Teste Zontes Z2 / 125cc – Uma Excelente Escola
Ensaio realizado por Alex Medina – Solomoto
A actual gama da Zontes vê-se reforçada com esta moto naked de 125cc , uma das motos naked mais potentes do segmento e que aparenta pela sua dimensão estar mais perto de uma “dois e meio”. A gama Scrambler da Zontes, com a atrativa G-1, é aquela que de momento mais sucesso tem obtido, no entanto, as motos Naked têm estado a recuperar terreno e neste momento já se espera a chegada ao mercado de uma versão de 300cc.
Sem qualquer dúvida que a estética daquelas que poderemos designar como Neo-Scramblers têm contribuído para o sucesso do segmento. No entanto, da mesma forma que as grandes motos Naked ou Roadsters, motos ao estilo de esta Zontes Z2, estão também a ganhar protagonismo a nível europeu, inclusivamente no segmento das cilindradas mais baixas, como esta 125. E estão a agradar tanto às novas gerações como a aqueles que com Carta B de carro decidem pela compra de uma 125.
Para além de oferecer uma boa imagem estética, a Z2 apresenta bons argumentos a seu favor como o depósito de combustível de 17 litros de capacidade, realidade que lhe conferem uma surpreendente autonomia que pode superar os 500 Kms. Também há que destacar o desempenho do seu motor, uma ciclística que a torna fácil e manobrável e uma série de outros detalhes que marcam a diferença.
Para além do mais não faltam outros pequenos detalhes que a destacam da sua concorrência como é o caso de uma plataforma que vem de série onde se pode colocar uma Topcase. Inclui ainda uma tomada USB, colocada na lateral e algo difícil de aceder, um painel de instrumentos muito completo, dois modos de condução, iluminação full LED e ainda umas proteções laterais que sobressaem demasiado do conjunto mas que oferecem uma proteção adequada à Z2 em caso de queda.
Zontes Z2 – 125 – As ajudas electrónicas e tecnológicas
O painel de instrumentos tem luzes aviso de intermitentes, de ABS, ponto-morto, de carga de bateria e dos máximos. O indicador de nível de combustível tem boa visibilidade, monta conta rotações e velocímetro no centro e inclui trip total e parcial para além de indicador de velocidade engrenada e relógio digital.
O motor, como na maioria das motos Zontes, de produção própria. Inclui refrigeração líquida, quatro válvulas e DOHC. Monta embraiagem deslizante, realidade pouco habitual para uma 125 e que muitas motos de maior cilindrada não incluem. O tacto deste pequeno monocilíndrico, já compatível com Euro 5, é muito agradável, extremamente suave e sem vibrações. Uma agradável surpresa.
Com chassi e suspensões também de fabrico próprio, monta suspensões invertidas não reguláveis e amortecedor traseiro, ajustável em pré-carga de mola, montado num braço oscilante assimétrico de alumínio fundido que exibe as suas nervuras de reforço estrutural. Monta ainda escape curto e compacto, com uma quilha de proteção do cárter que contribuem para dar um ar moderno e agressivo à Z2.
Para além do sistema de ABS de dois canais e sistema Bosch 9.1 M que gere toda a electrónica, todos os restantes componentes são de produção própria: pinças de travão radiais, suspensões, chassi, comutadores nos punhos retro-iluminados, painel de instrumentos, carroceria e até mesmo os espelhos retrovisores.
A rodarmos na Zontes Z2-125
A imagem que aparenta esta Zontes Z2 é de uma moto com mais de 125cc, realidade que se confirma e reforça quando nos montamos na mesma. E apesar da sua cilindrada de 125cc sentimos que poderia perfeitamente montar um motor de um escalão acima ( 250/300 cc ). A altura do assento é de 830mm e o guiador largo e colocado alto juntamente com o desenho do seu depósito de 17 litros proporcionam um encaixe perfeito na Z2.
Com o nosso tronco erguido, a Zontes soube combinar uma linha agressiva com uma boa posição de condução e ergonomia, onde os joelhos encaixam perfeitamente no desenho do depósito. Com uma só chave, chama-nos à atenção o local onde se introduz a mesma pois inclui um obturador que, caso se encontre fechado há que utilizar o perfil incluído na chave para o abrir. Um sistema de segurança bastante simples e funcional. A mesma chave permite-nos ainda abrir o tampão do depósito de gasolina e o assento da moto.
Ao percorrermos poucos quilómetros já nos sentimos totalmente adaptados à Z2e as primeiras sensações são muito positivas não só à já comentada posição de condução como em relação à suavidade de acionamento da embraiagem, a todos os interruptores que se encontram à mão, um excelente tacto da caixa de velocidades, onde há que procurar rodar nos regimes mais altos para encontramos o melhor desempenho da pequena 125. Precisamente entre as 6.500 rpm e as 9.500 rpm, zona vermelha onde actua o corte de ignição, é onde o motor da Z2 melhor respira e flui.
Direção e conforto da Zontes Z2-125
Entre curvas a Z2 tem um comportamento bastante neutro e as suspensões realizam bem a sua função. Logicamente que pelo seu pouco peso e dimensão as mudanças de direção realizam-se com enorme facilidade, beneficiando de um ajuste acertado de origem das suas suspensões, tendo um desempenho muito acima da média de outras motos do mesmo segmento, não sendo nem excessivamente moles nem secas. A posição larga e alta do guiador transmite-nos também uma sensação de controle total. A travagem é boa e conta com ABS Bosch para as situações mais complicadas. Definitivamente esta pequena Zontes pode ser classificada como uma “pequena grande moto”… pequena em cilindrada e grande em sensações.
