigeração a ar, debitam um binário de 96 Nm às 3.500 rpm, ou seja a “48” garante subidas de regime desde baixa rotação sem termos que trocar demasiado caixa e apenas com o rodar do punho de acelerador. Com caixa de 5 velocidades bem escalonada e uma 5 velocidade longa que permite rodar em auto-estrada sem trocar de velocidade e realizar ultrapassagens apenas com o rodar do punho. O motor é silencioso, com pouca vibração e de belo efeito estético, com acabamento negro e apenas alguns dos seus elementos em cromado que criam um contraste de equilíbrio. A transmissão é por correia o que contribui para diminuir a sonoridade metálica.

Apesar de silenciosa a “Forty Eight” não perde o seu carisma de Harley-Davidson e os ruídos tradicionais de um motor clássico HD, concebido em 1986, estão todos lá, talvez à espera de usufruírem de umas ponteiras Vance & Hines para assumir definitivamente a sua vocação. Nisso a Harley faz questão de manter-se fiel a uma tradição de motos concebidas com tecnologia clássica actualizada e não motos modernas com aparência de clássicas. Esta é claro está uma perspectiva pessoal e será a de muitos “Harlistas” mais conservadores que não vêem com bons olhos determinadas evoluções tecnológicas da marca e se mantêm fieis aos conceitos tradicionais da marca.

Mas a “Forty Eight” é talvez o melhor exemplo de fusão de valores e de atributos que hoje em dia se procuram numa moto. Estilo clássico, algo vintage mas genuíno, fiabilidade na mecânica, boa ciclística, algum conforto para garantir uma utilização diária, divertida e cool… bom acho que acabei de descrever precisamente aquilo que a “Forty Eight” realmente é…

A Forty Eight é uma moto baixa, onde os nossos pés assentam perfeitamente no chão, com peseiras lá na frente e tal como na FXDR 114, um guiador não muito alto mas a proporcionar uma posição que podemos classificar de confortável tendo em conta o estilo da moto. Assento monolugar e depósito típico das Sportster, o famoso “Peanut tank”, que pela sua pequena dimensão ( 7,9 litros ) não garante muita autonomia mas está de acordo com a tradição das HD Sporters. A cor 2019 da Forty Eight que nos foi cedida agrada-nos especialmente e beneficia esteticamente a moto criando um contraste entre o negro dominante e o tom ouro mate do depósito, cor apelidada de “Gold Denim” pela HD.

A suspensão tradicional telescópica de 49mm na dianteira, contribui para o aspecto robusto da frente da moto que monta pneu de 16” de secção alta, de grandes dimensões 130/90, muito dentro da cultura “lead-sled”. O amortecedor traseiro tem ajuste de pré-carga de mola e a roda traseira é também de 16” com pneu de perfil alto 150/80 . A capacidade de amortecimento é algo justa e o assento de perfil baixo não ajuda também a proporcionar maior conforto à “Forty Eight” no entanto o seu comportamento é bastante aceitável se evitarmos as irregularidades mais críticas na estrada.

A Forty Eight tem um bom comportamento em curva, graças a um centro de gravidade baixo e á boa distribuição de massas, com a nossa posição mais sobre a frente da moto devido ao tipo de guiador que monta e que facilita a postura de entrada em curva. Os travões contam com apenas um disco á frente e outro atrás com pinça de 2 pistons à frente e também atrás, mostrando-se efectiva apesar dos 250 Kg de peso da moto. Peso que não afecta a agilidade que a Forty Eight demonstrou ter e a facilidade com que se conduz a mesma.

As jantes maquinadas de 9 raios, com acabamento negro, são de belo efeito estético. O conjunto frontal de farol e painel de informação analógico/digital assumem o estilo clássico da moto e incluem toda a informação habitualmente fornecida numa moto de forma tradicional e clássica. O pormenor dos espelhos sob o guiador é bem conseguido, libertando a frente da mota, embora a sua utilização exija algum hábito.

