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Ensaio TRIUMPH SPEED TWIN 2019 – Um Triunfo Neo-Clássico

By on 22 Março, 2019

A aposta da Triumph na gama Neo-Clássica não pára de crescer e a sua estratégia para dominar em absoluto este segmento tem uma nova protagonista, a nova Speed Twin 1200 que, tal como a designação indica, monta o conhecido bicilíndrico paralelo de 1200cc da Triumph, já utilizado em outos modelos como a Thruxton, a Bobber e a Bonneville T120 e que agora vem dar “alma” a esta nova versão naked mais desportiva que a Bonneville, e mais abrangente em termos de utilização que a Thruxton.

A estética clássica da Speed Twin é belíssima e cheia de pormenores de requinte no acabamento de todos os seus elementos, realidade que lhe confere um toque de distinção e de exclusividade. Tivemos o privilégio de poder ter duas unidades para ensaiar, graças à colaboração e disponibilidade de um amigo e cliente orgulhosos da sua Triumph Speed Twin. As duas motos com decorações que apenas diferem na cor do depósito, 2 das 3 opções cromáticas da Speed Twin, belíssimas ambas sem dúvida.

Para além da estética indiscutível a Speed Twin tem “voz de homem” graças às suas ponteiras de escape, com um desenho clássico tipo “megafone” que debitam um som grave que nos transporta para corridas TT no inicio dos anos 50 quando as Norton 500 ganhavam em anos sucessivos as corridas na classe rainha na Ilha de Man.

O motor “High Torque” de 1200cc com 96 CV às 6.750 rpm é o grande protagonista da Speed Twin e o binário que o mesmo debita está sempre presente em qualquer dos seus regimes. Se observarem a curva de entrega de binário do motor percebem o que referimos, pois é quase plana ao longo do leque de rotações do motor, atingindo um valor máximo de 112 Nm às 4.950 rpm e com praticamente um mínimo de 100Nm desde as 2.500 rpm até às 7.250 rpm, onde atinge o redline.

O fantástico binário da Speed Twin define toda a personalidade da moto e forma de a conduzir já que podemos, sem a necessidade de electrónica que defina modos de motor, conduzir a Speed Twin de forma suave ou agressiva tirando partido da elasticidade e do binário do seu motor.

Outra característica que nos agradou foi a leveza do conjunto, com uma frente que transmite uma enorme agilidade à Speed Twin, mais parecendo a versão de menor cilindrada, a Street Twin. O peso de 197 Kg reflete todo o empenho que a equipa de engenheiros da Triumph teve no desenvolvimento da Speed Twin partindo de um motor de tecnologia High Torque e trabalhando num chassi mais leve e numa ciclística de topo de forma a conseguir uma moto mais fácil e mais entusiástica de pilotar.

Apesar de toda “alma” que este motor carrega a Triumph inclui ainda electrónica de acordo com as tendências de mercado. Assim temos 3 modos de motor possíveis selecionar, Rain, Road e Sport. Os modos actuam no controle de tração e na suavidade do acelerador, não retirando potência ao motor. Rodámos quase sempre em modo Sport embora o modo Road confira maior suavidade na gestão da aceleração e torne a condução da Speed Twin meno agressiva, sobretudo em cidade.

Em auto-estrada é muito fácil atingir limites fora da lei por isso recomendamos atenção. A rodar em 6ª velocidade a 120 Km/h basta um rodar do punho para rapidamente estarmos a 180 Km/h, e não se fica por aí. E para uma moto com a pujança da Speed Twin há que contar com travões à altura o que no caso estão incluídos. As pinças Brembo de 4 pistons com discos de 305 mm têm um desempenho ao nível da qualidade dos mesmos e mostraram um bom desempenho em qualquer situação.

As suspensões dianteiras KYB, invertidas de 41 mm, apesar de não serem ajustáveis têm um setup de origem que oferece um compromisso misto, com um bom desempenho e garantindo um nível de conforto acima da média para o segmento em que a Speed Twin se posiciona. Em condução mais desportiva e na travagem à entrada das curvas não afundam demasiado mas com mau piso sentimos alguma insegurança, talvez pela leveza da frente ou pelos pneus que monta, de qualquer forma um amortecedor de direção poderá contribuir para uma maior firmeza da direção sem prejudicar a sua enorme agilidade. Atrás a Speed Twin monta dois amortecedores KYB apenas ajustáveis em pré-carga de mola.

A Speed twin é uma moto relativamente baixa o que facilita a colocação dos pés no chão. Confortável em termos da posição de condução, talvez até de mais pois as peseiras estão colocadas numa posição baixa e mais à frente que por exemplo na Thruxton e se por um lado confere uma atitude um pouco mais descontraída por outro ficamos com a sensação de que gostaríamos de as ter na posição “original” ou seja um pouco mais acima e atrás. Aliás devido a essa posição baixa dos pisa-pés os nossos joelhos ficam desenquadrados com o depósito e praticamente encostam à cabeça do motor. De todas as formas mesmo em condução mais agressiva nunca chegámos a roçar com as peseiras no solo.

