Yamaha YZF R3 – Uma campeã do mundo acessível a todos
O Campeonato do mundo de Superbikes tem este ano uma nova classe que é a SuperSport 300, constituída pela FIM com o objectivo de promover a participação de pilotos mais jovens e num formato mais acessível economicamente. As motos homologadas pela FIM e que fazem parte deste campeonato mundial são tipicamente aquelas passíveis de serem conduzidas com carta A2 e são motos de produção obviamente transformadas sob os limites impostos pelo regulamento específico da classe.
As motos homologadas este ano foram a Yamaha YZF R3, a Kawasaki Ninja 300 a Honda CBR500R e a KTM RC390. Com a Yamaha a sagrar-se campeã de marcas este ano a uma prova do final e com a possibilidade do piloto espanhol Marc Garcia se sagrar Campeão do Mundo na última prova do campeonato para as SuperSport300 e que se realiza em Jerez no fim de semana de 21 e 22 de outubro.
Considerando o tamanho sucesso das Yamaha no Campeonato do Mundo SuperSport 300, com 7 motos nos 10 primeiros lugares da classificação, ocupando com destaque o primeiro e segundo lugar, quisemos saber um pouco mais sobre a moto e solicitámos à Yamaha Motor Portugal uma unidade para ensaio.
A Yamaha YZF R3 existe em catálogo desde há 3 anos e é actualmente o modelo desportivo de estrada de menor cilindrada da marca. Constitui uma excelente opção, sobretudo para os mais jovens, para todos aqueles que desejam uma moto que lhes permita evoluir em termos de condução desportiva.
Esteticamente a moto é belíssima, muito proporcionada e com estilo agressivo característico das novas YZF R6, sobretudo nesta versão na cor azul, cor institucional da Yamaha. A R3 tem dimensões e proporções de uma moto de maior cilindrada e muitos ficaram surpreendidos quando questionavam sobre a cilindrada e eu afirmava que era uma 300…
A versão 2017 que testámos tinha pela primeira vez ABS o que considerando o target e o tipo de utilização mais agressivo a que a moto convida é de facto uma mais valia em termos de segurança.
A posição de condução , apesar de estarmos na presença de uma moto de cariz desportivo, é bastante cómoda, até mesmo mais cómoda que a versão naked que monta o mesmo motor, a MT-03, e nada cansativa sobre os pulsos apesar de montar avanços, que na verdade estão numa posição elevada. Em estrada aberta é fácil deitar-nos sobre o depósito numa posição de maior proteção aerodinâmica para uma condução mais agressiva, mas em percurso urbano a R3 revelou-se bastante cómoda e nada cansativa.
Ágil e bastante manobrável a R3 é uma moto muito fácil de pilotar graças sobretudo ao seu baixo peso e à altura do seu banco que é das mais baixas da classe. Manobrar a baixa velocidade e em percurso urbano, entre os carros, é também de uma enorme facilidade. Os retrovisores estão numa posição relativamente estreita o que facilita a passagem entre os carros embora a sua funcionalidade seja afectada em termos de visão já que os nossos ombros ocupam parte significativa da mesma
O bicilíndrico paralelo da Yamaha R3 é dócil e suave até às 6000 rpm o que permite circular de forma tranquila quando assim o pretendemos. Enganem-se aqueles que pensam que os 321cc da R3 estão desprovidos de temperamento e emoção. A R3 desperta para um outro mundo a partir das 6.000 rpm e sobe vertiginosamente até ao redline, perto das 13.000rpm, como uma verdadeira moto de competição, a confirmar toda a raça desportiva deste modelo e a elasticidade que este pequeno motor bicilíndrico tem. E estamos falar da moto totalmente de origem e algo atrofiada graças ao Euro4. Imagino o será em pista, no autódromo, com um escape Akrapovic e um setup mais desportivo das suas suspensões.
A R3 ficou por isso a justificar todo o palmarés que este ano tem vindo a acumular no Campeonato do Mundo de SuperSport 300. Uma excelente plataforma para evoluir e aprender como pilotar desportivamente uma moto.
