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Teste Yamaha MT-09 35 kW – Muito mais do que uma A2

By on 8 Julho, 2022

Ensaio realizado por Jordi Aymamí – Solomoto

Sim, é um facto de que todas as motos para carta A2 estão limitadas a 35 kW ( 47,5 CV ) no entanto nem todas têm a mesma entrega de potência nem o mesmo comportamento desses 47,5 CV. A Yamaha tem outros dois modelos naked com 35 kW, a ultra leve MT-03 e popular MT-07 ( versão limitada a 35 kW ) . Então para quê ter uma MT-09 limitada a 35 kW .

Apesar de parecer mais lógico e razoável aceder ao mundo das motos com uma versão mais ágil e acessível o certo é que uma versão superior limitada normalmente garante uma melhor ciclística. Is to para além de mais tarde, com a evolução da carta A2 para A, podermos passar pelo concessionário e deslimitar a moto, passando a usufruir dos seus 95 CV.

Uma Gama de sucesso

Em 2013 e com o slogan “ The Dark Side of Japan “ a Yamaha lançou uma nova gama de motos naked desportivas, com uma estética agressiva de Streetfighter, embora na nossa opinião a gama MT tenha nascido muito antes, em 2005, com a espectacular, enorme e incompreendida MT-01, com o seu motor bicilíndrico de uns incríveis 1.670 cc.

A primeira das novas MT’s foi precisamente a MT-09, montava um também inédito motor tricilíndrico, por certo muito nervoso e com uma ciclística a meio caminho entre uma streetfighter e uma supermotard. Um conjunto que na altura parecia ser invencível em estradas sinuosas… não fosse penalizada pelas suspensões que não estavam à altura do desempenho do conjunto, sobretudo o amortecedor traseiro.. Mais tarde esse problema ficou definitivamente resolvido com a chegada da versão SP ( amortecedores Ohlins ) e aos dias de hoje com a nova MT-09 que hoje vos apresentamos e onde o comportamento de “nervosismo” praticamente desapareceu.

Esta última versão da MT-09 é totalmente nova, mantendo o motor tricilíndrico que passa a ter 890cc e uma potência que atinge os 119 CV ( na versão full power ), ganhou mais binário e inclui uma ciclística totalmente renovada, com um chassi que continua a adoptar a configuração de dupla viga de alumínio  e um novo braço oscilante, também em alumínio, com novas geometrias e uma posição de condução mais consensual e menos radical.

Ao nível das suspensões monta agora forquilha e amortecedor traseiro ambos da KYB e totalmente ajustáveis conjunto que demonstrou ao longo do teste realizado um desempenho excelente. Para os que pretendam uma sofisticação ainda maior existe a versão SP que inclui uma decoração exclusiva , um assento com acabamentos superiores, Cruise control e sobretudo suspensões Ohlins.

… E tudo isto com 35 kW

Nesta altura vêm os comentários de que “ para que serve tudo isso se só temos 47,5 CV disponíveis ?  para isso então compro uma MT-07 e poupo uma pipa de massa “ … pois apesar do facto de se poupar algum dinheiro ser uma realidade incontornável a verdade é que a MT-09 é melhor moto que a MT-07 em todos e mais alguns aspectos.

A Yamaha MT-07 oferece uma ciclística de altíssimo nível, que monta as novas suspensões KYB totalmente ajustáveis, para além dos novos travões com pinças radiais de 4 pistons e bomba também radial. As novas jantes de alumínio forjado são também mais leves.

A versão limitada dispõe de toda a electrónica da versão full power, excepto nos 4 modos de condução que passam a 2, com a mesma IMU de seis eixos que permite um Controle de Tração ( TCS ), um Controle de Deslize ( SCS ) o Anti Wheelie e o ABS em Curva com controle de sistema de travagem  ( BC ). Para além da electrónica referida conta ainda com caixa com QuickShifter bi-direcional.

E o motor ?

