Ensaio Honda SH 125i – Nascida para a cidade
TEM UMA SILHUETA ELEGANTE, É ESTREITA, LEVE E MUITO ECONÓMICA. REJUVENESCIDA PARA ESTE ANO DE 2020, A HONDA SH 125I É IDEAL PARA CURTAS E MÉDIAS DESLOCAÇÕES, A SOLUÇÃO IDEAL PARA A CIDADE COM CONSUMOS AVASSALADORES DE 2.2 LITROS A CADA 100 KM!
Ensaio realizado por Ricardo Ferreira, equipado com blusão e luvas Clover e capacete Givi, cedidos por MOTONI.
A Honda SH 125i é uma das scooters de roda alta mais populares de sempre, uma líder de mercado que até 2018 vendeu quase 19.000 unidades em toda a Europa. Para este ano, foi rejuvenescida de cima a baixo, e para conhecê-la, nada melhor que a experimentar.
Para o ano de 2020 a Honda estreia uma nova geração da SH 125. Tem um nova silhueta, mais elegante, e um quadro redesenhad,o que permitiu alojar o pequeno deposito de 7 litros junto aos pes do condutor aumentando em 10 litros o volume da bagageira sob o assento. A geometria traseira também foi otimizada para tornar mais confortável a condução e o motor de cilindro único foi adaptado as exigências do Euro5.
O ‘preconceito’ da roda alta
A Honda SH125i é uma das scooters mais vendidas na Europa. É simplesmente o modelo mais popular em Itália, e as ruas de Roma ou Milão estão repletas delas… mas não é assim em todo o lado. Mas porquê?
Em Portugal, e muito a exemplo do que acontece em França, existe um certo preconceito com as scooters de roda alta, dando-se preferência a scooters do tipo sport-GT, como a Forza 125, ou mais económicas, como a Honda PCX 125 e Yamaha NMax 125.
A Honda SH 125 i ou até a 300, não são realmente bem sucedidas. É difícil de explicar, mas as possíveis razões são o espaço da bagageira sob o assento mais contido (problema resolvido nesta nova SH 125) e a superior altura do assento, diferenças motivadas pela rodas altas, assim como o perfil exterior de linhas curvas e que são mais do agrado do público feminino.
Há ainda quem diga que rodas altas não combinam com o piso de calçada e linhas dos elétricos que encontramos em muitas cidades… nada mais errado! Rodas muito estreitas – como as de algumas scooters elétricas, isso sim, pode representar um perigo acrescido.
Porém, em Itália, a Honda SH 125i é a preferida, com o seu preço mais acessível, o seu piso plano (a lembrar a Vespa), as suas rodas grandes e o seu maior curso de suspensão que traz mais conforto em estradas acidentadas; só por isso, a SH já nos pode seduzir… dada a degradação atual de algumas vias nas principais cidades. Mas… bem, pode haver outro fator para a preferência dos italianos: a Honda SH com rodas de 16 polegadas é construída na fábrica da Honda de Atessa, em Itália!
De sucesso em sucesso
Desde ‘84 uma pequena scooter vinha encantando os Europeus: de seu nome Honda SH 50. Percebendo isso, os japoneses não hesitaram – a chave para alagar esse sucesso, estava à mão de semear: dotar a SH com um harmonioso motor a 4 tempos, uma ciclística mais acolhedora, mais confortável, e também mais prática, seria uma ótima solução.
Surge assim em 2001 a primeira Honda SH 125. 2013 é o ano em que a Honda SH 125 recebe o novo motor ESP de baixo atrito e o sistema Idling Stop, de paragem do motor ao ralenti: a SH melhora nesse ano com um motor mais potente e económico.
2017, rebatizada já como a ‘estrela dos consumos’ a SH passa por um lifting estético: linhas afiladas, luzes LEDs e o sistema ‘sem chave’ Honda Smart Key: a SH torna-se nesse ano na mais charmosa e mais conveniente.
