Teste Voge ER10 – Design arrojado e mobilidade eléctrica

A Vogue apostou na mobilidade elétrica com introdução nos seus catálogos da ER10. Fácil de conduzir, apta para condutores a partir dos 16 anos, oferece ainda uma boa capacidade de carga essencial quando procuramos mobilidade urbana. Será que são argumentos suficientes?

Por Bruno Baptista
A Voge, propriedade do gigante Chinês Loncin, lançou a sua aposta na mobilidade elétrica com a apresentação da ER10.
Tivemos na MotoMais a possibilidade de testar esta naked elétrica, e foi com bastante curiosidade que o fizemos, aqui gostamos de motos que acordam os vizinhos e deixam por onde passam um ligeiro extrato de octanas. Mas a verdade é que não sabemos por quanto tempo vamos continuar com esta realidade.

As marcas, forçadas pela redução de emissões, pelo custo dos combustíveis e até por alguma pressão social, apresentam as suas soluções, (algumas embrionárias) por forma a satisfazer o mercado.
É neste contexto que a Voge lança no mercado a sua primeira proposta elétrica, a ER10. Uma naked com linhas arrojadas e um vincado carácter desportivo a destacar o farol frontal full led e a secção traseira com linhas esguias e limpas que lhe conferem personalidade.

Equipada com um motor elétrico trifásico com refrigeração líquida, pode ser conduzida por titulares de carta A1- B, uma vez que debita 12,1 Cv @ 3500 rpm (potência de pico máxima).
Vocacionada para percursos citadinos tem uma posição de condução típica de uma naked, onde a proteção aerodinâmica não é fator, a adoção de um compartimento de bagagem no local do típico depósito ganha especial relevância no contexto da praticabilidade , permite guardar um capacete tipo jet e conta com duas portas USB bastante acessíveis para carregamento de eletrônicos.
Dotada de iluminação full LED, tem ainda instrumentação digital com as informações mais relevantes, velocidade, contador total e parcial, relógio, capacidade da bateria e ainda aquela informação da qual não nos conseguimos alhear, a autonomia, mas já lá vamos.
Para o quadro a Voge recorreu a uma solução inovadora utilizando um quadro perimetral de dupla trave em alumínio, no eixo do braço oscilante, também ele em alumínio, montou o motor elétrico desenvolvido pela JWT, conseguindo um peso total do conjunto de 122 Kg e uma repartição de peso 50/50.

O motor trifásico é por si só impactante quer pelo aspecto visual quer pela solução tecnológica em si, uma vez que usa um sistema de arrefecimento por líquido e com a colocação no eixo do braço oscilante permite manter tensão constante na transmissão minimizando assim perdas energéticas prolongando ao mesmo tempo a vida da mesma.
Durante o nosso ensaio revelou as suas valências, entregando todo o seu binário (41 nm à roda) desde muito cedo. Com dois modos de condução, no modo ECO a velocidade máxima fica limitada a 50 km/h e no modo Sport consegue atingir os 95 km/h. E é aqui que começamos a pensar na autonomia!

A autonomia anunciada é de 130 km a 30 km/h e 45 km a uma velocidade constante de 90 km/h, para isso a ER10 monta uma bateria Samsung de litium com um peso de 30 kg.
Pode ser carregada em qualquer tomada doméstica e demora cerca de 4 horas para atingir a capacidade máxima.
Durante o nosso ensaio não conseguimos passar dos 70 km em modos combinados, e para nossa desilusão sempre que tínhamos uma subida pela frente a velocidade descia a pique para uns meros 40 km/h, manifestamente pouco para uma condução segura em algumas artérias que envolvem as cidades.

A suspensão está entregue a uma forquilha frontal invertida de 37mm de diâmetro com 117 mm de curso e na traseira tem um monoamortecedor central regulável em pré-carga com 58mm de curso que revelou-se eficiente mas pouco confortável, especialmente em piso de calçada ou degradado.
As manetes de travão reguláveis apresentam um bom acabamento e acionam os travões de uma forma precisa e sem dificuldades de maior para imobilizar conjunto, na frente equipa disco de 280mm comum pinça de dois pistões e na traseira disco de 220mm com uma pinça de 1 pistão, o ABS de dois canais faz parte do equipamento de série. De série temos igualmente o prático sistema sem chave que permite ligar a ER10 e iniciar a marcha sem termos necessidade de percorrer todos os bolsos do equipamento
Com uma boa qualidade de construção geral e a ausência de ruídos de combustão a nossa atenção prende-se na condução, no “gritar” típico do motor elétrico e no ruído, este já mais familiar da corrente de transmissão.
A Vogue ER10 está disponível nos concessionários da marca em duas cores, Branco e Preto com um PVP de 6.545€.
No fim ficámos com a sensação que tem uma boa base para ser desenvolvida, tendo de melhorar a autonomia e a gestão de entrega de potência do motor especialmente quando a bateria se encontra abaixo dos 50% de capacidade, mas apresenta uma boa qualidade de construção, óptima praticabilidade graças ao seu compartimento de carga e muito boa manobrabilidade. Contou-nos um passarinho que já estará na calha a versão 2.0…..

Gostámos
- Design
- Practicabilidade
- Manobrabilidade
A Melhorar
- Preço
- Autonomia
- Gestão de potência
Ficha Técnica
Motor
Tipo de Motor | JWT, Imán permanente síncrono, 3 fases (refrigeração líquida) |
Potência (nominal máxima) / Binário | 6000 W @ 4660 rpm / 41 Nm (à roda) |
Baterias | 62,4 Ah |
Autonomia | 75 km (4h de carga completa) |
Ciclística
Quadro | Alumínio |
Suspensão dianteira / traseira | Forquilha invertida de 37 mm (117 mm de curso) / Amortecedor com biela (58 mm de curso) |
Travagem dianteira / traseira | Disco (280 mm), pinças de 2 pistões (ABS) / Disco (220 mm), pinça de 1 pistão (ABS) |
Pneus | 110/70 R17 ; 140/60 R17 |
Dimensões e Preço
Altura do assento | 800 mm |
Distância entre eixos | 1410 mm |
Peso | 122 Kg |
Preço | 6,545 € |
Cores Disponíveis
Branco Preto
Concorrentes
-
Super Soco TC Max

-
Honda PCX

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