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Teste Suzuki GSX-S1000 GT 2022 – Provavelmente a melhor Suzuki dos últimos tempos

By on 22 Setembro, 2022

Texto e imagens por Pedro Rocha dos Santos e Suzuki

Quando tivemos a oportunidade de testar a nova referência no segmento Sport Touring, a Suzuki GSX-S1000 GT, não tínhamos desenvolvido quaisquer expectativas sobre a mesma, isto apesar de conhecermos as suas características técnicas. No entanto, levávamos connosco a referência daquela que tem vindo a ser praticamente a única verdadeira Sport Tourer do mercado, a Kawasaki Ninja 1000 SX, moto que já vai na sua 4ª geração.

A Suzuki, consciente do repto, optou por jogar pelo seguro e, ao olharmos para a sua nova S 1000 GT, de imediato podemos constatar que a mesma integra a estética desenvolvida e adoptada para as suas mais recentes hypernaked, combinada com uma roupagem mais envolvente e igualmente angulosa, para conseguir a proteção aerodinâmica necessária a uma desportiva com que se pretende viajar.

Em contraste com o segmento da moda, as motos Adventure, a Suzuki S1000 GT opta por um estilo definitivamente estradista mas igualmente confortável, para garantir longas tiradas com todo o conforto mas, sempre com um punho pronto a rodar e passar rapidamente a um nível superior de adrenalina.

Mas neste ensaio, num nova abordagem que apelidámos de “Flash Test”, quisemos concentrar-nos nas sensações e naquilo que verdadeiramente sentimos ao pilotar um novo modelo, mais do que nas suas características, e tentar resumir em poucas palavras aquilo que a nova Suzuki nos soube transmitir durante o contacto com a mesma.

Estética, ergonomia e equipamento

A estética é sempre discutível mas, na nossa opinião, a nova GT da Suzuki apresenta linhas modernas que conferem um aspecto agressivo e em simultâneo equilibrado, totalmente em sintonia com as características da moto e o segmento em que se insere. O assento é baixo ( 810mm ), permitindo chegar perfeitamente com os dois pés ao chão, é muito confortável, embora o lugar do pendura tenha uma dimensão algo reduzida.

A posição é natural, talvez algo debruçada sobre a frente devido à posição do guiador, mas a indicar claramente que se trata de uma moto que herda a desportividade das suas irmãs de outros segmentos. As pernas estão naturalmente dobradas, não excessivamente e bem integradas junto à moto. Os acabamentos são de boa qualidade, notando-se o cuidado especial que a Suzuki teve com a pintura e decoração, no caso um azul celeste suave, que confere sobriedade ao modelo.

Em termos de equipamento é bastante completa, integra um painel TFT a cores de 6,5” com excelente leitura de toda a informação. Ajudas à condução incluem incluem 3 modos de motor, Quickshifter bi-direcional, Cruise Control, suspensões da KYB e travões da Brembo… denota-se a aposta na qualidade dos seus componentes principais, embora a opção seja por uma maior simplicidade face a outros modelos do mercado, para conseguir manter um preço baixo.

Podemos emparelhar o painel com o nosso smartphone através da App da Suzuki e termos acesso às habituais funcionalidades.  Inexplicavelmente o écran frontal não é regulável e algo baixo para garantir a proteção que se exige numa moto para viajar.

Motor a debitar binário desde os regimes mais baixos

A Suzuki conta desde 2005 com uma excelente base de desenvolvimento que é o seu motor K5, motor  que tem sabido fazer evoluir ao longo dos tempos, modernizando-o e tornando-o mais eficiente face às exigências aos dias de hoje definidas pela norma Euro 5. 

O motor da S1000 GT é um exemplo surpreendente de progressividade e de entrega de binário desde os mais baixos regimes, ao ponto de algumas vezes darmos por nós a rodar às 2.000 rpm, em 6ª velocidade e a cerca de 35 Km/h e sairmos com apenas o rodar do punho, como se de uma maxiscooter se tratasse… deveras impressionante. E isto sem quaisquer vibrações ou ruídos de protesto.

Claro que esta predisposição e enorme disponibilidade a baixa, penaliza a moto nos regimes mais altos, pois temos a sensação sempre de a mesma estar curta, realidade que nos leva sempre a procurar uma mudança acima.  Em estrada ficamos com a sensação de que a moto podia rodar num regime mais baixo, com menos rotação do motor, mantendo a velocidade de cruzeiro necessária.

Com 150 CV a S1000 GT supera em potência a Kawasaki Ninja SX  (140 CV) e tem uma relação peso/potência ainda mais significativa, graças ao seu menor peso ( 226 Kg ).  O escape a partir de um determinado regime emite um sonoridade entusiasmante fazendo transparecer o seu ADN desportivo. Ultrapassar é uma brincadeira de meninos, basta rodar o punho e a elasticidade e resposta pronta do motor fazem o resto.  O Quickshift funciona bastante bem, sobretudo nos regimes médios e altos e conta ainda com embraiagem deslizante.

