Elétrica chega a 6721 metros, onde motores a combustão falhariam

A Stark Future conquistou um lugar no livro dos recordes quando o alpinista e ciclista suíço Jiri Zak levou uma Stark Enduro Varg EX novinha em folha até uma nova marca de altitude nas encostas do vulcão ativo mais alto do mundo.
Operando nas regiões mais altas e rarefeitas de Ojos del Salado – um gigante andino de quase 7.000 metros que se estende pela fronteira entre o Chile e a Argentina – Zak atingiu a altitude verificada de 6.721 metros no dia 30 de novembro.
O número, recolhido por dispositivos GPS pré-calibrados, aguarda agora uma confirmação independente completa, com depoimentos de testemunhas e registos de dados a serem apresentados posteriormente. “Há dois anos, isto era apenas um sonho, fazer isto numa moto elétrica, onde uma moto a combustão perde o fôlego”, disse Zak.

A tentativa de Zak, a confirmar-se, superará a melhor altitude anteriormente reconhecida alcançada em duas rodas, de 6.639 metros, estabelecida por Francisco Rencoret, Max Rencoret e Tomás Rencoret na mesma região.
Também supera em muito o recorde anterior de altitude para a moto elétrica, estabelecido por Francisco Contardo durante uma tentativa apoiada pela KTM em 2015.
A Yamaha afirma ter batido o recorde absoluto de altitude para motos em março de 2024, quando o piloto de ralis Pol Tarres pilotou uma YZ450FX a 6.756 metros, embora o Guinness ainda não tenha confirmado este recorde oficialmente.
Representando o mundo dos quatro rodas, a Porsche também fincou a sua bandeira no território andino, quando, a 2 de dezembro de 2023, o piloto Romain Dumas estabeleceu um novo recorde ao pilotar um 911 “significativamente modificado” a 6.721 metros, movido a eFuels.
A encosta da montanha apresenta temperaturas que descem frequentemente abaixo de zero, cascalho vulcânico instável, declives acentuados, clima que pode mudar num instante e, claro, pouco ar para respirar ou alimentar combustão num motor convencional.
Este último fator explica porque é que a Varg era tão adequada para o desafio. Num motor de combustão interna, a proporção ideal de ar para combustível é de 14,7:1 em massa, com o oxigénio a representar cerca de um quinto deste volume de ar.

Com a descida da pressão atmosférica em altitude, a disponibilidade de oxigénio para a combustão num motor a gasolina diminui, reduzindo a potência. Como o Varg utiliza uma bateria de 7,2 kWh como propulsão, não sofreu esta desvantagem.
O CEO da Stark Future, Anton Wass, afirmou: “Nunca se tratou de um número isolado. Trata-se de provar que a eletricidade não é um compromisso. A plataforma Varg pode operar no limite da atmosfera, dando aos pilotos o controlo para se moverem com segurança e eficiência em condições verdadeiramente hostis. Próxima paragem? A Lua!”
A subida foi realizada com uma Varg EX totalmente original – o primeiro modelo da empresa homologado para utilização na via pública, desenvolvido a partir da sua plataforma de motocross original e lançado no início deste ano.
A Stark oferece duas versões: um modelo de 59 cv por 12-500 Euros e o Alpha de 79 cv por 13.600 Euros. A moto conta ainda com o painel Arkenstone com sistema Android para ajuste dos modos de potência, partilha de rotas e navegação, bem como opções para várias configurações de jantes, pneus e travões, bem como suspensão ajustada de fábrica para o peso do condutor.

A filmagem da tentativa foi realizada para fins de verificação, documentando a seleção da rota, a gestão da tração e o desempenho térmico da bateria e dos componentes eletrónicos em condições de baixa pressão e temperaturas negativas.
Trata-se duma proeza de resistência realmente impressionante e destaca as diferenças entre os motores a gasolina e os elétricos – com a Stark, movida a bateria, a não sofrer com a altitude da mesma forma que um motor a combustão. A equipa Stark tem claramente planos ambiciosos para o futuro… vamos ver onde vão parar, nem que seja à Lua.














