Subscreva a nossa Newsletter

Email Marketing by E-goi

Ensaio Moto Guzzi V9 Bobber – Reviver o Passado

By on 1 Junho, 2018

Não restam dúvidas de que a tendência que se vem manifestando na última década de procura de motos de cariz neo-clássico tem feito renascer marcas do passado e incentivado ao desenvolvimento de gamas neo-clássicas nas principais marcas do mercado. A Moto Guzzi sensível a esta oportunidade tem capitalizado no segmento e lançado novos modelos que apesar da aparência clássica estão repletos de modernidade.

Dentro dos estilos mais marcantes da tendência retro, como as Café Racer e as Scramblers, o estilo Bobber invoca uma época pós II Grande Guerra em que, para se aproveitar toda uma indústria bélica nascida durante esse período, se começaram a utilizar motos militares e adaptá-las para uma utilização civil retirando todos os componentes supérfluos e encortando a traseira da moto (bobbed) para lhe dar um aspecto mais agressivo e personalizado.

A Moto Guzzi V9 Bobber propõe precisamente esse estilo clássico, utilizando o seu conhecido motor em V transversal, de 853cc e que debita a potência de 55CV, uma configuração que remonta à época áurea da marca nos anos 70, quando as versões desportivas Le Mans eram uma das referências máximas da altura.

A primeira aparência é a de uma moto compacta e pesada, de estilo marcadamente vintage, onde o elemento que mais se destaca é obviamente o seu motor , de cilindros em V transversais e tão característicos da marca. Motor que apesar do seu aspecto clássico é no entanto um bloco totalmente novo e tecnologicamente avançado não obstante continuar a proporcionar sensações que nos remontam a 40 anos atrás como seja a torção lateral para a esquerda do chassi sempre que parados rodamos um pouco o acelerador. Pela nossa parte é uma característica que apreciamos pois carrega consigo um sentimento nostálgico que nos faz viajar no tempo. Uma outra é o levantar e baixar da traseira quando aceleramos ou tiramos acelerador, nada de mais pois é característica das motos com transmissão por veio.

A posição de condução é natural e mais confortável em relação ao modelo inicial lançado em 2016 pois o banco é agora mais alto e menos minimalista que o anterior pese embora em termos estéticos a versão actual saia penalizada. No entanto o banco é agora modular e parte traseira pode ser desmontada passando a Bobber a ser monolugar e a recuperar uma estética mais fluida e harmoniosa. As peseiras estão colocadas este ano mais atrás, através da montagem de um dispositivo em liga de alumínio que as faz recuar, eliminando assim a crítica anterior de que os joelhos e canelas do condutor impactavam constantemente com as cabeças dos cilindros do motor.

Ao arrancarmos pela primeira vez com a V9 Bobber notamos de imediato um bom equilíbrio do conjunto e a pouca vibração do mesmo. O binário máximo obtido pelo motor da V9 a baixas rotações de 623Nm às 3.000 contribui definitivamente para a facilidade com que circulamos em ambiente urbano e a baixa velocidade. Já em estrada aberta o motor demonstra uma boa evolução graças a um escalonamento curto da caixa de 6 velocidades, atingindo rapidamente uma velocidade de cruzeiro entre os 120 e os 130 Kmh.

 

Em estradas sinuosas a Bobber comporta-se de forma neutra, precisa e com uma boa sensação de segurança e de aderência na frente graças certamente às medidas pouco usuais que a Bobber monta na dianteira com roda de 16” mas com um pneu de 130/90, que contribui para a personalidade “bobber” da V9.

Em auto-estrada e a circular em 6ª velocidade entre os 120Kmh e os 130Kmh é onde a V9 Bobber se sente mais à vontade e proporciona maior prazer de condução. Ficámos surpreendidos com a pouca vibração do motor mas também percebemos que a Guzzi não está pensada para grandes velocidades nem altos regimes de rotação do seu bicilíndrico em V.

