É amplamente reconhecido a nível internacional que os designers italianos são especialmente dotados de um enorme sentido estético no desenho de linhas e formas e na definição de tendências no sector automóvel e motorizado em geral. No entanto as Moto Guzzi dos anos 80 não eram um exemplo estético bem conseguido nem agradáveis de pilotar, razão pela qual o arquitecto e designer Luigi Caccia Dominioni, enorme fã da marca e proprietário de uma SP1000 de 82, pediu ao atelier espanhol Macco Motors para transformar a moto original numa bela Café Racer.
Luigi Dominioni tem uma importante coleção de Moto Guzzis, muitas delas preparadas para a competição mas, em relação a esta SP1000, quando o mesmo resolveu adquiri-la e testá-la achou que a mesma necessitava de uma profunda intervenção pois sentiu-se algo frustrado com a sua aparência. Originalmente os guarda lamas tinham um ar pesado, a carenagem angulosa nada tem a ver com a fluidez habitual do design italiano… resultado, a decisão de a transformar foi rapidamente tomada.
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A Macco Motors é especialista na preparação de motos Triumph, no entanto sabendo que na base de qualquer Moto Guzzi existe uma ciclística e uma mecânica de topo decidiram aceitar o desafio. A primeira etapa foi desenhar em Photoshop aquilo que poderia ser o resultado final da preparação e chegar a acordo com o cliente. Com a configuração final decidida passou-se então a retirar todos os componentes da moto e deixá-la apenas na sua estrutura mais simples, quadro e motor. O sub-quadro foi cortado e as soldaduras originais revistas e polidas.
Para substituir a enorme traseira de origem, foi fabricado um novo sub-quadro em flecha e soldado nos pontos originais. O quadro foi então pintado num preto acetinado . O depósito original não é dos mais bonitos da Guzzi mas o proprietário quis manter o mesmo. No entanto, para aliviar algumas das suas linhas quadradas e poder obter uma linha mais fluida, típica das Café Racers, a parte traseira foi totalmente redesenhada. Macco produz todas as suas baquets em aço e são almofadadas e forradas com pele cosida à mão. O resultado final de uma linha fluida da frente até à traseira foi conseguido também graças ao facto de se ter subido ligeiramente o apoio do depósito na sua parte traseira.
A carenagem foi realizada a partir da original pois aquela que se pretendia inicialmente , a de uma Moto Guzzi GT, não servia. O guarda-lamas dianteiro foi feito em fibra a partir de um modelo das Triumph, assim como os painéis laterais com o mesmo tipo de ventilação. Com os componentes terminados era altura de decidir a pintura pelo que se optou por um branco com azul e vermelho, ao estilo de Street/Racing.
Com a parte estética terminada passou-se então à parte da ciclística no sentido de garantir que a SP teria um comportamento irrepreensível no seu desempenho mecânico também. O motor de 949cc com dois cilindros em V e transmissão por veio era o coração da SP e estava em perfeitas condições. No entanto decidiu-se dar-lhe algo mais de potência pelo que decidiu-se os mesmos carburadores Dell’Orto mas com uma afinação distinta e com filtros K&N. Os escapes são uns tradicionais 2 em 2 , paralelos ao quadro no inicio e a terminar em duas ponteiras cónicas pintadas no mesmo negro acetinado do quadro.
A parte eléctrica estava em muito mau estado pelo que foi totalmente refeita, tendo sido colocada uma bateria mais leve e moderna e novos interruptores para as diversas funções. No guiador optou-se por montar avanços tipo “clip-on” ao mais puro estilo Racer e longe do original tipo Chopper. O farol dianteiro é um redondo clássico perfeitamente adaptado à carenagem e a luz traseira e os piscas colocaram-se uns minimalistas.
As peseiras são agora recuadas e da marca Tarozzi e a ignição foi recolocada para que ao se pilotar a SP a mesma não ficasse debaixo do queixo. A suspensão dianteira foi revista , rebaixada e melhorada no seu desempenho enquanto que os amortecedores traseiros foram substituídos por 2 amortecedores da YSS totalmente reguláveis. As jantes originais foram recuperadas e pintadas à cor da moto e foram montados pneus Metzeler Lasertec.
O resultado final é uma Café Racer belíssima e ao contrário de muitas italianas esta leva a marca “Designed in Spain”
Fontes : Macco Motors e Pipeburn – Fotos: Sergio Ibarra
