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Ensaio Nova Yamaha Tracer 700 2020

By on 20 Fevereiro, 2020

Momentos partilhados

A Yamaha escolheu Tenerife, nas llhas Canárias, para apresentar a sua nova Tracer 700, uma escolha bastante apropriada, pois além do percurso tortuoso ao longo de estradas sinuosas até aos 2.300 metros de altitude, que testaram todas as capacidades da Tracer, o modelo é uma moto verdadeiramente global: projetada em Itália segundo um caderno de encargos da Yamaha Holanda, recebe um motor feito no Japão e é fabricada em França na MBK… 

O modelo anterior, lançado em 2006, tornou-se um sucesso de vendas a ponto de, nas suas várias versões, se terem vendido mais de 73.000 unidades pela Europa fora.

Claramente, interessava manter esse sucesso num segmento em crescimento, aproveitando para melhorar alguns aspetos menos conseguidos mencionados pelos utilizadores.

Assim, longe de ser uma mera atualização estética, a Tracer é praticamente uma moto nova, em que a atenção ao detalhe foi levada ao extremo, com o intuito de lhe aumentar o apelo jovem, torná-la mais leve e reativa e ao mesmo tempo, ir ao encontro das exigências do Euro5.

Isto foi conseguido de várias maneiras, a começar pelo quadro de aço tubular de espessuras variáveis, que a dota da quantidade certa de rigidez. O braço oscilante de alumínio ajudou a aumentar a distância entre eixos 60mm, o que empresta ao conjunto de uma sensação de leveza e resposta precisa que se notava a cada nova curva dum gigantesco Cabo da Roca de 240 Km que foi o nosso percurso de teste.

Montanha acima, montanha abaixo, ganchos de primeira, pequenas retas em que mal se espremia terceira para voltar de nova a percorrer uma parabólica de 180 graus, os ombros quase roçando a encosta de um lado, enquanto do outro, separadas por uma fileira de pedra, as nuvens mais abaixo escondiam parte dos povoados que se espalhavam até à orla marítima, esta muito mais abaixo ainda.

Motor mais jovem

O ronco da Tracer, imperturbável, mal se notava, mas a elasticidade de resposta do motor de 689cc era por demais evidente, bem como o excelente binário de 68 Nm às 6.500 rpm, que numa toada mais calma do que o ritmo frenético imposto pelo guia mais à frente, teria sido suficiente para permitir fazer tudo menos os ganchos mais severos em sexta.

Comecemos por uma posição de condução perfeita: O triângulo mãos/assento/pés é muito natural, o banco recebeu mais espessura de espuma, até 10mm na região do pendura, e uma das críticas ao modelo, a estreiteza do guiador, foi reparada com mais 34mm entre as mãos.

Só achámos que agora o guiador estilo MX podia colocar os punhos ligeiramente mais fletidos, pois ao alargá-los, essa seria a posição natural. Um pequeno vidro mais à frente faz um bom serviço de tirar a pressão do peito até velocidades bastante…  ilegais, sendo ajustável 65mm para cima e para baixo com uma só mão em segundos.

O motor CP2, praticamente igual, mantém a cambota cross-plane que torna este motor tão agradável e os 54 kW (73 cv) às 8,750 rpm, mas ganha vivacidade graças a menos fricção no mecanismo de válvulas, entrada de ar e engrenagens da caixa revistas. Pistões forjados, cilindros revestidos num composto de sílica e uma nova injeção ajudam à suavidade e economia.

Com o consumo reclamado de cerca de 4,3 litros aos 100, os 17 litros do depósito dão uma autonomia teórica de quase 400 Km, permitindo encarar a semana na cidade ou largos passeios de férias sem preocupações.

A parte do Euro 5 foi assegurada, também, através de uma redução de peso que veio duma bateria em gel mais compacta, faróis de LED plásticos mais leves e uma redução do número e peso dos componentes plásticos que acaba por manter o peso nos 196 quilos.

Apesar da potência do motor não mudar, um aumento de 2 dentes na transmissão final , de 43 para 45, torna a moto mais viva no arranque, sem diferença discernível na velocidade de ponta.

Leveza e conforto

Do lado da ciclística, o garfo de 41mm foi simplificado para permitir reduzir a taragem das molas e quantidade de óleo no interior: resultado, melhor amortecimento, com muita suavidade e absorção de irregularidades que será ainda mais bem-vinda nas nossas estradas que no impecável alcatrão espanhol.

Garfo e discos da 700

A moto toda sofreu um exercício de aligeiramento, a carenagem frontal está mais estreita, mas a proteção aerodinâmica não sofreu, e os instrumentos revistos incluem, ao alcance do polegar esquerdo, leitura de parciais, totais, autonomia, consumo, temperatura e horas num display de LCD invertido (ou seja, o fundo é escuro e a informação em letras brilhantes) com cores, que procura ser intuitivo e agradável à vista.

Detalhe do motor e escape

Em movimento, todo o conjunto é imensamente intuitivo, e a suavidade de operação notável e muito equilibrada. A aceleração não é brutal, antes muito redonda e sempre disponível. Na travagem, nunca precisámos de mais de 2 dedos na manete para fazer os discos margarida dianteiros operar com precisão e suavidade, sempre com a reconfortante presença do agora obrigatório ABS.

Disco traseiro e escora de alumínio

Menos? Mencionámos a posição dos punhos, em adição, e considerando a nova suavidade do garfo, pareceu-nos que o amortecedor traseiro podia ter ficado também mais suave (mas é ajustável!) e o travão traseiro, tão útil em operação a baixas velocidades, é um bocado remoto em sensação…

De resto, conforto, leveza, precisão, economia, combinam para dar um prazer de condução aumentado, que decerto verá esta Tracer continuar a história de sucesso do modelo anterior.

2020 Tracer 700 instrumentos

Acessórios

Nenhuma moto viria completa hoje em dia sem uma gama de acessórios desenhada em redor do modelo, e a Tracer permite salientar a sua versatilidade com “packs” que a adequam ainda mais para uma utilização específica:

Há um pack desportivo que inclui apoios de joelhos, frisos de radiador, chapa de matrícula em alumínio e silenciador Akrapovic, repondo algum ruido ao motor, um urbano que inclui entradas USB e Top Case, e um de viagem ou fim-de-semana que adiciona GPS, malas de 20 litros, banco ainda mais confortável e vidro mais alto.

A nova Tracer está disponível fim de Fevereiro, pelo preço muito competitivo de 8.700 Euros!

CONCORRÊNCIA

HONDA NC750X PREÇO 8.000 Euros PESO 220 Kg POTÊNCIA 57 cv

Versys® 650 ABS

KAWASAKI VERSYS 650 PREÇO 8.990 Euros PESO 217 Kg POTÊNCIA 68 cv

SUZUKI V STROM 650A PREÇO 8.999 PESO 213 Kg POTÊNCIA 66 cv

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