Blusões para viajar de moto, como escolher.
Inverno? Verão? Outono ou primavera?Vamos agora olhar para o vestuário de proteção que queremos usar na nossa viagem…do pescoço para baixo.
É impressionante a quantidade de marcas que existem no mercado e a imensidão de opções que cada uma oferece. Tem uma moto de que cor? Quer em pele ou têxtil? Encontra, de certeza, equipamento para todos os estilos, diferentes materiais e…a condizer!
O blusão e a variedade de opções.
Hoje em dia, os materiais têxteis, como por exemplo a cordura e o polyester, têm evoluído bastante não só em termos de resistência à abrasão, em propriedades térmicas e impermeáveis, como também no conforto e leveza, sendo que a melhor qualidade equivale um preço mais alto.
Muitas marcas, têm nos seus catálogos, formatos, cores e estilos para todos os gostos e segmentos. Modelos para uso mais urbano, ou desportivo e adventure ou touring, mais específicos para estrada ou Off-road, etc… e ainda podemos eleger variados níveis de proteção que incluem Certificação (CE) sendo as mais comuns e genéricas as de nível 1 (a mais normal) e nível 2 (a mais elevada).
Obviamente, o couro também se mantém. Sendo mais resistente, mais pesado e mais caro, o seu uso foi um pouco direcionado para o estilo trendy e urbano, mantendo-se obviamente na competição em pista ou para um apontamento de resistência à abrasão num equipamento de tecido têxtil.
Então, o que vamos usar em viagem? – Conforto e proteção!
As propostas para viagem, se não olharmos a custos, vamos para casacos têxteis de três camadas (todas as estações), impermeabilidade (incluindo bolsos), boa ventilação e capacidade térmica. Normalmente incluem proteções de nível 2 nos ombros e cotovelos. (alguns não trazem protetor dorsal sendo a sua compra à parte e altamente recomendada)
Aqui, o tecido de alta densidade, altamente resistente, será algo em polyester “1000D”, “Ripstop” ou outro idêntico como camada exterior, uma camada interior impermeável (membrana impermeável e respirável) removível e outra camada térmica também removível. Se estiver frio e chuva, usamos as três em conjunto.
Primavera ou outono com chuva, mas pouco frio, retira-se a térmica e deixa-se a impermeável. Verão com calor? Retira as duas interiores e abre os fechos exteriores de respiração para circular o ar! Estamos a falar de casacos de gama media/alta, capazes de serem eficientes nas 4 estações do ano.
Mas, uma coisa é certa, no caso de uma queda, as proteções têm de estar no sítio certo e para isso, o blusão deve ser mantido fechado e com os ajustes nos braços e punhos apertados.
Nesta gama de blusões, mas já na faixa dos mais caros, existe a utilização de membranas impermeáveis e respiráveis, sendo a mais conhecida a “Gore-tex”, usada por muitas marcas de topo como a camada “Premium” capaz de resistir a muita intensidade de água, vento e ao mesmo tempo ser respirável .
Mas muitas outras marcas, também adotaram outros nomes às suas membranas impermeáveis como por ex. A EXDRY da IXON, a Hydratex da Rev’it, a Drystar da Alpinestars, a H2out da Spidi, D-Dry da Dainese, etc, tecnologias que são igualmente boas e de valores mais em conta!
Para não esvaziar tanto a carteira, continuamos a ter boas soluções de casacos, mantendo as proteções CE nível 2 (ombros e cotovelos) mas com polyester 400/500D e nas zonas mais críticas de impacto como os ombros e cotovelos, o 600D ou até Ripstop como tecido de maior resistência.
Nestes casos, a resistência, a capacidade térmica ou de impermeabilidade já não será tão boa, e aqui já só vamos dispor de duas camadas.
A membrana impermeável (Gore-tex ou não) é totalmente integrada no tecido do blusão, de forma a repelir a água assim que a mesma caia sobre o tecido. A ideia é não permitir que absorva e se molhe, mas não aguenta chuva forte durante muito tempo.
Nos dias quentes que precisamos de “arejar” mais, esta membrana integrada, como não pode ser removida, torna a ventilação dos blusões bastante menos eficaz.
Continuando a reduzir custos, vamos entrar nos modelos com proteções CE nível 1 e, claro está, materiais de menor resistência à abrasão. Em termos de peso, o blusão também fica substancialmente mais leve permitindo uma utilização mais confortável para uso urbano e/ou para os dias mais quentes de primavera ou de verão com “painéis” de malha perfurada para melhorar a ventilação.
É sempre aconselhável, em qualquer dos casos, ter sempre à mão um casaco impermeável, leve com tratamento PU hidrorrepelente, para vestir por cima. Sendo que, nestes blusões de tecidos mais propícios à entrada de água, é uma regra a garantir. Caso contrário, uma queda de chuva moderada, é suficiente para ficarmos irremediavelmente molhados e desconfortáveis.
Resumindo, para viajarmos com conforto e principalmente em segurança, com a polivalência de podermos remover ou adicionar “camadas” em função da meteorologia, a nossa recomendação é de um blusão de 3 camadas. Boa ventilação para os dias mais quentes e impermeável e quente para chuva/frio e proteções de nível 2… e sem esquecer a dorsal.
É sempre preferível que seja a carteira a “pagar” e não o corpo… certo ? Na realidade, ao investir num blusão de melhor qualidade, pode evitar a despesa de ter que adquirir dois blusões, um de verão e outro para o inverno.
Prontos para arrancar?
Em próximos artigos a publicar, irei abordar mais equipamentos, a bagagem, as ferramentas, como carregar a moto e outras dicas sobre custos, poupanças e viajar em segurança.
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