No caso desta versão limitada já sabemos que entrega apenas os 47,5 CV obrigatórios para carta A2 mas a grande diferença em relação aos bicilíndricos de 500 cc está na entrega de binário. Efectivamente o tricilíndrico da MT-09 de 35 Kw entrega 93 Nm de binário máximo às 7.000 rpm ou seja, mais do dobro do binário de um verdadeiro motor de 35 kW.

O motor é cheio e a entrega de potência notável a partir de qualquer regime, garantindo rápidas acelerações e umas recuperações muito superiores a qualquer outro motor de 35 kW, por exemplo da MT-07 versão limitada a A2.

Mais controlável e menos nervosa

Já pudemos testar desde o seu lançamento as 3 versões da MT-09, motos que em qualquer das suas versões sempre nos agradaram bastante. Acreditamos que é a moto ideal para o que a maioria dos motociclistas pretendem fazer, basicamente rodarmos no dia a dia pela cidade e ao fim de semana realizar alguns percursos com mais adrenalina ou mesmo inscrever-nos num qualquer track day em circuito.

Com excepção da primeiríssima versão que montava um amortecedor traseiro que se mostrava incapaz de gerir toda a potência do motor, a MT-09 sempre nos pareceu uma moto perfeita para curvar. O certo é que a Yamaha ainda face ao mau desempenho da traseira da sua primeira versão chegou a propor um kit opcional de suspensões Ohlins, tendo na segunda versão incluído o modelo SP que as monta de raiz.

Nas primeiras versões da MT-09 a posição de condução era totalmente de Supermotard, com um guiador baixo e numa posição muito perto do condutor. O tricilíndrico de então era um motor nervoso o que, face às geometrias de si também mais radicais, tornava a sua condução muito nervosa embora ágil entre curvas, com uma frente demasiado leve e sempre com tendência para levantar.

A nova versão da MT-09 monta um novo chassi, com posição de condução e geometrias totalmente revistas, tornando a sua pilotagem muita mais parecida com as novas motos naked do que com uma supermotard.  A posição de condução é agora bastante mais natural e descontraída sendo que o guiador e os próprio poisa-pés são ajustáveis.

O som que emite o tricilíndrico da MT-09 soa a moto desportiva embora não seja cansativo. Parece ser que houve envolvimento do departamento técnico do sector da Yamaha Music para acertar o som da nova MT-09 ( facto verdadeiro ).

A magia do binário de motor

A MT-09 de 35 kW ( ou A2 se preferem ) de início quando arrancamos com a mesma não parece para nada que esteja limitada pois a resposta do motor é cheia ao ponto de ficarmos com dúvidas se trouxemos a versão full power e não a limitada. Essa dúvida desvanece quando ultrapassamos as 4.000 rpm e percebemos de imediato que é nos altos regimes que se encontra o limite realizado pela centralina.

A parte boa é que até às 4.000 rpm o motor desenvolve-se como se fosse full power garantindo acelerações rápidas desde os baixos regimes o que, numa utilização de dia a dia, é aquilo que mais importa e se faz notar. Nas acelerações e sobretudo nas recuperações é uma verdadeira 900.

Durante o longo e variado percurso de apresentação do modelo percorremos todo o tipo de estradas. Os primeiros quilómetros foram realizados em auto-estrada e no caso da MT-09 contamos com um limitador natural que é a falta de carenagem.  E funciona pois faz com que não nos apeteça superar os limites de velocidade evitando assim sermos detectados pelos radares. Notamos sobretudo a pouca vibração do conjunto e a posição confortável de condução.

Neste contexto e deixando o tema da aerodinâmica de parte constatamos que alguma informação no painel é pouco visível devido à pouca dimensão do mesmo e também dos números, sendo exemplo claro a informação do conta-rotações. Outro questão que nos surpreendeu foi o facto da manete de embraiagem, ao contrário da do travão, não é ajustável.

Mais uma vez o binário em curva

No percurso que realizámos enfrentámos todo o tipo de condições, tanto em diferentes estradas como climatéricas, no tráfico e em estrada aberta.  Tendo realizado a primeira parte do trajecto em auto-estrada logo a seguir encontramo-nos num percurso com muitas curvas.

Efectivamente foi a partir de aí que começámos a comprovar que a nova MT-09 é menos nervosa que a sua versão anterior mantendo no entanto o mesmo nível de agilidade. O que mais nos surpreende é a resposta do motor desde os baixos regimes, a permitir sair de acelerador em 6ª velocidade a rodar às 2.500 rpm. Esta é de facto a grande vantagem de um motor de grande cilindrada apesar de limitado, a surpreendente forma como sobe de rotação desde os regimes mais baixos sem termos que passar caixa.

O exuberante par de motor e o tacto do acelerador electrónico ( ride by wire ) fazem com que a resposta por vezes seja um pouco brusca, a obrigar a uma maior sensibilidade no rodar do punho, realidade que sucede em muitas outras motos com acelerador electrónico, embora na maioria das situações a entrega de potência seja suave e muito progressiva.

Queremos novamente dar especial destaque ao fantástico par de motor para que alguns motociclistas menos experientes possam evitar ser surpreendidos pela entrega de potência desde os baixos regimes destes 47 CV,  pois apesar da suavidade da entrega a MT-09, mesmo limitada, é uma moto que se pode conduzir de forma muito rápida.

Como já referimos anteriormente a caixa de velocidades monta um Quickshift bi-direcional que está sobretudo pensado para funcionar de forma fluida acima das 2.000 rpm, ou seja, conduzindo a MT-09 de forma normal. O seu funcionamento em condução desportiva é excelente, especialmente nas reduções com travagem em simultâneo, garantindo um desempenho e uma segurança acrescida na sua condução.

A intervenção da electrónica está mais do que justificada já que nas mudanças mais baixas, em 2ª ou 3ª, a MT-09 pode fazer derrapar a roda traseira em aceleração. Neste caso apenas temos que confiar que o controle de tração e de deslizamento façam o seu trabalho, pois estão lá para o efeito e fazem-no bastante bem, garanto, já que durante o percurso e numa sessão de fotos numa estrada fechada ao trânsito, conduzindo de forma mais agressiva, numa determinada curva onde estava um dos fotógrafos, entrámos rápidos e ao dar gás ainda deitados a moto derrapou de traseira de forma controlada graças à intervenção da electrónica.

Boas suspensões nas diferentes versões

Para o grupo de jornalistas convidados para esta apresentação a Yamaha disponibilizou diferentes modelos da MT-09, desde a versão standard à mais equipada SP e também a limitada a 35 kW.  Na versão que nos foi assignada de início, uma standard, as suspensões encontravam-se bastante bem reguladas para o meu peso, garantindo uma boa estabilidade do conjunto e permitindo uma leitura correcta e precisa do asfalto. Realidade que me fez pensar se as suspensões da versão SP com amortecedor Ohlins na traseira se justificavam neste caso tendo em conta o valor extra a pagar.

Essa sensação inicial rapidamente se dissipou pois logo a seguir rodei na versão SP e as diferenças faziam-se notar pois o conjunto da suspensão dianteira KYB com o amortecedor traseiro Ohlins, ambos totalmente ajustáveis, aumentavam claramente o desempenho do conjunto e o tacto com o asfalto, embora na unidade em que rodei fui obrigado a ajustar a pré-carga de mola e em extensão do amortecedor traseiro que se encontrava desajustado para o meu peso. Uma função que é super fácil de realizar e que não requer ferramentas especiais.

Ainda não comentámos os travões da MT-09. Sem serem travões de uma hiperdesportiva garantem porém uma travagem potente e dosificada. As pinças monobloco de 4 pistons e a bomba radial têm um bom desempenho. O ABS em curva garante um extra de segurança embora durante o teste que realizámos apenas o ABS traseiro tenha tido alguma intervenção em curva.

A nova Yamaha MT-09, mesmo na sua versão limitada a 35 kW, continua a ser uma naked desportiva. O novo chassi e a sua nova geometria “acalmaram” um pouco o seu temperamento comparativamente à versão anterior, tornando-a mais controlável, mas continua a ser igualmente rápida e ágil e entusiasmante em percursos com muitas curvas.

Aos que sejam iniciantes na carta A2 e se entusiasmem pela MT-09, podemos afirmar que irão adquirir uma moto à séria, com tudo o que a classificação significa. Deverão de início tratá-la com algum respeito, já que a entrega de potência desde os baixos regimes os poderá surpreender, embora logo de seguida poderão também constatar que se por de pilotar com uma suavidade surpreendente, com a garantia que o conjunto responderá sempre com precisão a todos os desafios que lhe sejam colocados.

O preço da versão base limitada é de 10.200 euros e da versão SP é de 11.700 euros, ou seja, os preços são idênticos aos das versões fullpower. A versão standard está disponível em 3 cores, Cyan Storm, Icon Blue e Tech Black e a versão SP apenas disponível na cor especial Icon Performance.

O que mais gostámos e o que poderá melhorar

MOTO+

  • Motor CP3 potente e redondo
  • Suavidade de entrega de potência
  • Ciclística de topo
  • Posição de condução descontraída
  • Electrónica eficaz

MOTO –

  • Painel pequeno  e informação difícil de ler
  • Manete de embraiagem não ajustável
  • Preço mais alto face a outras A2 ( justificado )

ADN da Yamaha MT-09 de 35 kW / A2 de 2022

Versão SP – Cilindrada 890 cc / 47,5 CV / 189 Kg / 10.200 euros
Concorrência directa
BMW F 900R   895 cc / 48 CV / 211 Kg / 8.925 eur
Ducati Monster 821   821 cc / 48 CV / 180 Kg / 11.025 eur
Kawasaki Z900   948 cc / 70 kW / 210 Kg / 10.640 eur

Acessórios Yamaha MT-09 – A Yamaha disponibiliza uma lista de mais de 50 acessórios da marca para personalização da MT-09

Ficha técnica de la Yamaha MT-09 35kW A2

  • Motor tipo:   3 cilindros em linha 4T LC DOHC 12V
  • Diámetro x curso:               78,0 × 62,1 mm
  • Cilindrada:                            890 c.c.
  • Potência máxima:               35,0 kW (47,5 CV) @ 6.000 rpm
  • Par motor máximo:            93,0 Nm (9,5 kgm) @ 7.000 rpm
  • Taxa de compressão:         11,9:1
  • Alimentação:                        Injeção electrónica
  • Emissões de CO2:                116 g/km
  • Caixa:                                     6 velocidades, com Quickshifter up&down
  • Embraiagem:                        Multidisco em banho de óleo, sistema deslizante
  • Transmissão secundária: Por  corrente de o’rings
  • Tipo chassi:                          Dupla viga em alumínio
  • Geometría de direção:       25º e 108 mm de avanço
  • Braço oscilante:                  Duplo braço em alumínio
  • Suspensão dianteira:         Invertida KYB de 130 mm, totalmente ajustável
  • Suspensão traseira:            Amortecedor KYB de 122 mm, totalmente ajustável
  • Travão dianteiro:                2 discos 298 mm, pinças radias monobloco de 4 pistons Cornering ABS
  • Travão traseiro:                  Disco 245 mm, pinça de 2 pistones
  • Rodas:                                    120/70 x 17” e  180/55 x 17”
  • Comprimento total:            2.090 mm
  • Altura máxima:                    1.190 mm
  • Largura máxima:                 795 mm
  • Distancia entre eixos:        1.430 mm
  • Altura assento:                    825 mm
  • Depósito:                               14 l
  • Consumo médio:                 N.d.
  • Autonomía teórica:            N.d.
  • Garantia oficial:                  3 anos
  • Importador:                         Yamaha Motor Europe
  • Contacto:                               214 722 100
  • Web:                                       www.yamaha-motor.eu/pt
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