Detido nos arredores de Paris, onde era bem conhecido e estimado pelos vizinhos
Um famoso piloto de freestyle de um subúrbio de Paris está agora preso, acusado do roubo das joias do Louvre… uma grande queda de herói audaz das manobras radicais, bem conhecido na vizinhança, para assaltante e criminoso!
Quando saíram as notícias do roubo das joias do Louvre em outubro, com o uso de trotinetes, a montra partida, os 88 milhões de euros em joias históricas desaparecidos em minutos, tudo o que sabíamos era que os ladrões tinham chegado e desaparecido num curto espaço de tempo, e que apanharam toda a gente de surpresa.

Quer dizer, quem é que rouba o Louvre e foge de trotineta? Parece uma coisa de Hollywood, certo? O que ainda não se sabia era quem poderia estar por trás disto.
E certamente não esperávamos por este desfecho: As averiguações levaram a polícia a Aubervilliers, um subúrbio de Paris onde o alegado ladrão não é nenhum génio obscuro do crime de arte, mas uma lenda local do motociclismo. Neste bairro, repleto de arranha-céus de betão e lojas de esquina familiares, Abdoulaye N não era anónimo. Ele era o tal. O motociclista de stunt que se aproximava do solo mais do que a gravidade permite.
Aquele cujo lema “Toujours plus près du bitume” (cada vez mais próximo do asfalto) se tornou parte aspiração, parte mito.
As crianças aprenderam a andar de moto por causa dele. Os vizinhos ainda sorriem quando dizem o seu nome. Ele era bom, muito bom, o suficiente para se tornar um herói popular.

É por isso que a queda para o crime parece tão despropositada e tão absurda. Porque agora, Abdulaye N está detido, acusado de participar no assalto à luz do dia na Galeria Apollo do Louvre, onde os ladrões levaram jóias avaliadas em 88 milhões de euros. Só que, tragicamente, comicamente quase, deixaram cair a coroa da Imperatriz Eugénia, dum valor incalculável, durante a fuga.
Terão também deixado para trás um capacete e ferramentas que podem conter ADN. Não se trata da precisão impecável de planeamento tipo Ocean’s Eleven. Esta é a versão “devíamos ter treinado mais”. Esta é a iteração em que o tipo que antes voava pelas ruas a empinar motos de trail foge de scooter (lol). Provavelmente, imaginava-se como um anti-herói motociclista, refletindo sobre escolhas moralmente complexas. Em vez disso, a execução aproximou-se mais de “Clooney e Brad Pitt, se tivessem saltado a fase de planeamento”.
E o estranho é que as pessoas em Aubervilliers não o descrevem como imprudente ou cruel. Dizem que transportava compras para idosos. Cuidava dos apartamentos dos vizinhos ausentes. Ensinava as crianças a andar de moto. Insistem que não é um vilão. Apenas uma pessoa imperfeita, que um dia teve um objetivo na vida e se perdeu. E agora enfrenta graves acusações.
A habilidade pode levar-nos longe. A reputação pode ajudar. Mas o discernimento faz sempre falta. E quando a identidade foi construída por pilotar perto, muito perto, do asfalto, a diferença entre o triunfo e o desastre é, por vezes, apenas inclinar demais, no momento errado.
















