Vários processos de indemnizações e problemas com as finanças poderão ‘desligar a corrente’ ao fabricante de elétricas
A Damon, fabricante de motos elétricas de Vancouver, no Canadá, enfrenta processos judiciais, investidores irritados e uma equipa reduzida de apenas 13 funcionários, o que gera dúvidas sobre se as suas motos algum dia chegarão às ruas.
A Damon Inc., start-up canadiana de motos elétricas que ainda há pouco prometia uma Superbike de 320 km/h com 320 km de autonomia, enfrenta uma série de processos judiciais enquanto se agarra a uma equipa mínima de colaboradores.

Outrora aclamada como uma força disruptiva no motociclismo, já em fevereiro tinha havido dificuldades financeiras, e a empresa parece agora cada vez mais um exemplo de má gestão. Entre os últimos registos da Damon na declaração de rendimentos 10-K (submissão às finanças como a nossa declaração de IRC) está a revelação de que a empresa está envolvida em várias batalhas judiciais, incluindo processos movidos por ex-executivos.
Um dos processos mais impactantes, segundo fontes locais, é interposto pelo financeiro Andrew DeFrancesco, que afirma que Damon lhe deve mais de 3,2 milhões de dólares em remuneração em ações por serviços de consultoria. DeFrancesco, uma figura controversa com um historial de sanções da SEC (execuções impostas pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA), tem laços de longa data com a empresa por investimentos feitos através do seu fundo House of Lithium.

O fundo injetou dezenas de milhões na Damon durante a sua fase de expansão. Também ligou a marca à IndyCar através de um acordo de patrocínio com o seu filho, Devlin.
Agora, porém, esta relação azedou na justiça. E DeFrancesco não está sozinho. A Damon está também a ser processada por rendas não pagas e, de acordo com os autos, enfrenta uma ação de, nada mais nada menos, que o seu fundador e ex-CEO destituído, Jay Giraud.
No site da empresa, na seção destinada a candidaturas lê-se apenas “Não estamos a contratar presentemente”.
É uma confusão que revela fraturas profundas na start-up outrora badalada, que quase faliu no ano passado, antes do cofundador Dominique Kwong ser trazido de volta para estabilizar o barco.