Ensaio – Triumph Bonneville: Clássico moderno

By on 27 Agosto, 2016

A Triumph Bonneville é um icon, um modelo clássico que nos acompanha desde os anos 50. A versão mais moderna acaba de ser totalmente renovada, estando ainda mais interessante para um utilizador contemporâneo.

Com um sucesso esmagador nesta era moderna da Triumph, o modelo Bonneville é o icon da marca desde sempre. A moto que marcou a sua existência nos anos 50 e 60, voltou a ter uma importância semelhante nesta nova era da marca britânica, com mais de 141000 unidades vendidas. O modelo agora é substituído, criou uma nova linhagem de seguidores que têm um modelo totalmente novo para dar continuidade à sua preferência. Para esta renovação os engenheiro da marca começaram com uma folha limpa onde apenas a silhueta característica das Bonneville tinha de ser respeitada. Foram quatro os pilares para este desenvolvimento, tinha de ser mais bonita, mais potente, mais eficaz e com mais possibilidades de escolhas.

A T120 Black é apenas um dos modelos que podemos escolher, onde se inserem ainda a versão base da T120, a Thruxton e a Thruxton R. Outros modelos deverão seguir-se em breve, entre os quais uma Scrambler, que tão boa aceitação teve na versão anterior. Face à versão base, a Black Edition faz uso extensivo da cor preta em muitas das peças que na versão base são cromadas ou em alumínio polido. A Black tem uma presença um pouco mais contemporânea, mais urbana, no entender da marca. Nós gostámos mais dos acabamentos na versão base, tem uma imagem mais “viva” e transmite um maior sentimento de qualidade.

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Imagem de época

Tecnicamente são iguais, e em ambas percebe-se o cuidado colocado no seu desenvolvimento. A moto tem uma linha muito limpa, como um motor onde praticamente não se encontram tubos ou cabos eléctricos à vista. Mesmo o radiador está colocado na vertical, na frente do motor, muito bem disfarçado, e os seus tubos ligam-se por trás. Muito bem integrado na estrutura, este elemento “moderno” passa despercebido no conjunto clássico que a marca procura. O motor é totalmente novo, cresceu de “novecentos” para “mil e duzentos”, mas as suas dimensões exteriores são semelhantes. É uma unidade mais compacta, mas o desenho clássico mantém-se. Há detalhes muito especiais, como corpos de injecção que fazem lembrar carburadores.

Vista de traseira tem uma imagem que atrai de imediato, com uma marcante componente clássica mas robusta, com um perfil baixo mas largo. A luz de presença redonda em LED ao centro do farolim traseiro, consegue uma harmonia perfeita entre a imagem de época e o modernismo que se impõe a uma moto deste milénio, e a luz de travagem preenche o restante espaço.

Para quem quiser tornar mais especial e única a sua Bonneville, a Triumph dispõe de uma vasta linha de acessórios com cerca de duas centenas de peças. Para facilitar o início de um processo de personalização é proposto um kit base Prestige, a partir do qual se pode partir depois para outras soluções.

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Para rolar

O motor pede para que rolemos descontraidamente a baixos regimes e aproveitemos todo o binário que tem. Responde sempre com grande força, mas não vale a pena leva-lo para o topo da escala do conta-rotações. É a meio que tem todo o seu sumo, que é muito. A caixa de velocidades é longa, aproveitando todo este manancial de força e reforça a ideia de descontracção. Se no nosso caminho surge uma carro para ultrapassar, basta rodar o punho e o amplo coração da Triumph faz-nos saltar para a sua frente sem qualquer hesitação ou sensação de esforço. É um prazer rolar com esta calma, sabendo que há sempre motor para nos levar mais longe.

No meio de tudo isto o som de escape é simplesmente fabuloso. É grave, profundo e tem o nível suficiente para ser ouvido sem incomodar. É a bando sonora perfeita para rolarmos de capacete aberto e cara exposta ao vento.

A direcção é muito neutra, leve de manobrar a baixa velocidade e maneável. As suspensões tem um funcionamento bastante nobre, com um nível de conforto elevado, mas conseguindo passar uma boa dose de informação.

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Conforto para dois

Muito completo é o equipamento de série para uma moto deste segmento. Tem surpresas como os punhos aquecidos. Mesmo num país onde não faz muito frio, a sua função foi muito agradável durante a volta com a T120, feita por estradas de Sintra, com temperaturas baixas, vento e muito neblina.

O espaço que esta moto tem na zona do assento é amplo, dando muito margem para transportar duas pessoas de grande estatura. A posição de condução é confortável, com o tronco direito e pernas que ficam flectidas praticamente a 90 graus. O assento está relativamente perto do solo, e como é estreito na frente irá facilitar muito a vida a pessoas de pernas mais curtas.

A Triumph T120 é uma daquelas motos que nos faz sentir especial quando andamos nela. Retiramos um prazer diferente durante a sua condução e se a tivermos parada, um olhar já nos garante satisfação.

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Pleno de binário

O desenvolvimento do novo motor bicilíndrico paralelo da Bonneville procurou uma resposta muito forte nos baixos e médios regimes, uma unidade a que a Triumph caracteriza de “high torque”. Para lhe dar um carácter próprio, o desfasamento dos intervalos de ignição é de 270 graus. Para se ter uma clara noção desta qualidade, este bicilíndrico tem 105 Nm de binário logo às 3100 rpm, 54% mais que o da geração anterior. É claro que o aumento de cilindrada tem aqui um papel importante, mas o seu funcionamento e a forma pronta com que responde ao acelerador são impressionantes e muito agradáveis. Por trás da imagem clássica encontramos um motor com muita tecnologia e que tem refrigeração líquida. A embraiagem aproveita parte do binário do motor em aceleração para comprimir os seus disco, permitindo assim a utilização de molas menos fortes que tornam muito macia a actuação da manete. A melhoria na eficiência do motor garante menores emissões poluentes e melhoria de consumos em cerca de 13%. Na parte da electrónica destaca-se o comando de acelerador “ride by wire”, sem cabos, o controlo de tracção e os dois modos de resposta do motos, Road e Rain. Os intervalos de manutenção foram também estendidos, sendo agora a cada 16.000 km, que se juntam à garantia de 4 anos. O sistema de escape procurou manter a imagem clássica com uma imagem limpa e sem interrupções desde os colectores até aos silenciadores, escondendo muito bem o catalisador. Além da beleza visual este escape oferece uma sonoridade muito especial, rouca e profunda.

FICHA TÉCNICA

Triumph T120 Black

Cilindrada- 1200 cc

Potência- 80 cv

Depósito- 14,5 lt

Peso- 224 kg

Tipo: 2 cil. paralelos, refrigeração por líquido

Distribuição: 8 válvulas

Binário: 105 Nm às 3100 rpm

Embraiagem: multidisco em óleo

Caixa: seis velocidades

Transmissão: por corrente

Quadro: estrutura tubular em aço

Suspensão dianteira: forquilha Kayaba de 41 mm, curso de 120 mm

Suspensão traseira: dois amortecedores Kayaba, curso de 125 mm

Travões: disco de 310 mm + disco de 255 mm com ABS

Rodas: 100/90-18” + 150/70-17”

Distância entre eixos: 1.445 mm

Altura do assento: 785 mm

Cores disponíveis:

Jet Black

Matt Graphite

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Preço base:  € 12.200

Texto: Marcos Leal

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