Uma nota de agradecimento ao Manuel Vian que participou no ensaio e referiu uma enorme satisfação em relação à sua recém adquirida Speed Twin

O assento da Speed twin é no entanto algo estreito e ligeiramente inclinado sobre a frente, induzindo a uma posição mais sobre o guiador, talvez por isso também sentíssemos a necessidade de uma diferente colocação das peseiras. Existem assentos mais confortáveis como opção para quem queira viajar com a Speed Twin ou pretenda utilizar a mesma com maior assiduidade. Os espelhos retrovisores colocados na ponta do guiador acrescentam estilo do ponto de vista estético mas em circulação urbana deixam-nos algo apreensivos já que entre os carros o risco de um toque torna-se mais evidente. Uma das unidades que ensaiámos pertencia a um cliente Triumph que optou pela substituição dos retrovisores por outros tradicionais com a simples troca de duas peças nos apoios das manetes de embraiagem e travão.

Do ponto de vista da informação a mesma está concentrada em dois manómetros de look tradicional redondo, com a velocidade no lado esquerdo e as rotações no direito mas onde a restante informação é digital. De início perdemo-nos um pouco na sua leitura mas rapidamente percebemos onde está cada informação e passamos a ter uma leitura fácil e rápida da mesma. Modos de motor, níveis de controle de tração e conta Kms totais e parciais, indicador de nível de gasolina… tudo gerível a partir de dois botões nos comando do lado esquerdo do guiador.

A título de conclusão podemos referir que a nova Speed Twin é o culminar de todo o conhecimento que ao longo dos últimos anos a Triumph tem adquirido e que neste novo modelo integra todo esse conhecimento e tudo o que de melhor se tem conseguido desenvolver noutros modelos. Poderemos até considerar que a Triumph Speed Twin é a melhor Triumph de todos os modelos da gama clássica.

Gostámos sobretudo da estética, do binário do motor e do som dos seus escapes, da agilidade e da ausência de vibrações. A melhorar talvez um pouco a posição e o conforto do assento e a localização das peseiras, embora seja uma questão de gosto ou de eventualmente de estatura.

A Triumph Speed Twin está disponível em 3 opções cromáticas, preto, vermelho e cinza e tem o PVP base de 13.200 euros.

Características Técnicas

MOTOR E TRANSMISSÃO
Tipo Refrigeração líquida, 8 válvulas, SOHC, 270º intervalo de ignição, bicilíndrico paralelo
Cilindrada 1200 cc
Diâmetro 97.6 mm
Curso 80 mm
Taxa de compressão 11.0 :1
Potência máxima CE 97PS / 96bhp (72kW) @ 6,750rpm
Binário máximo CE 112Nm @ 4,950 rpm
Sistema Injecção electrónica sequencial multiponto
Escape 2×2 com ponteiras escovadas duplas
Transmissão Final Corrente
Embraiagem Multidisco em banho de óleo
Caixa de velocidades 6 velocidades
CICLÍSTICA
Quadro Duplo berço tubular em aço
Braço oscilante Duplo em alumínio
Pneu dianteiro Jante em linha leve, 17″ x 3.5″
Roda traseira Jante em liga leve, 17″ x 5.0″
Pneu dianteiro 120/70 ZR17
Pneu traseiro 160/60 ZR17
Suspensão dianteira Forquilha telescópica, baínhas de 41 mm, curso de 120mm
Suspensão traseira Dois amortecedores reguláveis em pré-carga da mola, 120mm de curso
Front Brakes Dois discos de 305mm, pinças Brembro de 4 pistões, ANS
Rear Brakes Disco de 220mm, pinça flutuante Nissin de 2 pistões, ABS
Painel de instrumentos e funções Painel de instrumentos LCD multifuncional com velocímetro analógico, conta-quilómetros analógico, indicador de mudança engrenada, indicador de autonomia, indicador de manutenção, relógio, conta-quilómetros parcial (trip), botões de função e Modos nos punhos, botão de punhos aquecidos, mostrador de consumo dce gasolina, estado do controlo de tracção e do modo de condução seleccionado. Pronto para TPMS
DIMENSÕES E PESO
Largura do guiador 760 mm
Altura (sem espelhos) 1110 mm
Altura do assento 807 mm
Distância entre eixos 1430 mm
Inclinação 22.8 º
Avanço 93.5 mm
Peso en seco 196 kg
Capacidade do depósito 14.5 L
CONSUMO
Consumo 4.8 l/100km
CO2 EURO 4 Standard: 109 g/km

 

 

Concorrência

BMW R Nine T Pure   1170cc / 108.6 CV / 116 Nm / 219 Kg / 13.918 eur

Ducati Scrambler 1100 1079cc / 86 CV / 88 Nm / 206 Kg / 12.795 eur

Kawasaki Z900 RS   948cc / 112 CV / 98.5 Nm / 215 Kg / 12.795 eur

Yamaha XSR 900   847cc / 115 CV / 87.5 Nm / 195 Kg / 9.995 eur

 

Galeria de Imagens

 

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