Voltando à terra dos homens sensatos pois a já não estou em tempo de grandes emoções, gostei mesmo da boa proteção aerodinâmica que o vidro frontal oferece. As suspensões apesar de não permitirem regulação estão bem equilibradas tendo em conta a versatibilidade em termos de utilização que a R3 permite. Em asfalto em boas condições a R3 tem um comportamento bastante neutro e permite imprimir uma condução mais agressiva. Já em mau piso aconselho a terem mais calma e a evitarem os buracos e as imperfeições do piso pois a R3 não está talhada para o TT.
Os pneus Michelin Pilot pareceram-me adequados para as prestações da moto e revelaram uma boa aderência a curvar em piso seco. Os travões estão no limite, senti a falta de um pouco mais de “mordida” sobretudo quando imprimes um ritmo mais rápido. O disco de 298mm na frente pareceu-me algo limitado para as prestações que a moto é capaz de desenvolver, no entanto e considerando o temperamento suave abaixo das 7.000 rpm digamos que a moto nesse regime está bastante equilibrada.
Em conclusão a Yamaha YZF R3 é uma excelente moto polivalente para quem pretenda iniciar-se nas lides da pilotagem desportiva e para aqueles que com carta A2 pretendam uma moto de características quase de competição. Com um motor super rotativo que pode ser suave e agressivo em simultâneo a R3 oferece a versatibilidade de podermos evoluir à medida que vamos ganhando confiança na nossa pilotagem e no comportamento da moto.
A Yamaha oferece ainda um extenso catálogo de produtos e acessórios para permitir a sua personalização e tunning pelo que, com facilidade poderão chegar perto daquela que este ano pelas mãos de Marc Garcia certamente se irá sagrar campeã do mundo em SuperSport 300.
Principais Características da Yamaha YZF R3
. Moto Supersport, requer carta de condução da categoria A2
. Desenvolvida com o ADN da série R
. Motor bicilíndrico em linha de 321 cc suave e potente
. Quadro estreito e leve de condução ágil e desportiva
. Carenagem agressiva de faróis duplos da série R
. Carenagem aerodinâmica com e concentração do peso à frente
. Suspensão desportiva e confortável
. Equipada com ABS de origem
. Em conformidade com a norma Euro-4
Ficha Técnica
Motor
Tipo de motor | 2 cilindros, refrigeração líquida, 4 tempos, DOHC, 4 válvulas |
Cilindrada | 321cc |
Diâmetro x curso | 68,0 mm x 44,1 mm |
Taxa de compressão | 11,2 : 1 |
Potência máxima | 30,9 kW (42,0CV) @ 10.750 rpm |
Versão com potência limitada | N/A |
Binário máximo | 29,6 Nm (3,0 kg-m) @ 9.000 rpm |
Sistema de lubrificação | Cárter húmido |
Tipo de embraiagem | Húmida, Multidisco |
Alimentação | Injeção de combustível |
Sistema de ignição | TCI |
Sistema de arranque | Eléctrico |
Sistema de transmissão | Sincronizada, 6 velocidades |
Transmissão final | Corrente |
Consumo de combustível | 3,8 l/100km |
emissões CO2 | 89 g/km |
Chassis
Quadro | Diamante |
Sistema de suspensão dianteira | Forquilha telescópica |
Curso dianteiro | 130 mm |
Ângulo do avanço de roda | 25º |
Trilho | 95 mm |
Sistema de suspensão traseira | Braço oscilante |
Curso traseiro | 125 mm |
Travão dianteiro | Monodisco hidráulico, Ø 298 mm |
Travão traseiro | Monodisco hidráulico, Ø 220 mm |
Pneu dianteiro | 110/70-17M/C 54H (Tubeless) |
Pneu traseiro | 140/70-17M/C 66H (Tubeless) |
Dimensões
Comprimento total | 2.090 mm |
Largura total | 720 mm |
Altura total | 1.135 mm |
Altura do assento | 780 mm |
Distância entre eixos | 1.380 mm |
Cores
YZF-R3 Race Blue 6.095,00 €
YZF-R3 Power Black 5.995,00 €
Concorrência
Kawasaki Ninja 300 / 296cc / 39 cv / 174Kg / 6.095 eur
Honda CBR 500R / 471cc / 47 cv / 194 Kg / 6.500 eur
KTM RC 390 / 373cc / 44,6 cv / 147Kg / 6.048 eur
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