Com um depósito de apenas 15 litros a autonomia rondará certamente os 200 Kms o que obrigará a paragens dentro desse limite que são bem vindas pois o banco não é muito cómodo. No entanto em utilização urbana e em trajectos de curta duração é perfeito.

As suspensões comportam-se de forma aceitável, proporcionam inclusivamente um nível de conforto superior a outras Bobbers existente no mercado e os travões, de apenas 1 disco à frente e outro atrás, digamos que estão também no limite do aceitável se considerarmos o regime contido a que normalmente iremos rodar na Bobber.

É nesse regime de utilização sem pressas nem agressividades que a V9 Bobber irá sentir-se à vontade e proporcionar-nos momentos de enorme prazer de condução. A informação contida no painel redondo analógico e minimalista é suficiente e condiz com o estilo da moto. Do ponto de vista tecnológico podemos ainda contar com ABS de dois canais e 2 modos de controle de tração. A V9 Bobber inclui ainda um imobilizador electrónico anti-roubo e uma tomada USB.

A Moto Guzzi V9 Bobber é uma moto de estilo clássico, que irá agradar a um segmento de mercado que procura alguma nostalgia e a simplicidade tecnológica do passado. Vemos a Bobber como uma moto que projecta a personalidade e o estilo de vida do seu proprietário, que proporciona uma condução ”easy rider” europeia e marca uma certa atitude de “new old school rebel”.

A Moto Guzzi tem ainda disponível como opção para a sua Bobber a aplicação Multimédia para smartphone que permite medir em tempo real uma série de informações relativamente à moto e à sua utilização. A Moto Guzzi tem ainda uma ampla gama de acessórios específicos para a V9 Bobber que permitem uma personalização total do modelo.

Existem outras opções de mercado, dentro do segmento Bobber, de características algo diferentes mas que disputam o mesmo perfil de utilizador. A Triumph Bonneville Bobber talvez seja a mais potente com o seu motor de 1200cc e 77 Cv e a Indian Scout Bobber mais ao estilo americano .

O seu PVP são 9.990 euros e está disponível em duas cores mate; Preto com grafismos em amarelo torrado e Cinzento com grafismos a vermelho.

Ficha Técnica

Marca: Moto Guzzi Modelo: V9 Bobber
MOTOR
Tipo bicilindrico em V a 90º transversal, refrigeração a ar, 4 tempos
Cilindrada 853 cc
Potência Máx. 55 CV às 6.250 rpm
Binário Máx. 62 Nm às 3.000rpm
Embraiagem multidiscos em banho de óleo
Alimentação Injecção electrónica
Caixa Vel 6 Velocidades
CHASSI E SUSPENSÕES
Quadro Duplo berço em aço
Suspensão Dianteira tradicional telescópica de 40mm
Suspensão Traseira Braço oscilant com 2 amortecedores reg. Pré carga
TRAVÕES E PNEUS
Travões Dianteiros Disco de 320mm Brembo 4 pistons com ABS de 2 Canais
Travões Traseiros Disco de 260mm 2 pistos com ABS de 2 Canais
Pneu Dianteiro 130/90-16 jantes em liga
Pneu Traseiro 150/80-16 jantes em liga
ELETRÓNICA E ELETRICIDADE
Bateria 12 V, BAH VRLA
Painel Info analógico e digital redondo
Controle Tração sim
Ride by Wire não
Modos de Motor não
Outros
DIMENSÕES
Comprimento n.d. mm
Largura n.d. mm
Altura n.d. mm
Distância entre Eixos n.d. mm
Distância ao solo n.d. mm
Altura do banco 780mm
Peso total 199 Kg
Capacidade do Depósito 15 litros
Reserva 4 litros
Consumos n.d.
Norma Emissões Euro 4
PVP 9.990 euros

 

Concorrência

Indian Scout Bobber   1.133 cc / n.d. CV / 245 Kg / 13.990 euros

Triumph Bonneville Bobber 1.200 cc / 77 CV / 228 Kg / 13.200 euros

 

Galeria de Imagens

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments