Parte 2
Prolífica e versátil, a JAP fabricava e fornecia de tudo, desde pequenas máquinas a motores multicilindros de avião e moto

No início dos anos 30, aparece pois o monocilíndrico JAP 4B, de tal forma avançado que domina a cena de Speedway até meados dos anos 60 com poucas modificações. O motor era do tipo distribuição por vareta, com lubrificação por perda total, mas com o uso de metanol e uma taxa de compressão altíssima, chegou a ser usado numa Fórmula 500 de carros de corrida, até ser substituído pelos Norton de dois cilindros.

Entretanto, durante a guerra, a JAP é parte do esforço industrial dos aliados, e qualquer coisa como 240.000 motores industriais, bem como milhões de peças, fusíveis, baterias, etc., são produzidos nas instalações.
A simplicidade do motor JAP era a sua força, o que o tornou muito popular em aplicações aeronáuticas, mais a mais dado que era também extremamente compacto. De facto, os JAP foram usados no triplano Roe de 1929, considerado o primeiro avião totalmente britânico.

Os motores começaram por ser idênticos aos das motos, necessitando de modificações à admissão do carburador para entrar mais ar em altitudes rarefeitas, mas nos anos 20 a JAP já produzia uma gama específica e fazia vários motores maiores sob licença, incluindo os da Aeronca para o mercado local.
Devido à sua leveza, os motores JAP eram também procurados por fabricantes de automóveis como a Morgan e Reliant, que faziam carros de três rodas.
Após a guerra, os motores começaram a ser usados em Fórmulas automóveis de pequena cilindrada, e depois de desenvolvimento por John Cooper, na Formula 3.

Já em fim de vida, J.A. Prestwich ainda produziu componentes para outras marcas, como as cabeças do Cortina Lotus e as primeiras versões do Lotus Elan de origem Ford. A marca concentra então a produção no fornecimento de motores a outros fabricantes, como a Brough Superior, Triumph Motorcycles e HRD Motorcycles, antecessora da Vincent. A exportação também era uma parte importante das actividades, para a Dresch e Terrot em França, e as Ardie, Hecker e Tornax na Alemanha.

A Nacional, uma excecional marca portuguesa, usou também motores JAP, quase a escolha lógica para qualquer pequeno fabricante que quisesse uma motor fiável e pronto a utilizar.
Após 1945, porém, a produção é assumida pelo grupo Villiers, sendo a JAP completamente absorvida pela Villiers Engineering Company em 1964, que por sua vez é amalgamada na Manganese Bronze Bearings, como viria a acontecer pouco depois com a Triumph, Norton e demais marcas inglesas.

As instalações de Northumberland Park já tinham fechado em 1963, marcando o fim da JAP como marca independente. A herança técnica de J.A.Prestwich é inestimável, pois da produção total de mais de um milhão, motores seus foram usados en muitos países pelas marcas ACME, AJW, Alldays & Onions, Argentre, Ariel, Atala, Austral, Automoto, Bown, Bücker, Brough Superior, Brown, Calthorpe, Corah, Cotton, Coventry-Eagle, De-De, DMW, Dollar, Dunelt, Eysink, Favor, Fusi, Ganna, Grindlay-Peerless, Hagon, Imperia, Invicta, La Mondiale, Le Grimpeur, Lea-Francis, Majestic, Matchless, Meray, MGC, Morgan, Nacional, New Imperial, New Map, Nut, OEC, OK-Supreme, Onoto, Osa-Liberty, Radior, Rex-Acme, Rover, Rovin, San Sou Pap, Soyer, Sparkbrook, Stylson, Terrot, Tornax, Trump, Ultima, UT, Verlor, Vindec, Wolf, York e Zenith.
Um bonito e quase inacreditável rol de 63 marcas, incluindo a sua, que deve ser um caso único na história da indústria motociclistica!