Hoje, como no tempo das anteriores gerações a SH125 continua a ser produzida em Atessa, Itália, mas foi alvo de uma revisão total.
Revisão de cima a baixo
A quinta geração da Honda SH recebeu alguns retoques estéticos. Em primeiro lugar com uma nova face frontal onde a iluminação principal de diodo em forma de H está agora colocada na carenagem. Apenas as luzes de posição permanecem em solidariedade com o guiador. A traseira parece um pouco mais aerodinâmica. Outra mudança menos visível está no quadro, que foi redesenhado para permitir um aumento no espaço de armazenamento sob a sela de 18 para 28 litros.
O depósito que antes estava sob a sela está agora sob os pés do condutor e perdeu 0,5 litros. A fim de melhorar o conforto, facilitando a absorção de choques, a geometria da suspensão traseira e o ângulo de fixação do suporte do motor foram modificados. A distância entre-eixos aumentou 10 mm (1.350 mm) no comprimento e a altura do assento não muda com 799 mm. O peso em ordem de marcha foi reduzido em 400 gramas, sendo de 133,9 kg sem a top-case.
O novo motor de quatro válvulas acelera mais rapidamente, é mais rápido a altas rotações e oferece maior eficiência de combustível. É também compatível com EURO5 e o Honda Selectable Torque Control (HSTC) surge agora de série. A SHi é a ‘estrela dos consumos’ da Honda, com um consumo incrivel de 2,2 litros de combustivel por cada 100 km percorridos. Além disso, o motor de quatro válvulas eSP+ EURO-5, viu subir a potência para 12,5 cavalos e o binário para 11,4 newtons metro.
Sendo um dos mais sofisticados motores de 4 tempos de 125cc do mercado, tem o sistema Idling Stop, que para facilitar a vida nos trajetos urbanos, faz o motor desligar-se após uma paragem de 3 segundos reativando-se com a simples rotação do punho do acelerador. Cómodo, simples e prático – qualquer scooter o deveria ter!
O controle de tração HSTC, completa a lista de ajudas à condução facilitando a performances do conjunto em maus pavimentos ou no piso molhado – um importante elemento de segurança para quem se inicia nas duas rodas com moto.
Importante para os condutores e para uma moto que passará a maior parte do tempo em ambiente urbano, é o facto do motor da SH ser ccompatível com o EURO5; os limites permitidos para poluentes de escapamento de escape, como monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxido nitroso especificados pelo EURO5 são drasticamente reduzidos em comparação com os de EURO4.
A suspensão conta com garfos telescópicos de 33 mm curso de 89 mm, a travagem está cargo de um sistema ABS que trabalha em conjunto com 1 disco de 240 mm e 3 pistão à frente e 1 disco na traseira de pistão único.
O painel TFT destaca a velocidade e os consumos numa barra digital inferior. Sob o assento cabe um capacete modulável e pequenos objetos, não faltando sequer uma tomada USB com espaço próprio para fixar o telemóvel! A luz traseira é LED com um surround cromado, combinando com a frente, e o novo painel LCD apresenta todas as luzes de aviso – incluindo Smart Key, HSTC/ABS e operação Idling Stop – em torno de um display de velocímetro digital central/ odômetro. Todas as operações no painel são realizadas através de botões A/B no punho esquerdo.
A chave Inteligente da SH125i fica no nosso bolso e acaba com a necessidade de inserir e retirar constantemente uma chave para ignição, tampa de combustível e assento. Tem dois interruptores: a função inteligente liga/desliga e a ‘resposta de volta’, que pisca os indicadores para identificação à distância.
Condução fácil em cidade
Uma vez feito o contato, é necessário esperar alguns segundos antes de ativar o botão de ignição enquanto se aperta a manete de travão como é habitual em todas as scooters. Com as suas rodas de 16 polegadas, a altura da sela é substancial.
