ENSAIO HONDA CB125R de 2018 – Uma Café Racer ao estilo “Neo Sports”

By on 28 Março, 2018

A convite da Honda Motor Europe participámos na apresentação internacional da sua nova CB125R, uma naked ao estilo Café Racer mas com um look vanguardista. Aliás a Honda apresentou em Milão durante o Salão EICMA toda uma linha de novas CBs dentro deste novo conceito neo-clássico e designado pela Honda como “Neo Sports Café” e com cilindradas de 125cc, 300cc e 1000cc.

A apresentação aos media internacionais decorreu na cidade de Lisboa, palco de excelência para um primeiro contacto com a mais pequena CB neo-clássica, não fosse o temporal que desabou sobre a nossa capital durante essa semana.

Ao MotoSport calhou-nos precisamente uma jornada de intensas chuvas e alertas da Proteção Civil para rajadas de vento com mais de 100Kmh, realidade que acabou por condicionar o programa inicialmente previsto para esse dia e que teve que ser resumido a uma manhã pela cidade de Lisboa sob chuva torrencial.

Mas como a nossa experiência no enduro nos prepara para qualquer situação, foi com coragem e determinação que enfrentámos o temporal que se abateu sobre Lisboa nesse mesmo dia. Vestidos os fatos de chuva, luvas e botas impermeáveis e inseridos num grupo de 12 jornalistas e na expectativa de tráfico intenso e piso e visibilidade que certamente iriam colocar à prova a nossa experiência e concentração, arrancámos para um percurso de cidade que iria durar cerca de 2 horas.

 

PRIMEIRO CONTACTO

A primeira realidade que notámos foi a suavidade do motor na entrega da sua potência, com um binário interessante a baixa e média rotação e a leveza do conjunto acentuada pela dimensão contida na largura máxima da mota, realidade que facilitou imenso a condução entre o trânsito caótico na cidade de Lisboa nesse dia.

Houve também a oportunidade de testar a velocidade máxima em alguns troços de via-rápida e digamos que nesse aspecto a CB125R, apesar de ser uma das mais leves 125s do mercado, acusou alguma resistência, acusando algo de falta de binário em alta para manter a velocidade acima dos 100Kmh, sobretudo em subidas pouco acentuadas, certamente a acusar a potência ligeiramente mais baixa em relação a algumas das suas rivais directas que já tivemos oportunidade de ensaiar.

Uma das características que foram muito bem vindas nestas condições foi o novo ABS, que inclui agora uma nova unidade IMU e que actua de forma muito efectiva nos travões dianteiros e traseiros garantindo um nível segurança extra que agradecemos duranto o ensaio que levámos a cabo.

Mas aquilo que mais nos agradou foi o equílibrio e estabilidade que nos proporciona a CB125R, graças sobretudo à centralização de massas levada a cabo pelos engenheiros da Honda e ao pouco peso que a mesma apresenta no seu conjunto, diminuindo massas na sua dianteira e traseira sobretudo graças a componentes de peso aligeirado.

MOTOR

O motor da CB125R tem por base o já conhecido e testado da CBR125 com alterações na injecção especialmente estudadas para garantir maior binário nas baixas e médias rotações. No entanto, como já referi anteriormente, sentimos algo de falta de potência e binário em alta, realidade certamente acentuada pelo peso “senior” do piloto de testes. Os 13CV da CB125R em percurso de auto-estrada ficam algo curtos, sobretudo em subidas, obrigando a baixar uma mudança, de 6ª para 5ª, para mantermos a moto acima ou perto dos 100 Kmh.

Esta primeira impressão foi posteriormente confirmada pois a Honda Europe Portugal cedeu-nos mais tarde uma das suas unidades de teste que ficaram em Portugal e já com bom tempo, pudemos voltar a testar e confirmar algumas das nossas primeiras impressões.

CONDUÇÃO

Apreciámos desta vez com mais tranquilidade o conforto proporcionado por banco bem desenhado, com duas alturas que definem bem o espaço para os dois utilizadores e com uma altura que nos permite sempre que necessário ficar com os pés bem assentes no chão.

Gostámos do comportamento da suspensão dianteira, a garantir uma perfeita leitura da estrada e muito efectiva em curva, mantendo a pequena CB nas trajectórias de forma limpa e sem qualquer comportamento estranho, mesmo em piso degradado, excelente mesmo. A suspensão traseira está, no caso da CB125R, posicionada de uma forma original e não está fixa ao quadro mas sim a uma peça que faz parte da secção traseira do motor. Esta realidade permite que a parte traseira do quadro seja substancialmente menos estruturada e mais leve contribuindo assim para maior centralização de massas e leveza do conjunto.

