Outra Inglesa desaparecida ressuscitada que pretende regressar ao mercado
A marca de motos clássicas Phelon & Moore foi ressuscitada, para já com uma linha de sete motos e mais três a caminho. A prática de fazer renascer as marcas históricas de motos britânicas do passado está em alta em 2026, com o lançamento da nova linha da Phelon & Moore.

A marca foi oficialmente relançada em 2022, embora o público só tenha tido a oportunidade de ver a nova linha completa na EICMA 2025. E é uma linha bastante abrangente de motos que a marca renascida lançou, incluindo cruisers, motos de aventura, scooters e várias nakeds retro também estão a caminho.

A Phelon & Moore, entretanto praticamente esquecida, operou entre 1902 e 1967, fundada por Joah Carver Phelon e Richard Moore, e localizada na cidade de Cleckheaton, em Yorkshire. Ao longo dos anos, a fábrica produziu modelos a quatro e dois tempos, chegando a construir algumas motos de corrida que competiram no TT da Ilha de Man.
O seu modelo mais famoso, no entanto, foi a Panther, lançada na década de 1920 e que continuou a ser fabricada em várias versões e capacidades até ao encerramento da fábrica.

Em 2022, a marca foi adquirida por “investidores apaixonados”, segundo o site da P&M, que têm “uma longa experiência no design, fabrico e distribuição de motos e scooters”. Com o novo grupo no comando, a P&M procura entrar no segmento premium das duas rodas, construindo motos “inspiradas na rica história da Phelon & Moore” para o mercado global.
Uma breve pesquisa sobre os novos proprietários apenas revela duas pessoas como diretoras da empresa, ambas americanas, uma das quais é um ex-piloto de motocross que afirma ter 25 anos de experiência no segmento.

Começando pelo topo da gama, três motos de aventura da marca parecem estar a caminho: a Capetown 7S e a mais robusta Capetown 7X com rodas raiadas.
A estas junta-se uma edição especial da Capetown 7X Pinninfarina, com pintura exclusiva, alforges laterais e mala traseira. As três motos partilham um motor bicilíndrico paralelo de 693 cc, que, segundo o fabricante, produz 73 cv e 6,8 kgfm de binário.

Não existe informação no site da P&M sobre a origem do motor, pelo que não é claro se se trata de um motor próprio, concebido e fabricado internamente, ou se existe uma grande empresa (chinesa?) por detrás da parte mecânica das motos.
Além do motor, as três motos contam com painel TFT, punhos aquecidos, controlo de tração e câmara frontal. Do lado da ciclística, possui suspensão ajustável em ambas as extremidades, discos de 320 mm e pinças de quatro pistões na dianteira, para um peso de 240 kg.

A linha apresenta, acertadamente, uma moto batizada em homenagem aos modelos de maior longevidade da P&M, a Panther. Na sua versão moderna, porém, a moto assume um visual custom cruiser. A versão C é a cruiser de estilo mais clássico das duas, com muito cromado, banco duplo e guiador alto. O seu acabamento com pintura faz lembrar a Yamaha XV535 Virago.

O modelo S adota uma estética mais sóbria, com um acabamento preto no motor e na carenagem. Possui ainda um guiador mais baixo, espelhos retrovisores nas extremidades do guiador e um banco do passageiro muito mais pequeno (quase inexistente).
Ambas as motos estão equipadas com um motor V-twin de 573 cc refrigerado a líquido, que, segundo o fabricante, produz 53 cv e 4,8 kgf.m de binário. O peso total da Panther C é de 249 kg com o depósito de combustível cheio.

A marca vai ainda lançar dois novos modelos: a Panthette S, orientada para a cidade, e a Panthette X, mais robusta. Estarão disponíveis nas versões de 125 cc refrigeradas a ar e a líquido, bem como uma opção um pouco mais potente de 200 cc para os condutores com carta de condução A2.
A versão de 125 cc refrigerada a ar gera 9 cv e 9,9 kgf.m de binário, enquanto a versão refrigerada a líquido produz 11,5 cv e 12,1 kgf.m. A versão de 200 cc gera 17 cv e 1,5 kgf.m. Com a S a ostentar o visual típico de uma moto urbana, o modelo X apresenta um estilo um pouco mais peculiar.

A empresa procura capitalizar no segmento das scooters ADV, pelo menos em termos de aparência e estilo. Tal como o modelo S, está disponível em três versões: 125cc, 200cc e 300cc. A 125 produz, segundo o fabricante, 11,5 cv e 11,7 Nm, enquanto a 200 produz 16 cv e 24,5 Nm. A versão topo de gama, a 300, tem uma potência máxima apenas ligeiramente superior à da 200, com 17 cv e 25,0 Nm declarados.

Listadas no site como modelos ‘Preview’, estão três motos naked retro: duas equipadas com um motor bicilíndrico paralelo de 550 cc, 58 cv e 55,2 Nm, e uma, a Brighton 125, equipada com um motor monocilíndrico refrigerado a líquido de 124,2 cc, 14 cv e 11,5 Nm. A Phelon & Moore Brighton 6 Scrambler

Cada moto é uma naked retro com um estilo sóbrio. São suficientemente discretas para não parecerem extravagantes, e ao mesmo tempo não parecem copiar nenhum modelo existente no mercado.
O estilo da Scrambler é realçado pela adição de jantes raiadas com um visual intrincado e uma elegante pintura mate. Os preços de cada um dos novos modelos ainda não foram confirmados.

Embora o relançamento de mais uma marca britânica de motos seja uma iniciativa bem-vinda para o setor, ainda existem dúvidas sobre certos elementos das motos. Os motores, por exemplo, sem saber se foram desenvolvidos internamente ou adquiridos a alguma marca já existente na China ou na Índia, podem dificultar a justificação das aspirações premium da P&M – e o preço que essas aspirações podem acarretar.
Pode espreitar a linha completa e saber mais sobre a marca no site oficial.