Claro que a Harley-Davidson oferece a extensa gama de acessórios para personalização da “Forty Eight” , ou não fosse essa a filosofia da marca, a de tornar cada Harley única e de acordo com estilo pessoal de cada proprietário. No entanto a versão standard parece-nos bastante “cool” como para mantê-la no seu estado original e sentimo-nos de igual forma na nossa Harley… talvez as ponteiras Vance & Hines, que embora em matéria de som arrisquem a ilegalidade, o certo é que as Harley Davidson parecem ter um estatuto à parte em matéria de sonoridade “aceitável”.

Se vai comprar uma Harley-Davidson pela primeira vez… então a “Forty Eight” pode ser uma excelente opção.

Ficha Técnica

MOTOR

MOTOR2Refrigeração a ar, Evolution™

CILINDRO 88,9 mm

CURSO 96,8 mm

CILINDRADA 202 cc

RÁCIO DE COMPRESSÃO 10:01

SISTEMA DE COMBUSTÍVEL Injecção de combustível de porta sequencial electrónica (Electronic Sequential Port Fuel Injection – ESPFI)

SISTEMA DE ESCAPE Escape preto, escalonado e curto com silenciadores duplos

 

PERFORMANCE

BINÁRIO DO MOTOR396 Nm

BINÁRIO DO MOTOR (RPM) 500

ÂNGULO DE INCLINAÇÃO, DIREITA (GRAUS) 27,1

ÂNGULO DE INCLINAÇÃO, ESQUERDA (GRAUS) 27,1

CONSUMO DE COMBUSTÍVEL: CIDADE/AUTOESTRADA ESTIMADO 5,2 l/100 km

EMISSÕES DE CO2120 g/km CO2

 

TRANSMISSÃO

TRANSMISSÃO PRIMÁRIA Corrente, rácio de 38/57

 

CHASSIS

JANTES, TIPO DIANTEIRO Alumínio moldado, dividido, 9 raios, preto com destaques maquinados

JANTES, TIPO TRASEIRO Alumínio moldado, dividido, 9 raios, preto com destaques maquinados

TRAVÕES, TIPO DE PINÇA Pistão duplo à frente, Pistão duplo atrás

 

COMPONENTES ELÉTRICOS

LUZES INDICADORAS  Máximos, ponto-morto, baixa pressão do óleo, sinais de mudança de direcção, diagnóstico do motor, aviso de pouco combustível, bateria fraca, sistema de segurança, ABS

INFORMAÇÃO  Velocímetro electrónico com conta-quilómetros montado no guiador, relógio, conta-quilómetros parcial duplo, luz avisadora de pouco combustível, luz de baixa pressão do óleo, leitura de diagnóstico do motor, luzes indicadoras LED

 

DIMENSÕES

COMPRIMENTO 1650 mm

ALTURA DO ASSENTO, SEM CARGA 710 mm

DISTÂNCIA AO SOLO 110 mm

INCLINAÇÃO (CABEÇA DE DIREÇÃO) (GRAUS) 30,2

RASTO 135 mm

DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 495 mm

PNEUS, ESPECIFICAÇÃO DIANTEIRA 130/90B16 73H

PNEUS, ESPECIFICAÇÃO TRASEIRA 150/80B16 77H

CAPACIDADE DE COMBUSTÍVEL 7,9 l

CAPACIDADE DE ÓLEO (C/ FILTRO) 2,6 l

PESO, CONFORME ENVIADO 247 kg

PESO, EM ORDEM DE MARCHA 252 kg

 

Concorrência

Indian Scout Bobber    1133 cc / n.d. CV / 245 Kg / 13.990 euros

Triumph Bonneville Bobber Black   1200 cc / 77 CV / 237 Kg / 14.250 euros

Yamaha XV 950 R 942 cc / 54,3 CV / 251 Kg / 9.995 euros

 

Galeria de Imagens

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