Mobilidade urbana: As motos não são parte do problema, são parte da solução

By on 17 Março, 2022

‘Andar a pé, de bicicleta ou utilizar transportes públicos’. Este é o mantra que os políticos hoje em dia recitam quando se trata de mobilidade urbana. A FEMA tem uma ideia melhor: andar de moto.

Fonte: FEMA

Quando todos nós caminhamos, andamos de bicicleta ou utilizamos o transporte público, todos os problemas desaparecem no ar. É uma espécie de ‘detergente’ para limpar as ruas das nossas cidades, o ar e tudo o mais que se possa pensar. Não é que tenhamos nada contra andar a pé, de bicicleta ou usar transportes públicos, até o fazemos nós próprios quando é conveniente. Mas pensar que todos os desafios da mobilidade urbana são resolvidos com isto, não é muito realista.

Caminhar e andar de bicicleta são bons para distâncias curtas. O cidadão médio não anda a pé ou de bicicleta durante mais de meia hora. Isto significa cerca de dois quilómetros a pé ou sete quilómetros de bicicleta, num ambiente urbano com poucos semáforos ou travessias movimentadas.

Os transportes públicos também são bons, tanto para distâncias mais curtas como mais longas, desde que haja linhas e paragens onde seja necessário. Desde que se vá de um local numa cidade para outro local, é muito provável que seja este o caso. O problema são as demasiadas transferências e tempos de espera entre uma paragem e outra. No entanto, tudo se torna muito diferente quando o seu destino ou o seu ponto de partida não se encontra na cidade.

Então, de repente, tem de lidar com distâncias mais longas, sem autocarro, eléctrico, metro ou comboio e paragens em muitos casos. Vai ser confrontado com “soluções” multimodais quase impossíveis, linhas de transporte público que fazem longos desvios, com muitos transbordos e longos tempos de espera entre eles, dando por vezes uma volta inteira à cidade sem qualquer necessidade… e perdendo muito tempo que lhe pode ser útil.

É nesta altura que sente a necessidade de uma solução personalizada, como um carro ou um veículo motorizado de duas rodas. Porém, os carros são muito inconvenientes na cidade. Como todos sabemos: são demasiados, ocupam demasiado espaço na estrada e para estacionar todos aqueles motores em marcha lenta são muito maus para a qualidade do ar.

Resta o motociclo de duas rodas. Para curtas distâncias as motos, desde o ciclomotor, e-bikes ou (pequenas) motos e scooters são muito convenientes; para distâncias mais longas a moto ou motor scooter são a melhor solução. Provámos isso em 2014, em 2017 e em 2019 com os nossos testes de mobilidade.

Quase sempre que faziamos um percurso típico de deslocação com um carro, uma moto, um ciclomotor, uma bicicleta ou com transporte público, a moto era a forma mais rápida de entrar na cidade. O transporte público não era de todo uma competição. Para deslocações pendulares, uma scooter eléctrica ou moto consumirá menos energia do que o transporte público e, no final, poluirá menos também.

É por isso que nos opomos a este ‘andar a pé, de bicicleta, de transporte público”-mantra. Só não é verdade que a solução só é oferecida por estas três formas de mobilidade. As motos não são parte do problema, são parte da solução e devem ser tratadas dessa forma!

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