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Teste da Honda CL500 – A moto diferente que todos aguardávamos

By on 4 Abril, 2023

Realizado por Jordi Aymamí – Solomoto

Acaba de chegar o quinto e talvez o último membro da família 500 da Honda, a CL500, moto que é praticamente uma homenagem à famosa Honda CL72 250 de 1962, moto que foi a primeira Scrambler da marca nipónica.

Honda CL72 250 de 1962 – A primeira Scrambler da Honda

A nova Honda CL500, encarna o espírito da Scrambler dos anos 60, mas com tecnologia actual. E é por isso que, apesar dos faróis e intermitentes serem de formato redondo, incorporam tecnologia LED… além mais pormenores que vos vamos descrever.

Vamos então por partes. A apresentação a nível mundial da nova Honda decorreu em Sevilha, cidade que nos recebeu com uma temperatura mais própria de verão do que de primavera.  Em Sevilha estava presente uma equipa de jovens engenheiros japoneses responsáveis pelo desenvolvimento da CL500, para além de altos responsáveis da marca da Honda Espanha e Honda Europa.

A Honda CL500 é uma Scrambler à antiga, quer dizer, uma daquelas motos a meio caminho entre uma Naked e uma Trail que incluem pormenores específicos que a identificam e onde não faltam todos os elementos que identificam este tipo de motos : assento plano de uma peça, guiador alto e e largo, escape em posição elevada, suspensões de longo curso, foles na suspensão dianteira, depósito em forma de lágrima ( com proteções laterais ao nível dos joelhos em borracha ) e farol redondo.

Eu em particular, e não fui o único, senti a falta das jantes de raios, com as quais o look Scrambler teria sido perfeito. Percebo que as jantes de liga são mais leves e baratas de produzir para se manter o preço final ajustado numa moto que se pretende acessível, no entanto é uma pena que as jantes com raios não existam em opção pois certamente que muitos compradores de CL500 não se importariam de investir uns euros mais para ter a moto com as jantes de raios.

O motor é já um velho conhecido que nasceu há mais de de uma década com as CB500 e CBR500. Trata-se do bicilíndrico paralelo LC de 471cc, copiado por muitos fabricantes nomeadamente a Loncin para montar em outras marcas, e que entrega os 47 CV  no limite da carta A2. No entanto, neste motor da CL500 foi alterada a injecção, a admissão de ar e claro está, o escape também no sentido de oferecer uma melhor resposta nos baixos e médios regimes.

Além do referido monta uma cremalheira com mais um dente do que por exemplo a versão Rebel, tornando a transmissão mais curta para melhorar a resposta. A propósito da Rebel, a CL500 herdou o chassi tubular da mesma, com alteração do sub-quadro e das suspensões e também da sua geometria.

Vamos lá então…

Às 8h45 da manhã já estávamos sentados na CL500, a minha na cor verde mate ( existe também na cor laranja, azul e negra ). A primeira impressão que nos passa é positiva:  Como em todas as Hondas, tudo está no sítio certo e a posição de condução é muito descontraída. Com um assento plano, baixo e algo estreito, chegamos bem com os dois pés ao chão.  Os comandos e toda a instrumentação são simples: nada de eletrónica avançada, somente o indispensável como manda a lei neste estilo: ABS e chega.

O bicilíndrico vibra ligeiramente e tudo o que está ligado ao mesmo tem um comportamento suave, seja a embraiagem ou a caixa e também o acelerador. A embraiagem podes usá-la com um dedo apenas e passamos caixa apenas com um ligeiro toque de pé. O escape elevado e situado à direita está bem isolado termicamente e emite um som muito agradável.

Já há alguns meses que não rodava numa Honda de cilindrada 500 e por isso não tinha sensibiliadde suficiente para sentir as diferenças relativas a outros modelos da marca com o mesmo motor. De qualquer forma o motor bicilíndrico de 471 cc mostrou sempre uma boa resposta e até à 5ª velocidade oferece uma boa aceleração e recuperações notáveis.