A GSX-S1000 GT não integra ABS em curva mas inclui Cruise Control e Controle de Tração com 5 níveis e possibilidade de ser desligado. Apesar da maior simplicidade das ajudas à condução, integra ainda um sistema de arranque da moto com apenas um toque do botão e um sistema que compensa em aceleração para evitar que o mesmo vá abaixo ao arrancar ou a baixa rotação.

Nota máxima para o coração da nova Sport Tourer da Suzuki a mostrar uma evolução que beneficia a sua progressividade e conforto na condução.

Sensações a rodar na S1000 GT

A primeira sensação é de grande facilidade, como se fosse a nossa moto de todos os dias, tal é a rapidez com que nos adaptamos à S1000 GT, sobretudo pela boa distribuição de massas, fazendo parecer que a moto é bem menos pesada do que na realidade e pela enorme disponibilidade de binário desde os baixos regimes do seu motor.

Em termos de ciclística contamos com componentes de qualidade montados num quadro que tem sido adoptado pela Suzuki em sucessivos modelos, e que integra um novo sub-quadro que permite a montagem de malas laterais e um braço oscilante robusto, com um formato curvado em forma de “banana”.

Suspensões dianteiras da Kayaba, totalmente ajustáveis e na traseira um mono-amortecedor também ajustável em pré-carga e extensão. Os ajustes de origem proporcionavam conforto e uma boa leitura do asfalto passando uma sensação confiança , mesmo em estradas de asfalto degradado.

Boa estabilidade em curva e precisão nas trajectórias, graças a um centro de gravidade baixo e uma posição de condução mais junto à estrada, sobretudo quando rodamos de forma mais agressiva. Apesar de montar pinças Brembo notámos alguma falta de mordida no início, realidade que faz pensar que a bombas de travão possam estar a penalizar o desempenho e a qualidade das pinças Brembo.

O écran não é ajustável, apesar de ter um bom comportamento dinâmico, não será suficiente em viagens mais longas, razão pela qual recomendamos a eventual aquisição da opção mais alta existente em catálogo da marca. A versão que nos foi disponibilizada integrava malas laterais de origem à cor da moto que se montam e desmontam com enorme facilidade, num sistema integrado no chassi que não penaliza a estética da moto.

O depósito de 19 litros e um consumo a rondar os 5 L/100km  fazem pensar que teremos uma autonomia que se aproxima dos 400 Kms, necessária e útil para quem viaja.

Tudo fácil na nova Sport Tourer da Suzuki, num setup que privilegia o conforto mantendo algum carácter e disponibilidade para explorar a sua alma desportiva.

Sem dúvida alguma um modelo que apresenta maturidade, graças a integração de componentes já muito testados pela marca noutros modelos, e assertividade de mercado tendo em conta o segmento em que se insere e o público a que se dirige.

Está disponível em três opções cromáticas, em Metallic Triton Blue ( um azul Suzuki mais aberto ) , no Reflective Blues ( a versão testada ) e num Sparkle Black ( preta ) com um PVP Base de 15.449 eur.

GOSTÁMOS
  • Motor redondo
  • Binário a baixas
  • Estética e equipamento
  • Facilidade condução
A MELHORAR
  • Travagem
  • Ajudas electrónicas
  • Transmissão curta

Concorrente directa – Kawasaki Ninja 1000 SX

Kawasaki Ninja 1000 SX 2023

A sua concorrente directa ganha vantagem por se encontrar numa fase de desenvolvimento mais adiantada, pois é já a 4ª geração do modelo 1000 SX. Se por um lado o seu motor tem menos 10 CV de potência do que o da Suzuki e o seu peso cerca de 9 Kg mais, por outro lado compensa em pormenores de maior sofisticação e qualidade de acabamentos.

A Kawasaki Ninja 1000 SX conta com vários modelos em opção, sendo o preço do mais básico ligeiramente superior ao da Suzuki ( 15.990 eur ) mas entre outros inclui écran regulável, IMU de seis eixos,  melhores travões, pneus de melhor qualidade e maior conforto para o pendura.

Sendo a estética sempre discutível, a decisão final caberá obviamente ao potencial comprador. Se a terra e o deserto não vos atrai e o asfalto é a vossa praia, então as motos do segmento Sport Touring são a alternativa lógica e ideal para uma urilização no dia a dia e para viajar de forma mais rápida e confortável.

Link para artigos sobre os dois modelos

Galeria Suzuki GSX-S1000 GT

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