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Ensaio Scrambler Ducati Café Racer 2019 – Digna herdeira do estilo “Café Racer”

By on 3 Maio, 2019

A Ducati continua a fazer evoluir a sua gama Scrambler, motos inspiradas em conceitos clássicos nas suas diferentes vertentes e que vão desde o estilo “Scrambler” com mais ou menos aptidão para o OffRoad ao estilo mais urbano e “Racer”, inspirado nas motos dos anos 60 cujas preparações procuravam dotar os modelos de então de uma estética mais agressiva, aproximada às motos de circuito da época, mas a permitir uma utilização no dia a dia e sobretudo para impressionar nas idas ao café, onde a partir desse local de encontro se saía para verdadeiros “picanços” nas ruas da cidade.

A magia desses tempos está de volta e o reviver de esse passado está na moda e marca um estilo muito em voga nos dias de hoje. As marcas acompanham essa evolução com a introdução de novos modelos neo-clássicos, revivalistas mas tecnologicamente evoluídos e com cada vez vemos mais preparadores e mais marcas que já desenvolvem os seus modelos a pensar no potencial das suas preparações e personalizações.

A “Scrambler Ducati”, marca especialmente criada pela Ducati para desenvolver toda uma estratégia exclusivamente dirigida a este segmento, conta com uma gama extensa de motos, com cerca de 9 modelos com motores de 800cc e 1100cc.

A Scrambler Café Racer é a expressão máxima de um estilo que fez história e que continua desafiar o imaginário de muitos motociclistas. Tudo neste modelo faz-nos regressar a um passado onde se despojavam as motos de tudo o que não era necessário, e se adoptava um conceito minimalista mas que incluía um guiador baixo ou avanços “ao garfo”, muitas vezes viravam-se os guiadores de origem para os colocar numa posição invertida mais baixa, uma baquet monolugar e um escape de rendimento. Esta realidade foi seguida “à risca” na definição do design da Café Racer Ducati e o resultado é belíssimo.

Esteticamente a moto é perfeita e o impacto visual é de facto enorme. As cores foram muito bem escolhidas e o cinzento quase metal contrasta com azul aberto do quadro, da decoração do depósito e da tampa da baquet e também do próprio forro do assento, azul que em simultâneo dá vida ao conjunto e reforça o tal conceito de preparação / personalização tão em voga. Durante o ensaio que realizámos muitos curiosos se aproximaram a dar-me os parabéns pela preparação que “eu” tinha realizado e a perguntar que modelo base era ???

Duas características reforçam ainda mais a estética “Racer” e “Vintage” da Scrambler café, a primeira as belíssimas jantes de raios de 17”, que são de origem e que lhe dão um toque de enorme exclusividade estética e “exposição” que o motor e os coletores de escape têm pois o quadro tubular utiliza o motor como elemento estrutural deixando exposta a sua evidência e dimensão. Os coletores de escape quer pelo seu desenho quer pelo seu acabamento num tom dourado suave são de facto uma referência belíssima do nível de cuidado estético definido pela Ducati para este modelo. Na lateral o painel com o número 54 reforça o seu lado “Racer” e é homenagem ao piloto e team manager da Ducati, Bruno Spiaggiari.

Aliás todos os componentes da Café Racer evidenciam precisamente um cuidado estético extremo e a sua importância relativa no resultado final deste exercício de design de linhas neo-clássicas. Desde o farol dianteiro que integra uma pequena cúpula, ao posicionamento lateral do manómetro digital de informação, passando pelos espelhos retrovisores colocados nos extremos do guiador, guiador que é do tipo avanços em alumínio e colocados numa posição aberta para maior controle da moto, que apesar da largura e ao contrário de outros até se mostraram bastante efectivos na circulação entre carros.

O pormenor do forro azul do assento, em sintonia com o tom usado na decoração na moto, cujo lugar de pendura está coberto por uma belíssima tampa, fixa apenas por dois parafusos facilmente retiráveis com chave incluída num estojo de ferramenta em lona grossa, muito completo e personalizado com o logo da marca, precisamente situado debaixo do banco. O depósito em forma de gota e em aço monta dois painéis laterais de alumínio que podem ser substituídos por outras opções de personalização. As cores escolhidas para a Café Racer têm inspiração na lendária Ducati 125GP Desmo, do final dos anos 50, que já tinha distribuição Desmodrica e que atingia as 15.000 rpm superando os 190 Km/h, mais 20 Km/h que todos os restantes competidores

As ponteiras duplas de escape com acabamento lacado a negro, que habilmente escondem o elemento catalítico dando a impressão que estão directamente ligadas aos coletores de escape. Este acabamento lacado negro que é também dado às suspensões invertidas, aos aros das rodas raiadas e ao próprio motor, reforçam a imagem desportiva e o look “café racer” de todo o conjunto.

O motor da “Café Racer” é um conhecido V-Twin a 90º com 803cc, com 2 válvulas por cilindro e distribuição do tipo Desmodromic e com arrefecimento a ar, motor que monta outros modelos da gama Scrambler e alguns da gama Monster. Com uma taxa de compressão alta de 11:1 debita 73 CV às 8,250 rpm e tem um binário máximo de 67 Nm às 5.750 rpm, a mostrar uma enorme elasticidade e uma excelente subida de regimes desde baixa rotação e a atingir regimes em alta sem grande vibração nem esforço, o que torna a condução da Café Racer muito divertida. A caixa de 6 velocidades é precisa e o acionamento da embraiagem deslizante é hidráulico e permite o ajuste da manete na distância ao guiador.

