Na Dinamarca, os desmanteladores apenas enviam peças de motos que não podem ser reparadas para serem recicladas. Todas as outras peças são desmontadas e vendidas aos motociclistas para reutilização.
Fonte: FEMA
A pesquisa dinamarquesa mostra que a reutilização de peças de motos é muito alta; a recolha e desmantelamento de motociclos que já não estão a ser utilizados, ajuda a manter as motos na estrada com peças sobresselentes usadas e acessíveis, em vez de se utilizarem peças novas que têm de ser produzidas a partir de matérias-primas.

A Europa tem regras em vigor para a recolha e destruição de automóveis que chegaram ao fim da sua vida útil. As motos estão isentas dessas regras por enquanto. Isto porque, a Comissão Europeia quer agora rever a Diretiva de Veículos em Fim de Vida e explora a necessidade de incluir veículos motorizados de duas rodas e peça na lista de abate.

Reutilização significa qualquer operação pela qual componentes de veículos em fim de vida são utilizados para a mesma finalidade para a qual foram concebidos.
Um dos melhores exemplos sobre a reutilização de peças usadas é dado na Dinamarca. Naquele país o mercado de motos e peças usadas é relativamente grande, devido aos altos impostos sobre veículos novos (160% mais 25% de IVA) e sobre peças novas (25% de IVA).
Existem muito poucas lojas de peças de motos usadas, mas existem algumas empresas de abate de motos e carros. Na pesquisa foram abordados nove desmanteladores (incluindo a maior da Dinamarca), que representa aproximadamente 70 por cento dos desmanteladores registados.

Reciclagem significa o reprocessamento num processo de produção dos materiais residuais para o propósito original ou para outros fins, mas excluindo a recuperação de energia.
A pesquisa, realizada por Niels Hansen para os membros da FEMA DMC e MCTC , mostra que apenas as peças sem reparação possível são enviadas para reciclagem. Todas as outras peças do veículo são desmontadas e colocadas em stock; a maioria das peças são de modelos de motos com mais de dez anos. Motos mais novas são vendidas para serem reconstruídas, a menos que estejam muito danificadas. Nesse caso, são desmontados.
“É tão fácil tirar peças úteis das motos e reutilizá-las”

Nenhum dos nove desmanteladores entrevistados jamais viu motos a serem comprimidas como um carro numa máquina de sucata. Um deles disse: ‘É tão fácil retirar peças úteis de motos e reutilizá-las, nós apenas enviamos peças partidas para serem recicladas.’
Por causa das taxas de imposto na Dinamarca, o uso de peças mais antigas é alto. Outra razão é que muitos fabricantes de motos param de produzir e fazer stoks de peças para modelos de motocicletas com mais de quinze a vinte anos.
A posição da FEMA

A FEMA (Federação Europeia de Associações de Motociclistas) é de opinião que motociclos e outros veículos motorizados de duas rodas não devem ser incluídos numa nova diretiva.
“Se a Comissão Europeia propor a inclusão de motociclos e outros veículos motorizados de duas rodas numa Diretiva de Veículos em Fim de Vida, a FEMA solicitará à Comissão que garanta que a possibilidade de demolição interna controlada permaneça possível (como parte de uma economia circular ), quer ao incluí-la na diretiva, quer ao permitir que os Estados-Membros estabeleçam as suas próprias regras e regulamentos para a demolição interna.
Se a Comissão Europeia propor a inclusão de motociclos e outros veículos motorizados de duas rodas numa Diretiva de Veículos em Fim de Vida, a FEMA solicitará à Comissão que assegure que veículos motorizados históricos de duas rodas ou veículos motorizados de duas rodas de valor para colecionadores ou destinados a os museus conservados de forma adequada e ecológica, prontos a utilizar ou desmontados, não sejam abrangidos pela presente directiva.
A inclusão dos motociclos no âmbito de aplicação da directiva pode representar uma séria ameaça para os motociclos históricos. Essas motos dependem especialmente de peças de reposição originais disponíveis e acessíveis para mantê-las em bom estado de funcionamento. E quem quer ver motos históricas desaparecerem em empresas de abate aprovadas pelo estado?”