Pelo seu tamanho e assento elevado, o pendura viajará relativamente cómodo para além de dispor de duas pegas laterais de boa dimensão para sua segurança. Outro aspecto interessante é a plataforma traseira amovível que nos permite fixar directamente bagagem ou montar uma Top Case podendo, apesar das limitações de cilindrada e potência, realizarmos algumas aventuras e viagens de fim de semana.
Zontes Z2-125 – Uma aposta segura
A Zontes destaca-se com a sua Z2 e sem qualquer dúvida poderá passar a ser referência de seu segmento. A sua filosofia é a de uma moto de cilindrada superior e de uma aposta em componentes de qualidade, realidade que se traduz num excelente desempenho e um comportamento global que a afasta dos esterótipos associados às “marcas chinesas”.
A adopção de uma embraiagem deslizante parece-nos bastante acertado, realidade que garante maior segurança por condutores com falta de experiência, sobretudo em reduções realizadas de início em estradas com muitas curvas. Umas suspensões com excelente desempenho e uma altura de assento compatível com a estatura média dos jovens. Em termos de equipamento já destacámos ser completo com pormenores interessantes como a ficha USB e os comutadores retro-iluminados. Uma moto que se apresenta como perfeita para os jovens com carta A-1 , ou seja, uma excelente escola.
À espera de um tricilíndrico
A Zontes é uma marca do Grupo Tayo Technology Co. com sede na província de Guandong, conhecida na Europa por Cantão. Situada no sul da República da China, Cantão encabeça o ranking do PIB nacional chinês, beneficiando da sua proximidade com Hong Kong.
O grupo ao qual a Zontes pertence caracteriza-se, entre outra coisas, por ser capaz de desenhar e produzir 80% dos seus componentes. Reúne uma equipa com mais de 600 engenheiros no seu departamento de I+D, realidade que lhes permite desenvolver as suas próprias patentes, possuindo mais de 400 patentes, onde 256 patentes de design, 121 patentes de utilidade e 36 patentes de invenção.
Na sua estratégia de crescimento está prevista a chegada em 2022 de um novo motor tricilíndrico de 800 cc, realidade que irá permitir à Zontes dar um novo passo tanto na gama Naked como nas Trail. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra claramente tratar-se de um tricilíndrico em linha com DOHC com cambota a 120º.
Resumo do seu desempenho em Cidade / Estrada / Auto-Estrada
Na cidade move-se bastante bem entre o tráfico urbano, com os retrovisores a oferecerem boa visibilidade e apesar de montar uma suspensão dianteira invertida garante uma boa brécage. Bons arranques nos semáforos pelo que é uma excelente moto de cidade.
Em estrada é também uma agradável surpresas, não apenas pelo tacto e suavidade do seu motor mas também por ser uma moto equilibrada do ponto de vista da sua ciclística, montando umas suspensões e travões com um bom desempenho.
Em auto-estrada beneficiamos de uma posição de condução confortável e de uma velocidade máxima que nos permite circular a bom ritmos sem que a falta de proteção aerodinâmica seja penalizadora e com a garantia de uma enorme autonomia.
O que mais gostámos e o que pode melhorar
MOTO +
- Excelente desempenho do motor
- Dimensão e ergonomia de moto maior
- Comportamento dinâmico
- Equipamento
- Autonomia
MOTO –
- Local do USB pouco acessível
- Dimensão excessiva das proteções laterais
Concorrência
Ficha Técnica Zontes Z2 – 125
Motor tipo: | Monocilindrico 4TLC DOHC 4V |
Diámetro x curso: | 52 x 58’7 mm. |
Cilindrada: | 125 c.c. |
Potência máxima: | 14’5 cv @ 9.000 rpm |
Binário máximo: | 1’32 kgm @ 7.000 rpm |
Alimentação: | Injeção electrónica |
Emissões de CO2: | N.d. |
Caixa: | 6 velocidades |
Embraiagem: | Por cabo deslizante. Multidisco banho de óleo |
Transmissão sec. | Corrente |
Tipo chassi: | Berço simples em tubo de aço |
Geometría de direção: | Nd. |
Braço oscilante: | Duplo braço assimétrico em alumínio fundido |
Suspensão dianteira: | Forquilha invertida não regulável |
Suspensão traseira: | Amortecedor s/bielas, regulável em pré-carga |
Travão dianteiro: | disco 300 mm. pinça duplo pistón, ABS Bosch |
Travão traseiro: | disco 230 mm. pinça de um piston |
Rodas: | 100/70-17 (diant.) 130/70-17 (tras.) |
Comprimento total: | 2000 mm. |
Altura máxima: | 1112 mm. |
Largura máxima: | 791 mm. |
Distância entre eixos: | 1.380 mm. |
Altura assento: | 830 mm. |
Capacidade depósito: | 17 litros. |
Consumo médio: | 3,3 litros |
Autonomía teórica: | |
Garantía oficial: | 2 anos |
Importador: | Terra Bastos Lda. |
Contacto: | 256 600 540 |
Web: | Zontes.pt |
Galeria de imagens Zontes Z2-125
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