O quadro pela sua decoração evidencia de imediato a sua estrutura tubular em aço do tipo treliça, conjuntamente com o motor que funciona como elemento de reforço estrutural, garante uma enorme rigidez ao conjunto e contribui para um comportamento excelente da ciclística da Café Racer, com uma enorme facilidade de colocação em curva e trajectórias desenhadas com uma estabilidade surpreendente, graças também ao bom comportamento e afinação das suspensões KAYABA que apesar de não serem ajustáveis revelaram uma boa afinação de origem, que garantem desempenho sem sacrificar o conforto.

O travão de disco dianteiro de 330mm e pinça Brembo de 4 pistons, ajudado pelo disco traseiro de 245mm e pinça de apenas 1 piston mostraram-se algo justos nas travagens mais fortes, sobretudo numa condução mais desportiva, realidade que a posição mais agressiva que temos em cima da Café Racer, ajudada pela segurança que sentimos no comportamento da sua ciclística, nos incentiva a realizar. A travagem conta com ABS este ano da Bosch, com sistema de ABS em curva que impede bloquear a roda graças à leitura de 6 eixos que permite realizar. As rodas com jantes raiadas de 17” montam pneus Pirelli Diablo Rosso III que garantem um excelente comportamento em qualquer situação.

Em conclusão a Scrambler Ducati Café Racer é uma verdadeira “Café Racer” com um estilo e um conceito que marcaram os anos 60/70 embora tecnologicamente seja uma moto muito evoluída, com motor e ciclísticas de excelência e um bom desempenho dinâmico. É uma moto carismática, ágil e divertida, com uma estética arrebatadora e que não deixa ninguém indiferente, é uma moto de paixão. Se aquilo que procuramos é uma moto para o dia a dia, para uma utilização essencialmente urbana e que deixe uma marca de estilo associada a quem a conduz por onde quer que passe, então a Scrambler Café Racer pode ser uma opção, inclusivamente para um pouco de investimento a podermos personalizar um pouco mais ( será mesmo necessário ? ).

A Scrambler Ducati CAFÉ RACER está apenas disponível numa cor “ Silver Ice Mate” e tem um PVP de 11.795 euros

Ficha Técnica

Motorização

Combustível = Gasolina
Tipo de motor = L-Twin, Distribuição desmodrómica, 4 tempos, 2 válvulas por cilindro, Refrigeração a ar
Cilindrada = 803 cm3
Potência = 73 cv
Rotação da potencia maxima = 8250 rpm
Binário = 67 nm
Rotação do binario maximo = 5750 rpm
Nº de cilindros = 2
Disposição = L
Distribuição = desmodrómica
Ciclo = 4
Valvulas por cilindro = 2
Alimentação = Sistema de injeção de combustível eletrónica
Refrigeração = Ar
Diametro X Curso = 88 x 66
Taxa Compressão = 11:1
Norma Anti Poluição = Euro 4

Transmissão

Transmissão = Corrente
Embraiagem = APTC multidisco húmida
Acionamento = Hidraulico
Numero Velocidades = 6

Quadro

Tipo de quadro = Quadro em aço tubular Trellis
Angulo coluna direcção = 24 º

Suspensões

Suspensão dianteira = Forquilha invertida Kayaba 41mm
Curso dianteiro = 150 mm
Regulações dianteiras = Não
Suspensão traseira = Amortecedor Kayaba
Curso traseiro = 150 mm
Regulações traseiras = pré-carga

Travões

Travões dianteiros = Disco 330mm , pinças radiais Brembo 4 pistons, ABS
Diametro discos dianteiros = 330 mm
Pinças dianteiras = 4 êmbolos
Travões traseiros = Disco 245mm, pinça flutuante
Pinças traseiras = 1 êmbolo

Rodas/Pneus

Roda Dianteira = Jante raiada de 17”
Medida pneu dianteiro = 120/70 R17
Roda Traseira = Jante raiada de 17”
Medida pneu traseiro = 180/55 R17

Dimensões

Comprimento = 2100 mm
Largura = 855 mm
Altura = 1150 mm
Distância entre eixos = 1445 mm
Altura do assento = 798 mm
Capacidade do deposito = 13.5 L
Peso em marcha = 196 kg

 

Concorrência

 

Suzuki SV 650 X   645 cc / n.d. CV / 197 Kg / 7.599 eur

 

Triumph Street CUP   900 cc / 55 CV / 200 Kg / 10.400 euros

Yamaha XSR 700   689 cc / 74,8 CV / 186 Kg / 7.950 eur

Galeria de Imagens

1 Comentário
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Drico
Drico
4 anos atrás

Gostaria de saber se ela vem para o Brasil em 2020, está difícil conseguir essa informação, foi feito um ensaio com a moto mas não se fala se ela vem pra cá…
Aguardo resposta, obrigado!!!