E assim, partimos de Cascais em direção Lisboa pela estrada marginal. A primeira impressão que nos assola a mente é a leveza extrema da SH em andamento, a boa altura que temos para visualizar o trânsito (efeito da roda alta) e a facilidade extrema com que se consegue ‘furar’ o trânsito. Quanto à posição de condução, as nossas mãos assentam com o mínimo esforço sobre o guiador, a direção é muito leve, o tronco vai ereto e as pernas e pés absolutamente tranquilos sobre a plataforma plana – uma autêntica mobylette, simples, muito, muito fácil de levar estar SH.
Uma ligeira incursão à auto-estrada faz-nos perceber que o motor emite apenas um leve sibilar e que quando rodamos com convicção o punho do acelerador, sente-se de facto a potência do motor japonês de 4 válvulas com o qual é possível conseguir uma velocidade de cruzeiro de 110 km/h, tendo energia suficiente para facilitar as ultrapassagens. A SH subiu sem esmorecer o Monsanto e, antes da hora combinada estávamos nas Amoreiras, para começar as filmagens na capital.
Já parada e a ‘fazer tempo’ porque esta Honda é mesmo rapidinha, reparo na elegância da SH, não lhe falta estatuto e presença para rodar nas mais distintas zonas urbanas… Definitivamente, a Honda SH é uma scooter da moda e por isso não nos surpreendeu que ela capte mais olhares femininos que masculinos.
Acessíveis aos detentores de carta automóvel, as scooters com menos de 125cc como esta Honda SH, estão atualmente posicionadas como a solução ideal em termos de mobilidade urbana e transporte seguro. O grande baú colocado sob a sela, é muito útil. Nesse compartimento se podem guardar muitas compras depois de tirar de lá o seu capacete. A vantagem das rodas grandes é inegável na cidade, onde pudemos subir nas calçadas mais íngremes sem correr riscos.
A Honda SH 125i de 2020 está disponível em quatro cores: Preto Pérola Nightstar, Branco Pérola, Cinza Metálico ou Vermelho Pérola. O seu PVP é de 3.800 euros, com oferta da top-case.
Gostámos
Estética refinada
Comportamento urbano
Consumos muito reduzidos
Força do motor
Amortecimento e travagem
A melhorar
Altura do assento
Capacidade do depósito
Vidro dianteiro opcional
Ficha Técnica
MOTOR
Tipo: 1 cilindro, 4 tempos SOHC refrigerado a líquido
Cilindrada: 124,5cc
Nº de válvulas: 4
Alimentação: injeção eletrónica PGM-FI
Diâmetro x curso: 53,5 x 55,5 mm
Taxa de compressão: 11,5:1
Arranque: elétrico
Potência máxima: 12,5 cv (9,2 kW) a 8.250 rpm
Binário máximo: 11,4 Nm a 6.500 rpm
Embraiagem: automática, centrífuga
Transmissão final: correia em V
Tipo de transmissão: CVT
PARTE CICLÍSTICA
Quadro : Tubular em aço
Suspensão dianteira: Forquilha telescópica com bainhas de 33 mm, curso 89 mm
Suspensão traseira: 2 amortecedores
Travão dianteiro: disco 240 mm, com pinças de 3 êmbolos + ABS
Travão traseiro: disco 240 mm, com pinça de 1 êmbolo + ABS
Rodas e pneus (Fr.): 100/80 -16 polegadas, 16M/C x MT 2,50
Rodas e pneus (Tr.): 120/80 -16 polegadas, 16M/C x MT2,75
DIMENSÕES E PESO
Comprimento: 2.085 mm
Largura: 740 mm
Altura: 1.129 mm
Distância entre eixos: 1.353 mm
Ângulo da coluna de direção: 26°
Trail: 85 mm
Altura do assento: 799 mm
Peso com líquidos: 136.5 kg
Capacidade do depósito: 7 litros
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