O longo curso das suspensões e o seu desempenho pouco firme fez-me pensar que em estrada em condução rápida teria um comportamento pouco preciso. Sobretudo porque normalmente nas apresentações rodamos a um ritmo sempre alto e em percursos de montanha com muitas curvas e sem tráfico o trabalho e bom desempenho das suspensões é fundamental.

Os meus receios iniciais não tinham porém fundamento pois a CL500 curva de forma muito precisa e sem oscilações das suas suspensões, seja pelo acertado desenho do seu chassi e das suas geometrias mais conservadoras ou pela roda dianteira de 19” ( e não de 21” ) o certo é que a Scrambler nipónica tem um comportamento em curva totalmente neutro. Notas um pouco que as suspensões trabalham e fazem subir e baixar a moto constantemente ( era inclusivamente divertido vê-lo nas motos que circulavam à minha frente ) mas sem criar desequilíbrios nem passar aquela sensação de descontrole que te leva a tirar gás e a querermos parar rapidamente para tomar um café.

Se rodarmos de forma realmente desportiva ( é uma Scrambler certo ? ) começas a sentir de facto as suas limitações: afundamento excessivo da suspensão dianteira nas travagens, perfil dos pneus não indicados para uma condução mais agressiva, os poisa-pés que começam a roçar no asfalto e os travões que não de uma R.  No entanto aposto que 99% dos futuros utilizadores da CL não vão andar a roçar os poisa-pés no asfalto.

E fora de estrada também…

Já falámos sobre as rodas e os travões e na verdade pareceram-me ser os ideais para esta moto. Os pneus que monta são Dunlop Trailmax Mixtour nas medidas 110/80.19” na dianteira e 150/70-17” na traseira. O perfil não é obviamente desportivo, mas a aderência é notável sobretudo tendo em conta o tipo de moto em que estão montados. Claro que notamos um pouco mais de resistência à inclinação do que um pneu desportivo que são 100% para estrada, no entanto ajudados pelo guiador alto o meter a CL500 em curva é realmente fácil e as trajetórias são desenhadas com enorme precisão ( não é suposto rodarmos de joelho no chão ).

Os Dunlop também funcionam bem for a de estrada,  e tivemos a oportunidade de nuam pista de terra rodarmos a cerca de 80 Km/h sem sentirmos qualquer insegurança ou falta der aderência. As suspensões funcionavam bem absorvendo pedras e desníveis e mantendo sempre o contacto do pneu ao chão.

Os travões não são os da CBR1000RR no entanto o seu desempenho está bem dimensionado para a CL500. O travão traseiro é também protagonista e potente permitindo-nos dosear o mesmo em simultâneo com o da frente.. Em muitas motos o travão traseiro funciona normalmente em forma de ”tudo ou nada”  no caso da CL500 o travão traseiro acaba por ter um desempenho progressivo, permitindo compensar o maior afundamento provocado pelo dianteiro, sem que o ABS intervenha, e mantendo um maior equilíbrio do conjunto nas travagens.

Rodar em auto-estrada não será certamente o meio mais indicado para esta Scrambler, no entanto, se esquecermos a falta de proteção aerodinâmica, está perfeitamente à vontade para o fazer. A posição é cómoda e sem vibrações mas estamos totalmente expostos ao vento, realidade que nos obriga a circular a rimos inclusivamente legais em auto-estrada ( 120 Km/h ). A instrumentação é simples e de fácil leitura, mas com pouco contraste sobretudo quando incide a luz directamente no LCD e haverá quem sinta a falta do conta-rotações.

