A embraiagem deslizante, nascida da competição, tornou-se comum nas motos de estrada e evita os bloqueios da roda traseira nas reduções bruscas.
Se tem andado a pesquisar motos, já deve ter reparado na expressão “Embraiagem deslizante” ou, em inglês, “Slipper clutch”. O nome pode soar estranho, afinal, uma embraiagem a “escorregar” não é mau sinal? Neste caso, não. É uma solução engenhosa que aumenta a segurança e a suavidade na condução.
Ao contrário de uma embraiagem convencional, a deslizante deixa a transmissão girar mais rápido do que o motor em determinadas situações. Isto significa que, se reduzirmos uma ou duas mudanças em excesso a alta velocidade, a roda traseira não bloqueia. A embraiagem absorve parte do impacto, permitindo que o regime do motor e da caixa de velocidades se alinhem gradualmente.
O segredo está no design. Rampas no cesto da embraiagem separam as placas de pressão sempre que a roda traseira “empurra” mais do que o motor consegue acompanhar. Na prática, o motociclista quase não sente nada, exceto o facto de evitar um possível susto em curva ou numa travagem agressiva.
Esta tecnologia nasceu nas pistas, onde as reduções violentas fazem parte do dia a dia. Hoje, democratizou-se e já não equipa apenas superbikes, mas também naked, motos touring e até modelos 125. O objetivo é simplesmente tornar a pilotagem mais previsível, menos cansativa e, sobretudo, mais segura.