O tema dinheiro, muitas vezes considerado um assunto tabu, foi recentemente abordado pelo campeão mundial Jorge Martin, que admitiu ter lutado para lidar com isso no início da sua carreira no MotoGP.
“Aos 17 anos já ganhava 70 mil euros por ano na Moto3 na Aspar – este valor era composto por um salário fixo e dinheiro de patrocínio. Se fores bom, podes ganhar até 150 mil euros por ano nesta classe”, disse o jovem de 26 anos no podcast do YouTube Tengo un Plan.
“Mas é preciso dizer que na categoria pequena, 60% dos pilotos costumam pagar para estar lá. O mesmo se aplica à Moto2, onde podes ganhar até cerca de 300.000 euros por ano. Mas quando chegas à classe rainha, fazes isso por muito menos porque o único interesse é estar lá. Mas podes ganhar entre 600 mil e 12 milhões de euros todos os anos.”
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Diante de tais somas, há um grande risco de um piloto se perder em distrações, e “Martinator” também descobriu isso.
“Quando mudei para a categoria rainha, estava solteiro e depois da minha primeira vitória na Áustria comecei a comemorar. Sempre fui a Barcelona aos domingos depois dos GPs e depois dos treinos em Andorra”, disse. “Eu era competitivo e não tive problemas com isso, mas uma vez numa discoteca entregaram-me uma conta, uma quantia absurda, e depois de pagar percebi que tinha que mudar. Mais tarde conheci a minha amiga Maria e isso ajudou-me.”
A sua família também o ajudou a manter os pés no chão e a concentrar-se no que é importante.
“Os meus pais e avós sempre me mantiveram com os pés no chão, avisando-me que se desperdiçasse o meu dinheiro, acabaria sem dinheiro, perderia os meus amigos e a minha carreira terminaria. Sei o que tenho, estou feliz e procuro aproveitar ajudando os outros”, enfatizou Martin. “Com o que tenho, poderia me reformar hoje e viver bem, mas quero ser alguém – uma lenda do MotoGP. Quero ser lembrado e deixar um legado para as gerações futuras.” Concluiu Jorge Martin.