Uma opção sem dúvida diferente

No dia anterior, durante a apresentação, cheguei a pensar que esta moto seria ideal para jovens inconformados que já tenham carta A2, já que o seu estilo é algo diferente das motos Naked, desportivas ou Trail asfálticas. No entanto agora vejo que também poderá ser destinada aos mais veteranos, aqueles que tiveram moto na sua juventude e que agora querem voltar às duas rodas e que as potentes e pesadas 1000 podem ser demasiado para aquilo que pretendem realizar com as mesmas.

Uma Honda pensada ao estilo de há décadas com tecnologia moderna, fácil de levar e acessível para qualquer nível de condutor, com uma manutenção baixa e uma utilização polivalente, que irá proporcionar agradáveis momentos aos seus proprietários.

E como se comporta nos diversos “palcos”…

Em cidade

Perfeita para rodar em cidade, suave e muito manobrável, chegamos bem com ambos pés ao chão independentemente da estatura de cada um. Uma imagem impactante sobretudo se a tiveres personalizada. Uma moto que dá nas vistas.

Em estrada

Comportamento excelente em todo tipo de estradas sem ser obviamente uma moto para condução desportiva. Cómoda e estável, tanto a rodar tranquilo como a um ritmo mais alto.

Em Auto-estrada

A posição de condução é confortável mas exposta. Não temos proteção aerodinâmica e o vento impacta diretamente no nosso corpo. A vantagem é que nunca seremos multados por excesso de velocidade.

OffRoad

Aquilo que se pode esperar de uma Scrambler e um pouco mais. Excelente comportamento em pistas de terra e florestais, sem serem demasiado técnicas. As suspensões absorvem tudo e o guiador alto e largo garante um controle total.

ADN da Honda CL500

  • Potência       47 CV
  • Peso              192 Kg ( em ordem de marcha )
  • Preço            6.850 euros

Concorrência

A Honda CL500 não tem propriamente uma concorrência directa em termos de cilindrada e estilo já que a Scram 411 da Royal Enfield está algo mais abaixo da CL500 e a Scrambler X da Ducati algo mais acima. No entanto alguns modelos podem ser considerados como alternativa à mesma.

Benelli Leoncino Trail

499 cc / 210 kg / 47,6 CV / 6.780 eur.

Brixton Crossfire 500 X

486 cc / 190 kg / 47 CV / 6.999 eur.

Royal Enfield Interceptor 650

648 cc / 202 kg / 47 CV / 7.149 eur.

Voge 500 ACX

494 cc / 198 kg / 47,6 CV, 6.395 eur.

FICHA TÉCNICA HONDA CL500

Motor tipo:Bicilíndrico  paralelo LC, DOHC, 8V, cambota a 180º
Diâmetro x curso:67 x 66,8 mm
Cilindrada:471 c.c.
Potência máxima:47 CV (34,3 kW) a 8.500 rpm
Binário máximo:43.4 Nm a 6.250 rpm
Alimentação:Injecção electrónica
Emissões de CO2:84 g/km
Caixa:6 velocidades
Embraiagem:Multidisco em óleo, deslizante
Transmissão secundária:Por corrente
Tipo chassi:Tubular em aço
Geometría de direção:27º e 108 mm
Braço oscilante:Duplo braço em tubo de aço
Suspensão dianteira:Forquilha telescópica de 41mm curso 150 mm, sem ajustes
Suspensão traseira:2 amortecedores de 45 mm, ajuste de pré-carga
Travão dianteiro:Disco de 315 mm, pinça de 2 pistons, ABS
Travão traseiro:Disco de 240 mm, pinça de 1 piston, ABS
Pneus Rodas:Dunlop Trailmax 110/80-R19” e 150/70-R17”
Comprimento total:2.175 mm
Altura máxima:1.135 mm
Largura máxima:830 mm
Distância entre eixos:1.485mm
Altura assento:790 mm
Depósito:12 l
Consumo médio:3,6 l /100 km ( homologado )
Autonomia teórica:333 km
Garantía oficial:3 anos
Importador:Honda Motor Europe Ltd.
Contacto:219 155 300
Web:www.honda.pt

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