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No verão enfrentar a “nortada” com mais proteção.

By on 19 Julho, 2019

Quem vive na linha de Cascais sabe que por altura dos meses de verão a nortada mostra os seus “dentes” de forma violenta, cobrindo a Serra de Sintra com uma farta cabeleira, realidade que significa vento constante com rajadas que muitas vezes podem ultrapassar os 100 Kmh. E são precisamente estas rajadas que representam o maior perigo para o motociclista já que o vento constante permite compensar a deriva com uma pequena inclinação da moto e as rajadas são inesperadas e podem mesmo atirar-nos para fora de estrada.

Os maus exemplos que vêm das “estrelas”….

Se somarmos à intensidade de uma rajada a velocidade a que num momento determinado rodamos, facilmente acima dos 100 Kmh, podemos ter um impacto de ar repentino sobre nós e sobre a moto superior a 200 Kmh…

Em dias particularmente ventosos há por isso que rodar a menor velocidade e estar atento por exemplo ao que circula no ar à nossa volta, já que folhas, papéis e sacos de plástico a voar, são habitualmente sinónimo de vento forte ou de uma rajada que iremos enfrentar um pouco mais à frente.

E nesses dias é imprescindível proteger os olhos de forma efectiva. Os capacetes abertos do tipo Jet e os habituais óculos de sol são totalmente desaconselhados já que a poeira que circula no ar pode num momento determinado diminuir a nossa visão e poder mesmo provocar um acidente.

Conto-vos um episódio que sucedeu comigo na minha juventude e que não me ceifou a vida por um verdadeiro milagre. No tempo em que ainda rodava em “cinquentinhas”, a dois tempos, com motor Zundapp de 4 velocidades, ía eu na minha Santa Maria para uma festa de garagem, festas que se organizavam nas casas de cada um e onde nos encontrávamos ao fim de semana. Nesse dia de verão, de férias, com uma nortada forte que me abanava a moto, sem óculos e de capacete aberto, lá ía eu para mais uma “garage party”. De pronto, numa subida e contra o vento, a fita de aperto do capacete deu-me uma valente chicotada na cara e atingindo-me um olho. Com a dor, instintivamente, soltei uma mão do guiador e por décimas de segundo devo ter fechado os olhos. Quando dei por mim, não sei quanto tempo depois, estava deitado na estrada com uma senhora a olhar de cima e a dizer para a vizinha que eu “ainda estava vivo”…

Da moto pouco restou, foi para sucata e o capacete igualmente, pois rachou ao meio, que nem uma casca de ovo, tal foi o impacto que sofri ao sair da estrada, entrando na valeta, e batendo violentamente num patim de betão que dava acesso à garagem de uma das vivendas à beira da estrada. Milagrosamente não sofri nada e saí da situação apenas com umas mazelas e roupa rasgada, mas a história da minha vida podia ter terminado precocemente ali, naquele momento por uma simples rajada de vento.

Por isso, regra número um em dias de vento, sobretudo no verão com tempo mais quente e seco, a proteção dos olhos, idealmente com capacete fechado, pois é sempre mais seguro mas, se levarem capacete aberto, recomendam-se óculos encostados à cara e que vedem bem, tipo óculos de motocross ou eventualmente mais clássicos, tendo em conta o estilo da moto.

Óculos de proteção com contacto directo à cara… alguns óculos escuros têm elementos em esponja que assentam sobre a nossa cara não permitindo a entrada de ar

E muita atenção aos sinais de vento… Nas auto-estradas, que estão mais abertas e expostas à passagem do ar, existem, em zonas habitualmente mais ventosas, uns “cataventos” que permitem verificar a intensidade do vento, sobretudo em zonas de pontes onde o vento circula pelos vales com maior intensidade. Atenção redobrada nestas situações e manter distância extra de segurança aos carros. Atenção também aos sinais de eventuais rajadas, como excesso de pó no ar ou folhas arrastadas pelo vento.

Quanto à condução e estabilidade da moto dependerá da direção do vento, sendo que o vento lateral cria maior desiquilíbrio. É estar atento e ir “dançando” com o vento com a segurança que se imponha quer pela maior instabilidade provocada na moto ( as mais leves são mais sensíveis ) quer por alguma falta de experiência de condução em situações de tempo mais adversas.

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