Teste Yamaha Tracer 900 – A turística mais desportiva
A Tracer 900 é basicamente uma versão carenada da MT-09 e define-se como uma turística com características mais desportivas. Aproveitando as qualidades inerentes ao motor tricilíndrico paralelo de 847cc, que lhe confere 115 cavalos, a Tracer 900 transporta-nos para um mundo de emoções onde conforto não é sinónimo de banal, nem turismo quer dizer andamento anémico, e fá-lo a um preço que deve dar calafrios à concorrência.
A Yamaha Tracer 900 apareceu primeiro em 2015, basicamente em termso de mecânica uma MT-09, com a adição de uma semi-carenagem e vidro que potencia as suas capacidades turísticas e lhe confere um ar de agressividade contida, como um louva a Deus à espera para atacar.
Passou a chamar-se Tracer em 2016 e a ter controlo de tração de três níveis em 2017. Em 2019 chegou o vidro ajustável instantaneamente à mão e uma versão GT completa com malas.
O Motor
O motor de 847cc da Yamaha Tracer 900 gira até às 10.000 rpm com facilidade, e debita 115 cavalos, o que em si não é extraordinário, mas a forma como um tricilindrico entrega essa potência é que faz a diferença. Ainda por cima é uma unidade que incorpora a tecnologia CP3, ou cambota “crossplane”, que lhe confere uma excelente sensação de tração, pois os três cilindros disparam em rápida sequência, dando quase como uma ligação direta entre o punho e a roda traseira, que torna a moto muito intuitiva de guiar e ao mesmo tempo aumenta o grau de diversão e puro gozo que se retira da condução.
Ao contrário de modelos mais complicados, a Tracer 900 mantém a embraiagem acionada por cabo, mas com a ajuda de um sistema contra-deslizante que suaviza ainda mais as coisas em redução… e acoplada à famosa suavidade das caixas Yamaha torna a condução intuitiva, dando-nos a opção de jogar com as relações ou manter a moto em sexta a maior parte do tempo, possível graças a um binário de 97,5 Nm às 8.500 rpm.
Quanto aos controlos de tração, resumem-se a opções mais, ou menos, intrusivas, na prática deixámos na regulação Standard, mas em condições de chuva ou aderência comprometida seriam decerto uma boa opção de ter à mão…
A ciclística
A Yamaha Tracer 900 emprega um quadro diamante em alumínio fundido, uma técnica que a marca vem usando há alguns anos e combina leveza com extrema rigidez, utilizando também o motor como elemento portante a contribuir para essas qualidades.
O resultado é que a combinação de altura de sela de 850mm e peso de 214 quilos não resulta nada intimidante, uma vez em movimento. Depois, a dinâmica do modelo é complementada pela excelente forquiha dianteira invertida de 41 mm, que vem com pré-carga e amortecimento ajustáveis, este último em compressão e retorno.
Basta dizer que a moto pode ser atirada para as curvas sem protestar, e mesmo operando os soberbos discos duplos de 298mm com pinças radiais, que dão uma sensação de grande linearidade à travagem, o conjunto não se perturba.
O mono-amortecedor traseiro, como sempre nas MT, apoia nos cárteres à frente, evitando tirantes complexos e maximizando a rigidez do conjunto, ao ser montado numa das zonas da moto que é garantida não flectir enquanto absorve o que as estradas lhe atirem com uma movimento de 60mm na sua extensão máxima.
Ergonomia
Um dos pontos que distingue a Tracer 900 da mais pequena 700 pela positiva, é que o banco da 900 é mais bem acolchoado e confortável, além de estilosamente debrudado com um pesponto a cinza mais claro, e a benesse prolonga-se pelo parte do pendura, que é também ampla e bem acolchoada.
Quanto à informação disponível, o habitual, velocidade, mudança selecionada, e o regime motor exibido numa faixa LED que vai engordado à medida que nos aproximamos do pico de potência, níveis, trips, temperaturas, níveis e luzes avisadoras várias… O vidro ajustável é um toque refinado, pode ser mudado com uma mão em andamento e, baixo ou alto, desempenha bem a sua função de retirar a pressão do peito do condutor…
+ Pontos mais
Flexibilidade do motor
Ajustabilidade da suspensão
Conforto a dois
Capacidade desportiva
– Pontos Menos
Consumos
Perdeu os piscas automáticos?
A concorrência
Num segmento fortemente concorrencial, há ofertas muito parecidas em especificação, como a Triumph Tiger 900, que só com alguns cavalos a menos, é semelhante em preço e configuração motor, a muito agradável e pouco mais cara BMW 900XR, a tetracilíndrica Kawasaki Versys 1000, mais potente, mas também mais pesada e mais cara, ou a Suzuki V-Strom 1000, mais cara ainda, apesar de menos potente… Se uma capacidade desportiva é importante, o comportamento, preço final e conforto da Tracer 900 decerto a colocam numa boa posição em relação às concorrentes. Ainda por cima, está neste momento a decorrer uma promoção em que a Yamaha oferece as malas…
Concorrência
Yamaha Tracer 900
847 cc 115 cv 214 Kg 10.650€
BMW F900XR
895 cc 105 cv 219 Kg 11.700€
Kawasaki Versys 1000
1.043 cc 120 cv 257 Kg 14.295€
Triumph Tiger 900
888 cc 94 cv 212 Kg 11.700€
Suzuki V-Strom 1050XT
1037 cc 106 cv 236 Kg 14.999€
FICHA TÉCNICA | Yamaha Tracer 900 |
Motor | Tricilíndrico, refrig. líquida, 4 tempos, DOHC 4 válvulas |
Potência | 115 cv às 10.000 rpm |
Binário Máximo | 87,5 Nm/8.500rpm |
Diâmetro x Curso | 78 x 59,1 mm |
Ignição /Alimentação | TCI/ Injeção eletrónica |
Emissões CO2 | 127 g/km de CO2 |
Cilindrada | 847 cc |
Embraiagem | Multi-disco em banho de óleo |
Ciclística | Diamante em aço tubular |
Dimensões | 2.160 x 850 x 1375/1430 (vidro ajust. 55 mm) |
Suspensão Frente | Forquilha telescópica, curso 137 mm |
Suspensão Traseira | Braço oscilante, curso 142 mm |
Angulo direção/ Trail | 24 graus /100 mm |
Pneus, Frente – Trás | 120/70 ZR17 – 180/55 ZR17 tubeless |
Travão dianteiro | Discos 298 mm c ABS |
Travão traseiro | Disco 245 mm c ABS |
Altura do assento | 850 mm |
Distância entre eixos | 1500 mm |
Distância livre ao solo | 135 mm |
Transmissão final | Corrente |
Peso, ordem de marcha | 214 Kg |
Depósito de combustível | 18 litros |
Preço | 10,650 € |
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