5 tecnologias que nunca vingaram no mercado

By on 21 Setembro, 2023

Acompanhar a evolução da tecnologia e estudar as inovações no mundo das motos é fascinante, mas algumas inovações que surgiram ao longo do tempo acabaram por não vingar no mercado.

Mudanças no guiador (Vespa)

A Vespa e Lambretta, são duas lendas que durante décadas trouxeram as mudanças no guiador e que foram os únicos veículos de duas rodas produzidos em larga escala a adotar esta tecnologia. O sucesso das scooters daqueles anos, com todas as suas vantagens em termos de praticidade, eficiência e preços baixos, fazia com que os utiilizadores tolerassem o incómodo da mudar marchas no punho esquerdo com a embraiagem e caixa de velocidades juntas.

A rotação contínua do pulso esquerdo e a falta de precisão do sistema nunca foram aceites pelo mundo das motos e ninguém mais quis adotá-lo. Agora mudar de marcha com uma Vespa vintage “é nostálgico”, mas ninguém poderá dizer que é mais funcional ou eficiente do que a clássica caixa de velocidades com alavanca no apoio para o pé-esquerdo.

Moto com tecto (BMW C1)

Houve apenas algumas tentativas e apenas no mundo das scooters. Falamos da BMW C1 que tinha tecto e até um estranho sistema de cintos de segurança e que foi homologada para uso sem capacete. Nós próprios a experimentámos na altura, e sinceramente, tratava-se de um ‘barco’ difícil de gerir, sobretudo com ventos laterais. O sistema também foi adoptado na Benelli Adiva , com um tecto retrátil que protegia da chuva, assim como mais tarde numa curiosa moto chinesa que tive a oportunidade de conhecer.

No que diz respeito à praticidade, principalmente na cidade e nas viagens diárias, ter um grande pára-brisas na frente e um teto sobre a cabeça ajudava a evitar molhar-nos muito (mas a chuva ainda entrava pelas laterais), penalizando fortemente a estética e a dinâmica do veículo.

Tração integral

Embora existam empresas que desenvolvem conversões de tração integral para motos off-road (tanto elétricas quanto mecânicas), é uma tecnologia com muitos pontos negativos que tornam a aplicação em série pouco conveniente em termos de benefícios .

Ao andar rápido e na estrada, ter a roda dianteira também a “puxar” a moto cria mais desvantagens do que vantagens em termos de estabilidade e segurança: a roda dianteira, ficando mais leve durante a aceleração, pode escorregar e fazer com que o veículo perca aderência. O único uso vantajoso é em subidas íngremes ou off-road em velocidade muito baixa, onde ajuda a sair de problemas. Atualmente existe apenas um fabricante de motos 2×2 no mercado, a Rokon.

Pistões ovais (Honda NR 750)

A Honda NR 750 é um ícone das duas rodas, talvez uma das motos mais lendárias de todos os tempos, e a sua tecnologia de pistão oval ainda fascina milhares de entusiastas. Mas então, porque razão nenhum outro modelo Honda – e nenhum outro fabricante – seguiu o caminho dos pistões ovais?

O sistema era em teoria brilhante. A união de dois pistões permitiu encaixar 8 válvulas para cada cilindro e queimar mais ar e combustível, transformando hipoteticamente um motor V4 num V8 em termos de potencial. Infelizmente, a forma alongada do cilindro e da câmara de combustão causou uma série de problemas tanto de lubrificação como de turbulência na combustão, o que tornou a moto pouco fiável e menos potente como seria de esperar. A solução não funcionou nas motos de corrida dos anos 80, nem na única moto de pistão oval homologada em série.

Airbag na moto

A questão dos airbags nas motos é polémica. Em teoria uma moto, durante uma queda ou deslize, separa-se do condutor e a utilização de um airbag na moto parece completamente inútil. Na realidade só existe uma situação em que se pode salvar vidas, nomeadamente em impactos frontais, onde o piloto é disparado para a frente e não noutras direcções.

A Honda tentou instalar o airbag na Goldwing e embora existam documentos que comprovem o salvamento de algumas vidas devido à eficiência do sistema, é uma tecnologia pesada e que nunca pegou em motos mais compactas. A prevalência do colete de airbag é muito mais compacta, eficiente e segura e toda a tecnologia está a migrar para sistemas usados ​​no corpo e não no hardware da moto.

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