Apreciámos também o toque e suavidade da embraiagem que, associada ao excelente funcionamento da caixa de velocidades, proporciona uma condução sem esforço e com enorme precisão. Os travões Nissin de 4 êmbolos proporcionam uma travagem progressiva e o único que há a apontar é a impossibilidade de regulação da distância da manete. O ABS é bastante efectivo e pouco intrusivo, actuando apenas em situações de real falta de aderência graças ao IMU de 2 canais que realiza uma leitura constante dos sinais que recebe um must que a Honda desenvolveu para as suas motos de pequena cilindrada e que representa uma segurança extra efectiva sem se tornar muito intrusiva.

INFORMAÇÃO

O painel LCD de informação é bastante completo e através de dois botões situados no mesmo é possível navegar por todas as opções, realidade que aconselhamos a que façam com a moto parada pelo menos até se habituarem ao mesmo. A informação disponível inclui Conta Kms e RPMs, nível de combustível, indicador de mudança engatada e uma luz avisadora branca para passagem de caixa que me pareceu com um funcionamento algo estranho pois não está relacionada com o atingir das rotações máximas mas sim com um regime ótimo de utilização da CB125R.

CONCLUSÃO

Gostámos da estética e dos acabamentos da nova Honda CB125R, do seu equilíbrio e facilidade de condução, do comportamento das suas suspensões, da caixa suave e precisa e da embraiagem super leve, do conforto geral que proporciona, da afinação standard das suspensões embora não possam ser alteradas, da segurança proporcionada pelo ABS de dois canais e a gestão que faz na travagem em piso com pouca aderência. A única referência que podemos fazer menos positiva poderá ser quanto à potência algo conservadora relativamente à sua concorrência e a falta de algo mais de binário a alta rotação para permitir manter velocidades de cruzeiro mais elevadas.

O PVP de 4.390 euros é também um aliciante tendo em conta a qualidade e os acabamentos da CB125R .

 Está disponível nos concessionários da marca em 4 cores : Preto, Cinzento Mate e Metalizado, Branco Pérola Metálico e Vermelho Candy Cromosphere.

 

MOTOR

DIÂMETRO X CURSO (mm) 58 x 47,2 mm
ALIMENTAÇÃO Injecção electrónica de combustível PGM-FI
TAXA DE COMPRESSÃO 11,0 : 1
CILINDRADA (cm3) 125 cm³
TIPO DE MOTOR Motor monocilíndrico, SOHC, 2 válvulas, 4 tempos, arrefecimento por líquido
POTÊNCIA MÁXIMA 9,8 kw/10.000 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 10 N·m/8.000 rpm
CAPACIDADE DE ÓLEO (Litros) 1,3 L
ARRANQUE Eléctrico

 

TRANSMISSÃO

EMBRAIAGEM Embraiagem húmida hidráulica, discos múltiplos e molas helicoidais
TRANSMISSÃO FINAL Corrente de transmissão selada por O-rings
CX. VELOCIDADES 6 velocidades

 

RODAS

TIPO DE SISTEMA ABS ABS independente à frente e atrás, com IMU
SUSPENSÃO – FRENTE Forquilha telescópica invertida de 41 mm
SUSPENSÃO – RECTAGUARDA Mono-amortecedor
PNEUS – FRENTE 110/70R17M/C 54H
PNEUS – RECTAGUARDA 150/60R17M/C 66H
RODA – TIPO – FRENTE 17 M/C x MT3,00
RODA – TIPO – RECTAGUARDA 17 M/C x MT4,.00

 

CICLÍSTICA

BATERIA YTZ6V 12 V / 5 AH MF
ÂNGULO DA COLUNA DE DIRECÇÃO 24,2°
DIMENSÕES (mm) 2.015 x 820 x 1.055 mm
QUADRO Quadro tipo diamante de pivot interno
DEPÓSITO DE COMBUSTÍVEL (Litros) 10,1 L
CONSUMO DE COMBUSTÍVEL 2,06 l/100 km (48,4 km/l) (modo WMTC)
DISTÂNCIA LIVRE AO SOLO (mm) 140 mm
LUZES Médio: 13 W; Máximo: 8,8 W (LEDs)
PESO EM ORDEM DE MARCHA (kg) 126 kg
ALTURA DO ASSENTO (mm) 816 mm
TRAIL (mm) 90,2 mm
DISTÂNCIA ENTRE EIXOS (mm) 1.345 mm

 

Concorrência

KTM Duke 125 / 125cc / 15CV / 137Kg / 4.600 eur

Suzuki GSX-S125 / 124cc / 15CV / 122Kg / 3.999 eur

Yamaha MT-125 / 124,7cc / 14.8CV / 138Kg / 4.995 eur

 

Galeria de imagens

Capacetes utilizados: NEXX  SX.100 e NEXX X.G100 R Motordrome

Blusão: MACNA Bastic Verde

Calças: MACNA Fulcrum Pro

Fato de Chuva: MACNA Hydra 2.0

Botas : Gianni Falco

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